Gruta do Caldeirão | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Gruta do Caldeirão | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Gruta do Caldeirão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arqueologia / Gruta | ||||||||||||
Tipologia | Gruta | ||||||||||||
Categoria | Arqueologia | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Santarém/Tomar/Além da Ribeira e Pedreira | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Santarém | ||||||||||||
Concelho | Tomar | ||||||||||||
Freguesia | Além da Ribeira e Pedreira | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Em Vias de Classificação | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Em Vias de Classificação (Homologado como IM - Interesse Municipal) | ||||||||||||
Cronologia | Em 3-03-2023 foi de novo solicitada à CM de Tomar informação sobre a situação jurídica da classificação Em 24-09-2018 foi solicitada à CM de Tomar informação sobre o processo de classificação Enviada cópia do processo pelo Ministério da Cultura à CM de Tomar em 23-06-2010 a fim de ponderar a conclusão do procedimento Despacho de autorização e classificação de 27-04-1997 do Ministro da Cultura Parecer de 17-03-19997 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como VC Despacho de abertura de 3-09-1996 do vice-presidente do IPPAR Parecer de 30-03-19992 da 1.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPC a propor a classificação conmo IIP Parecer favorável de 14-07-1987 dos SRAZC Proposta de 1987 de João Zilhão e Fernando Real para a classificação como VC | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Sítio | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9914630 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Sítio A Gruta do Caldeirão localiza-se no vale do rio Nabão, próximo da cidade de Tomar. Antecedendo a atual entrada na cavidade, existe uma plataforma exterior virada a sul que faria parte da rede cársica que entretanto abateu, mas que continha vestígios de ocupação arqueológica. O acesso à gruta faz-se por uma entrada que comunica de imediato com uma galeria em meandro. A cavidade divide-se em três sectores principais: entrada, corredor e sala do fundo, a que apresenta maior potência de sedimentos (c. 6 metros). Escavações arqueológicas efetuadas ao longo dos anos 80 e 90 do século XX revelaram uma longa diacronia de ocupações que se inicia no Paleolítico Médio (tecnocomplexo Musteriense) e termina já em época medieval. Durante a Pré-história antiga (Paleolítico Médio e Paleolítico Superior) a cavidade serviu como acampamento temporário regularmente visitado por pequenos grupos de caçadores-recolectores que ali deixaram testemunhos da sua principal atividade: ossos dos animais caçados nas proximidades e as armas e ferramentas em pedra utilizadas no seu abate e processamento. Desta história mais antiga destaca-se a ocupação atribuída ao tecnocomplexos Solutrense (Paleolítico Superior) pela quantidade e diversidade dos vestígios líticos e faunísticos ali documentados. Posteriormente, no decurso da Pré-história recente e da Proto-História, a gruta foi utilizada como cemitério de comunidades de agricultores-pastores. Destaca-se, em particular, a ocupação funerária datada do Neolítico Antigo - enterramentos individuais acompanhados por espólios votivos, com destaque para as cerâmicas cardiais e os elementos de adorno sobre concha de água doce (Theodoxus fluviatilis) - que viria provar, pela primeira vez, que as mais antigas evidências de domesticação no território português eram, afinal, contemporâneas dos mais recentes vestígios de época mesolítica documentados nos vales do Tejo e do Sado, tendo servido de alicerce ao desenvolvimento de diversas teses sobre o processo de neolitização (origem e dispersão) à escala peninsular. A atividade funerária na cavidade prolongou-se no tempo, com restos humanos e espólios votivos (em pedra, osso, cerâmica e metal) atribuídos às fases mais recentes do Neolítico, à Proto-História, ao período romano e visigótico. Infelizmente, a enorme profusão de enterramentos efetuados no interior da cavidade ao longo de vários milénios acabaria por provocar remeximentos significativos nos depósitos arqueológicos, sendo difícil interpretar, com rigor, os rituais funerários praticados e associar espólios a enterramentos. Maria Ramalho; Ana Cristina Araújo/DGPC/2016 | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 4 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 22 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"Geoquímica e paleoambiente: o preenchimento sedimentar da Gruta do Caldeirão - primeiros resultados", Arqueologia | CRUZ, António João de Carvalho da | Edição | 1989 | Porto | 20, p. 124-138 |
"O Solutrense da Estremadura portuguesa. Uma proposta de interpretação paleoantropológica", Trabalhos de Arqueologia | ZILHÃO, João | Edição | 1987 | Lisboa | |
