Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Marcos de demarcação da zona de produção de vinhos generosos do Douro
Designação
DesignaçãoMarcos de demarcação da zona de produção de vinhos generosos do Douro
Outras Designações / PesquisasMarcos de Demarcação da Zona de Produção de Vinhos Generosos do Douro em Peso da Régua (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Marco
TipologiaMarco
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Peso da Régua/Galafura e Covelinhas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
DistritoVila Real
ConcelhoPeso da Régua
FreguesiaGalafura e Covelinhas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 35 909, DG, Série I, n.º 236, de 17-10-1946 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaLocalizados na freguesia de Galafura, estes marcos integram um conjunto de outros exemplares da mesma tipologia executados em granito e classificados como "Imóvel de Interesse Público" em 1946, caracterizando parte importante de toda a região vinhateira do Alto Douro inscrita na lista de Património Mundial da UNESCO sob a designação genérica de "Alto Douro Vinhateiro".
Esta região encontra-se geograficamente demarcada ao longo do troço médio do vale do Douro e parte dos seus afluentes, definida entre Barqueiros e Freixo de Espada à Cinta, subdividindo-se, grosso modo, nas três sub-regiões do Baixo Corgo, Cima Corgo e Douro Superior, com toda a diversidade que lhe é característica em termos de Fauna e de Flora, essencialmente decorrente das variadas características geológicas e influências climatéricas típicas desta região do país, que sobressairá, no entanto, pela sua "mediterraneidade". Foi, contudo, a especificidade dos seus solos que acabou por conferir a toda esta região uma paisagem de contornos absolutamente únicos no panorama nacional e internacional, elevando-a ao lugar de mais antiga região vitícola do Mundo, regulamentada por um sistema de classificação das parcelas e dos respectivos vinhos, numa expressão máxima da influência do elemento antrópico sobre o desenvolvimento económico e cultural desta região ao longo dos séculos, expressa no elemento paisagístico, sua principal fonte de recursos de vivências quotidianas. Mas o "Alto Douro Vinhateiro" é de igual modo exemplar pela hegemonia, quase única, alcançada entre o Homem e a Natureza, numa interligação contínua de respeito e de afectos, que os crescentes interesses urbano-industriais ainda não lograram corromper, criando um ecossistema modelado por socalcos que evitam a erosão dos terrenos e permitem o cultivo da vinha. Pelo contrário, o indiscutível valor antigo, histórico e monumental desta vasta região transformou-se na sua maior valência, salvaguardando-a para a posteridade, enquanto "projecto" cultural (porquanto socialmente único, sobretudo em termos etnográficos) inserto numa ampla estratégica de crescimento das regiões do interior de Portugal mediante a criação de novos roteiros e necessidades turísticas. Datará de 1675 a primeira alusão que possuímos à existência do "Vinho do Porto", inserta numa documentação referente à sua exportação para os Países Baixos. Foi, no entanto, com o "Tratado de Methuen", celebrado em 1703 entre Portugal e Inglaterra, que este produto começou a obter a projecção que conhecemos desde então, designadamente ao penetrar no exigente e restritivo mercado britânico, que passaria a optar pelos vinhos portugueses. O enorme sucesso alcançado com esta medida estimulou de forma notória os seus produtores, procedendo-se, já em pleno século XVIII, à ampla reestruturação dos vinhedos, elegendo-se os terrenos da zona do Cima Corgo, onde o vinho obtido se apropriaria mais às tradições alimentares das Ilhas Britânicas. Foi essencialmente a partir dessa altura que se operou uma ampla transformação na paisagem circundante, adaptando-a às necessidades económicas de todo um país. Mas ao submeter-se, dessa forma, ao domínio da vinha, teve lugar uma crise de superprodução, apenas ultrapassada com a criação, em 1756, da "Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro" por iniciativa do futuro Marquês de Pombal (1699-1782) com a qual se pretendia garantir a qualidade do vinho, a fixação dos preços e a demarcação da região vinhateira. E foi no âmbito desta última medida que, em 1757, se procedeu à colocação de 201 marcos de fabrico com a intenção de prolongar esta primeira grande delimitação, alargada quatro anos depois, com a fixação de mais 134 marcos. Executados em granito, é na face alisada destes elementos paralelepipédicos voltada para os caminhos, que se lê, epigrafada, a designação "Feitoria 1758" ou "Feitoria 1761" com a qual se distinguem os vinhos esportáveis.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Quintas do Douro. As Arquitecturas do Vinho do PortoFAUVRELLE, NatáliaEdição1999Porto
Candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património MundialBIANCHI-DE-AGUIAR, FernandoEdição2000Porto
História da Viticultura Duriense e do vinho do Porto. Douro e Vinho do Porto: uma BibliografiaCASTRO, Adelaide Gil Sarmento deEdição1999Porto
O Vinho do Porto: notas sobre a sua história, produção e tecnologiaROSAS, José António Ramos-PintoEdição1998Porto
O Vinho do Porto: notas sobre a sua história, produção e tecnologiaPIMENTEL, Eduardo SerpaEdição1998Porto
O Vinho do Porto: notas sobre a sua história, produção e tecnologiaGALHANO, AmândioEdição1998Porto
O Vinho do Porto: notas sobre a sua história, produção e tecnologiaFONSECA, Álvaro Baltasar Moreira daEdição1998Porto

IMAGENS

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