Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense
Designação
DesignaçãoEdifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense
Outras Designações / PesquisasEdifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Fábrica
TipologiaFábrica
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Alcântara
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Rodrigues FariaLisboa Número de Polícia: 103
LATITUDE LONGITUDE
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaAlcântara
Proteção
Situação ActualProcedimento encerrado / arquivado - sem protecção legal
Categoria de ProtecçãoNão aplicável
CronologiaEm 14-12-2009 foi dado conhecimento do despacho à proprietária e à CM de Lisboa, enviando a esta última cópia do processo para a ponderação de uma eventual classificação como de IM
Despacho de revogação de 27-11-2009 do director do IGESPAR, I.P.
Proposta de 12-11-2009 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para a revogação expressa do despacho de abertura de 18-06-1999
Despacho de encerramento de 6-11-2007 do director do IGESPAR, I.P.
Parecer de 31-10-2007 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P. a propor a não classificação nacional
Proposta de 25-06-2007 da DR de Lisboa do IPPAR para análise do processo no Conselho Consultivo do IPPAR quanto ao valor patrimonial do imóvel
Despacho de abertura de 18-06-1999 do vice-presidente do IPPAR
Proposta 11-06-1999 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução de processo de classificação
Proposta de classificação de 4-09-1997 da APAI
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaCriada em 1838, a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense foi uma das maiores unidades fabris da capital no século XIX, constituindo um ponto de referência na história da industrialização da cidade de Lisboa.
À época do seu estabelecimento, as actividades da fábrica estavam separadas. A fiação fazia-se no filatório de algodão situado no Palácio do Malheiro, em São Sebastião da Pedreira, que havia pertencido a António Pereira de Guimarães, a tecelagem, por seu turno, funcionava em paralelo no Palácio dos Condes de Camaride e na fábrica da antiga firma Pomé e C.ª, ao Campo Pequeno.
Em 1840, a sociedade da Fiação Lisbonense instala-se no antigo Convento de São Francisco de Xabregas, juntando já todas as actividades fabris no mesmo edifício. No ano de 1844, um grande incêndio deflagrou neste espaço, o que levou a que a fábrica, até 1849, passasse a funcionar no Palácio do Marquês de Niza, situado junto ao convento.
Em 1846-1847 a direcção da companhia decidiu construir um edifício de raiz para instalar a fiação e a tecelagem, escolhendo uns terrenos situados em Santo Amaro, comprados ao Conde da Ponte, para edificar a nova fábrica.
O projecto do edifício é da autoria do arquitecto português João Pires da Fonte, que com esta construção introduziu em Lisboa o "modelo inglês das fábricas incombustíveis, de espaços racionalizados e organizados segundo uma lógica produtiva, adaptada à engenharia têxtil e com utilização de pedra nas fachadas, e de ferro, na estrutura interna, como material de construção e suporte de pisos" (CUSTÓDIO, 1994, p. 377).
A Fábrica de Santo Amaro foi inaugurada em 1849, constituindo-se num edifício rectangular, dividido por quatro pisos, com uma gigantesca chaminé e albergando uma máquina a vapor que servia tanto a fiação como a tecelagem, cujos sectores se interligavam dentro do edifício.
Entre 1851 e 1855, a companhia mandou construir mais cinco edifícios, junto ao edifício principal, para que aí se instalassem máquinas de fiação e teares mecânicos em ferro, que estavam dispersos em outras zonas da cidade. Este conjunto ficou conhecido como Fábrica Pequena. Cerca de 1900, este conjunto foi aumentado com a edificação da Oficina Nova, para integrar 240 novos teares, e três anos depois, a fábrica possuía já luz eléctrica.
Na história desta empreendedora unidade fabril destaca-se ainda o facto de ter sido a primeira companhia a edificar um bairro operário para albergar os funcionários e famílias. Esta "vila operária", construída em 1873, corresponde ao bloco de casas na Rua 1º de Maio, situada nas traseiras da fábrica.
Com a implantação da República, a Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense, que gozou de excelente prestígio e situação financeira até 1910, começou a ter os primeiros problemas, agravados com a crise de 1917. A unidade fabril acabaria por se dissolver, e os edifícios de Santo Amaro foram vendidos, primeiro à empresa Portugal e Colónias, depois à tipografia Anuário Comercial.
Catarina Oliveira
DIDA/ IGESPAR, I.P./ 26 de Setembro de 2007
ProcessoCoord. geog. (Lisboa Hayford Gauss IGeoE): 109083; 193262
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Fábrica de Fiação e Tecidos de Algodão de Santo Amaro", Dicionário da História de LisboaCUSTÓDIO, JorgeEdição1994Lisboa
"Pátios e vilas de Lisboa, 1870 -1930: a promoção privada do alojamento operário". Análise Social, nº 127PEREIRA, Nuno TeotónioEdição1994Lisboa
Monumentos e edifícios notáveis do distrito de Lisboa, Vol. V (3º tomo)ATAÍDE, M. MaiaEdição1988Lisboa

IMAGENS

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Fachada do alçado sul

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Corpo baixo a sul

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Interior - Piso terréo do corpo central

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Interior - Piso terréo do corpo central

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Interior - Piso terréo do corpo central

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Fachada do edifício a sul

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Fachada

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Vista a partir da entrada (a norte)

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Vista a partir da entrada (a norte)

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Interior - Piso terréo do corpo central

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Fachada do edifício a sul

Edifício da Companhia de Fiação e Tecidos Lisbonense - Planta com a delimitação do imóvel em vias de classificação e da respetiva ZP (o despacho de abertura já foi revogado)

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1349-021 Lisboa
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