Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Misericórdia de Palmela
Designação
DesignaçãoIgreja da Misericórdia de Palmela
Outras Designações / PesquisasEdifício e Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Palmela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSetúbal/Palmela/Palmela
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça Duque de PalmelaPalmela Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.568002-8.899659
DistritoSetúbal
ConcelhoPalmela
FreguesiaPalmela
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaDeclaração de retificação n.º 447/2013, DR, 2.ª série, n.º 70, de 10-04-2013 (retificou a localização, por o diploma anterior incluir uma avenida inexistente) (ver Declaração)
Portaria n.º 740-AV/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 (suplemento), de 24-12-2012 (ver Portaria)
Despacho de homologação de 22-12-2006 do Secretário de Estado da Cultura
Despacho de concordância de 24-07-2006 da vice-presidente do IPPAR
Parecer favorável de 12-07-2006 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 16-07-2004 da DR de Lisboa do IPPAR para a classificação como IIP
Edital de 24-07-2002 da CM de Palmela (relativo ao despacho de abertura de 29-11-2001)
Despacho de concordância de 3-06-2002 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 26-04-2002 da DR de Lisboa do IPPAR para alteração do âmbito da classificação
Despacho de abertura de 29-11-2001 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 27-11-2001 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução de processo de classificação
Proposta de classificação de 7-02-2000 da CM de Palmela
Processo iniciado em 17-04-1986 no IPPC
ZEPDespacho de homologação de 22-12-2006 do Secretário de Estado da Cultura
Despacho de concordância de 24-07-2006 da vice-presidente do IPPAR
Parecer de 12-07-2006 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a não fixação de uma ZEP, por já estar abrangido pela do Castelo de Palmela
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO22051577
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA documentação disponível permite-nos acompanhar os primeiros anos da Misericórdia, e as suas ligações às instituições de assistência já existentes em Palmela. Na verdade, a própria história da vila implicava a existência de uma série de estruturas indispensáveis, entre as quais se incluem as albergarias e hospitais, pois com a instalação da Ordem de Santiago, Palmela conheceu um franco desenvolvimento, logrando alcançar um importante papel a nível nacional, quando, já no século XV, se tornou sede desta Ordem.
A nova confraria teve os seus primórdios numa albergaria, dedicada ao Espírito Santo, e fundada em 1471 por Diogo Martins e Rodrigo Afonso Remão (memórias paroquiais, 1758), da qual terá herdado a estrutura, e com certeza, a ermida, onde estabeleceu a sua primeira sede. O hospital, com a mesma invocação, já existia em 1510, encontrando-se, desde cedo, ligado à misericórdia, na qual acabou por ser incorporado (à semelhança do que aconteceu um pouco por todo o país) (FORTUNA, 1990, pp. 72-74).
Segundo a documentação, a Misericórdia foi fundada em 5 de Março de 1529 (já no reinado de D. João III), tomando como sede a ermida da confraria do Espírito Santo que, por ser considerada de dimensões muito reduzidas, cedo foi demolida para dar lugar ao templo que hoje conhecemos. Entre 1529 e 1566, ano inscrito sobre o portal principal da igreja e que deverá determinar o final da sua edificação, a confraria instalou-se provisoriamente no hospital, mais precisamente, na antiga casa térrea correspondente aos aposentos da hospitaleira, onde se encontrava à data da Visitação de 1534 (citado por IDEM, p. 74).
A nova igreja, de linhas simples, inscreve-se nos modelos adoptados, nesta época, pela generalidade das misericórdias do país, desenvolvendo-se em nave única com capela-mor apenas diferenciada por se encontrar num plano mais elevado, formando, no seu conjunto, uma espécie de caixa, de grande depuração arquitectónica (MOREIRA, 2000, pp. 135-164). O elemento decorativo mais destacado é o portal principal, de linguagem clássica, com pilastras laterais a suportar entablamento, com friso que alterna métopas e tríglifos, a que se sobrepõe frontão triangular com a já referida data de 1566. Mais acima, abre-se o janelão, que deveria iluminar o coro alto entretanto desaparecido (IDEM, p. 187), e o alçado termina em frontão curvo com beirado. Todo este conjunto foi intervencionado entre 1732 e 1734, em consequência do mau estado de conservação, e da ameaça de ruína (IDEM, p.177).
No interior, o espaço beneficiou de uma campanha decorativa, muito possivelmente ocorrida em 1650, conforme inscrição na fachada, e patrocinada pelo então provedor, que também pertencia à Ordem de Malta, Jerónimo de Brito e Melo (IDEM, p 176). Os azulejos de padrão polícromo que revestem integralmente as paredes da nave, inscrevem-se no conjunto de motivos quadrílobados, com diferentes variantes, que foram utilizados em revestimentos cerâmicos antes de 1640, prolongando-se depois, em azul e branco, durante o século XVIII (SIMÕES, 1970, pp. 72-73). Os painéis azuis e brancos de vasos floridos que interrompem este padrão (e um outro padrão, em tons de azul junto à porta, na parede fundeira), são já do início do século XVIII, denotando uma tentativa de actualização estética na adopção do azul e branco que então imperava (IDEM, 1979, pp. 195.196).
Há notícias de intervenções de restauro no último quartel do século XIX e nas últimas décadas do século passado. Uma referência final aos altares-urnas e ao sino, os primeiros provenientes da igreja do Convento dos Capuchos (Alferrara), após a extinção das Ordens Religiosos, e o segundo vindo da igreja de Santa Maria do Castelo (IDEM, pp. 180-181).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCastelo de PalmelaIgreja de São Tiago de Palmela, compreendendo o túmulo de D. Jorge de LencastrePelourinho de Palmela
Outra Classificação
Nº de Imagens19
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1971Lisboa
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
As MisericórdiasGOODOLPHIM, CostaEdição1897Lisboa
"As Misericórdias: um património artístico da humanidade", 500 Anos das Misericórdias Portuguesas, pp. 135-164MOREIRA, RafaelEdição2000Lisboa
"As Misericórdias da fundação à União Dinástica", Portugaliae Monumenta Misericordiarum - fazer a história das Misericórdias, vol. 1, pp. 19-45SÁ, Isabel dos GuimarãesEdição2002Lisboa
"As Misericórdias de D. Filipe I a D. João V", Portugaliae Monumenta Misericordiarum - fazer a história das Misericórdias, vol. 1, pp. 47-77ABREU, LaurindaEdição2002Lisboa
Misericórdia de Palmela - vidas e factosFORTUNA, António MatosEdição1990

IMAGENS

Igreja da Misericórdia de Palmela - Fachada principal

Igreja da Misericórdia de Palmela - Planta com a delimitação e a ZP em vigor

Igreja da Misericórdia de Palmela - Enquadramento geral

Igreja da Misericórdia de Palmela - Vista aérea do enquadramento geral

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: pedra tumular no pavimento à entrada

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: pia de água benta

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: pormenor do retábulo-mor

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: pintura do teto (Misericórdia de Palmela)

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: parede lateral (revestimento azulejar tipo "tapete")

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: retábulo-mor

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: retábulo da Epístola

Igreja da Misericórdia de Palmela - Fachada principal

Igreja da Misericórdia de Palmela - Fachada principal: portal

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: ligação da parede lateral e do retábulo-mor

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: nave

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: nave

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: pedra tumular no pavimento à entrada

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: parede lateral do lado da Epístola (púlpito)

Igreja da Misericórdia de Palmela - Interior: inscrição em mármore na parede do lado da Epistola

MAPA

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