"Données nouvelles sur le Paleolithique Superieur du Portugal", Actas da I Reunião do Quaternário Ibérico | ZILHÃO, João | Edição | 1985 | Lisboa | pp. 101-112 |
"Neolithique ancien et Paleolithique Superieur de la Gruta do Caldeirão (Tomar, Portugal) - fouilles 1979-1984", Actas da I Reunião do Quaternário Ibérico | ZILHÃO, João | Edição | 1985 | Lisboa | 2, p. 135-146 |
"The Early Upper Paleolithic of Portugal", The early Upper Paleolithic: evidence from Europe and the Near East | ZILHÃO, João | Edição | 1988 | Oxford | B.A.R. International Series, 437, p. 135-155 |
"The Portuguese Estremadura at 18 000 BP: the Solutrean", The World at 18,000 BP | ZILHÃO, João | Edição | 1993 | Londres | 1, p. 109-125 |
"Le Solutreen du Portugal: environnement, chronologie, industries, peuplement, origines", Feuilles de pierre. Les industries a pointes foliacees du Paleolithique superieur europeen. Actes du Colloque de Cracóvie 1989 | ZILHÃO, João | Edição | 1991 | Liége | (Etudes et Recherches Archeologiques de l'Universite de Liege, 42), p. 485-402 |
"Gruta do Caldeirão: relatório dos trabalhos arqueológicos de sondagem realizados em 1981", Boletim Cultural da Câmara Municipal de Tomar | ZILHÃO, João | Edição | 1982 | Tomar | 4, p. 153-159 |
"Gruta do Caldeirão (campanha de 1980)", Informação Arqueológica | ZILHÃO, João | Edição | 1983 | Lisboa | 3, p. 50-53 |
"Escavações arqueológicas na Gruta do Caldeirão - relatório de 1982", Boletim Cultural da Câmara Municipal de Tomar | ZILHÃO, João | Edição | 1989 | Tomar | 7, p. 139-208 |
"Gruta do Caldeirão", Informação Arqueológica | ZILHÃO, João | Edição | 1984 | Lisboa | 4, p. 94-95 |
"Gruta do Caldeirão - 1982/1983", Informação Arqueológica | ZILHÃO, João | Edição | 1985 | Lisboa | 5, p. 119 |
"Outillage lithique solutreen de la Gruta do Caldeirão. Notice preliminaire", Arqueologia | ZILHÃO, João | Edição | 1986 | Porto | 14, p. 21-26 |
"Gruta do Caldeirão", Informação Arqueológica | ZILHÃO, João | Edição | 1986 | Lisboa | 7, p. 73-74 |
"A gruta do Caldeirão (Tomar, Portugal). Balanço de sete anos de escavações arqueológicas (1979-1985)", Algar | ZILHÃO, João | Edição | 1987 | Lisboa | 1, p. 29-38 |
"Gruta do Caldeirão. O neolítico antigo", Trabalhos de Arqueologia | ZILHÃO, João | Edição | 1992 | Lisboa | 6 |
"Ficha de inventário de sítios arqueológicos", Arqueologia na Região de Tomar | ZILHÃO, João | Edição | 1985 | Tomar | p. 27-32 |
O Paleolítico Superior da Estremadura portuguesa | ZILHÃO, João | Edição | 2 volumes Publicado a 1997 | ||
"Ficha de inventário de sítios arqueológicos", Arqueologia na Região de Tomar | PONTE, Salete da | Edição | 1985 | Tomar | p. 27-32 |
Vale do Nabão: Do Neolítico à Idade do Bronze | CRUZ, Ana Rosa | Edição | 1996 | Braga | CRUZ, Ana Rosa |
O Povoamento do Vale do Nabão e o seu enquadramento (do Neolítico Inicial à Idade do Bronze) | CRUZ, Ana Rosa | Edição | Braga | ||
"The Portuguese Estremadura at 18 000 BP: the Solutrean", The World at 18,000 BP | SOFFER, O. | Edição | 1993 | Londres | 1, p. 109-125 |
"The Portuguese Estremadura at 18 000 BP: the Solutrean", The World at 18,000 BP | GAMBLE, C. | Edição | 1993 | Londres | 1, p. 109-125 |
"The Early Upper Paleolithic of Portugal", The early Upper Paleolithic: evidence from Europe and the Near East | HOFFECKER, J. F. | Edição | 1988 | Oxford | B.A.R. International Series, 437, p. 135-155 |
"The Early Upper Paleolithic of Portugal", The early Upper Paleolithic: evidence from Europe and the Near East | WOLF, C. A. | Edição | 1988 | Oxford | B.A.R. International Series, 437, p. 135-155 |
"Gruta do Caldeirão", Informação Arqueológica | REAL, Fernando Campos Sousa | Edição | 1986 | Lisboa | 7, p. 73-74 |
"A região nabantina no final da Pré-História: algumas considerações acerca do estudo do povoamento do I milénio a. C.", Boletim Cultural da Câmara Municipal de Tomar | FÉLIX, Paulo Jorge Soares | Edição | 1993 | Tomar | 19,p. 237-254 |
Gruta do Caldeirão. O Neolítico Antigo | Edição | 1992 | Lisboa | Trabalhos de Arqueologia, 6 ISSN : 0871-2581 Tipo : Colecção - Trabalhos de Arqueologia Esta edição para além de constituir uma monografia de elevada qualidade técnico-científica conta com o contributo de diversos autores e com uma excelente síntese elaborada por João Zilhão sobre o Neolítico antigo da gruta do Caldeirão, descoberto através de meticulosas escavações arqueológicas e estudos interdisciplinares. |
Gruta do Caldeirão - Planta de localização
Gruta do caldeirão: entrada (1980) e vista da cavidade a partir do lado oposto do vale (1986). J. Zilhão
Gruta do Caldeirão - Ponta de pedúnculo e aletas (Ponta de Parpalló): Solutrense (Paleolítico Superior). J. Zilhão
Gruta do Caldeirão - Perfil dos cortes Sul (esquerda) e Oeste (direita) da Sala do Fundo. J. Zilhão
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