Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Marco granítico n.º 9
Designação
DesignaçãoMarco granítico n.º 9
Outras Designações / PesquisasMarco na Quinta da Costa do Bernardo / Marco na Quinta das Paredes / Marcos de Demarcação da Zona de Produção de Vinhos Generosos do Douro em Mesão Frio (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Marco
TipologiaMarco
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Mesão Frio/Mesão Frio (Santo André)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Quinta das Paredes- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.14812-7.88804
DistritoVila Real
ConcelhoMesão Frio
FreguesiaMesão Frio (Santo André)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 35 909, DG, I Série, n.º 236, de 17-10-1946 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Colocado na Quinta da Costa do Bernardo, também conhecida por Quinta das Paredes, em Vila Jusã, no concelho de Mesão Frio, este marco granítico integra um extenso conjunto de outros exemplares da mesma tipologia que demarcam geograficamente a denominada Região Vinhateira do Alto Douro, ou Alto Douro Vinhateiro.
O marco n.º 9, paralelepipédico e apresentando remate irregular, com 65 cm de altura e 40 cm de largura, apresenta na face principal, voltada ao rio, a inscrição "Nº 6 FEITORIA" dividida em três linhas. As restantes faces são irregulares.
História
Embora se conheçam referências documentais ao Vinho do Porto desde o terceiro quartel do século XVII, será a partir do Tratado de Methuen, celebrado em 1703 entre Portugal e Inglaterra, que este produto começou a granjear o prestígio que ainda hoje detém. O referido acordo entre as duas coroas estimulou de forma notória a produção nacional, procedendo-se então à reestruturação dos vinhedos e elegendo-se os terrenos da zona do Cima Corgo para a sua produção.
No entanto, a elevada produção da região, que transformou totalmente a sua paisagem e passou a dedicar-se em exclusivo à vinha, levou a uma crise de superprodução de vinho, apenas ultrapassada com a criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, no ano de 1756, por iniciativa do ministro Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal. O estabelecimento da Companhia teve como objetivo demarcar a região vinícola do Alto Douro, garantindo assim a qualidade do vinho e criando a primeira zona mundial de origem controlada no sentido em que é hoje entendido esse conceito.
Foi justamente no âmbito desta medida que em 1757 se procedeu à demarcação da área dos terrenos de produção vinícola, ou dos vinhos de "feitoria", através da colocação de 201 marcos de granito, aos quais se juntaram, em 1761, mais 134 marcos. Este vasto conjunto de imponentes padrões de pedra marca uma extensa região que se estende ao longo do troço médio do vale do Douro e parte dos seus afluentes, definida entre Barqueiros e Freixo de Espada à Cinta, subdividindo-se, grosso modo, nas três sub-regiões do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, abrangendo nove concelhos dos distritos de Vila Real e Viseu.
Executados em granito, estes padrões paralelepipédicos foram gravados com a designação "Feitoria", havendo nalguns casos a adição do ano em que foram colocados. A demarcação e a respetiva colocação dos marcos foram realizadas pela Comissão Demarcante, constituída por Carvalho e Melo; o texto resultante deste trabalho permite identificar as vinhas demarcadas, os seus proprietários e o local de implantação original do marco.
Em 1946 grande parte dos marcos pombalinos foram classificados como de interesse público, sendo então catalogados com um número. Estão integrados na classificação do Alto Douro Vinhateiro, inscrito em 2001 na lista de Património Mundial da UNESCO e classificado como Monumento Nacional desde 2010.
Este marco, correspondente ao número 9, foi colocado originalmente no lugar das Barriãs, em terrenos pertencentes a José Costa Pinto. Foi o sexto marco a ser colocado na zona entre os rios Teixeira e Seromenha. Cerca de 1930 o padrão foi retirado do local original e reutilizado como canteiro no interior do armazém da Quinta das Paredes; nas décadas seguintes o armazém entrou em progressiva ruína, tendo o telhado e o soalho do primeiro piso caído sobre a área onde se encontrava, o que provocou a sua degradação.
Em 2006 o marco foi recolhido e restaurado por uma equipa do Museu do Douro, com o apoio da Câmara de Mesão Frio, tendo-se procedido à sua recolocação num lugar próximo do original.
Catarina Oliveira
DGPC, 2018
(com a colaboração do Museu do Douro)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPAlto Douro Vinhateiro
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
As demarcações pombalinas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1951Porto3 vols., 1949 - 1951
Marcos da DemarcaçãoAA.VV.Edição2007Peso da Régua
As demarcações marianas no Douro vinhateiroFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1996Porto

IMAGENS

Marco granítico n.º 9 - Vista geral do marco

Marco granítico n.º 9 - Marco antes do restauro e recolocação

MAPA

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