Convento de Nossa Senhora da Estrela | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Convento de Nossa Senhora da Estrela | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Convento de Nossa Senhora da Estrela / Santa Casa da Misericórdia de Marvão / Lar da Santa Casa da Misericórdia (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Convento | ||||||||||||
Tipologia | Convento | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Portalegre/Marvão/Santa Maria de Marvão | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Portalegre | ||||||||||||
Concelho | Marvão | ||||||||||||
Freguesia | Santa Maria de Marvão | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 28/82, DR, I Série, n.º 47, de 26-02-1982 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 22051577 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Principal instituição religiosa de Marvão, o Convento foi fundado no século XV, a partir de uma petição feita pelos habitantes da vila e pelo Infante D. Henrique (então senhor da localidade) ao Papa, que obteve resposta afirmativa de Nicolau V a 7 de Julho de 1448. Um dos argumentos invocados para a construção de uma casa religiosa neste local foi o da lenda de Nossa Senhora da Estrela, tradição devocional de grande impacto na região e que está, ela própria, associada às origens lendárias de Marvão. Conta-se que, após a invasão muçulmana de 711, os cristãos da zona recusaram pactuar com o novo poder e, antes de fugirem para as Astúrias, onde ajudaram a montar a resistência, esconderam uma imagem de Nossa Senhora, por eles venerada. Muitos séculos depois, um pastor, guiado por uma estrela, encontrou a imagem, numa espécie de gruta, iniciando-se, aí, a grande devoção à santa (GIL, vol. II, 1988, p.124). Pela sua importância, pensamos que, em algum momento da História, pretendeu-se atribuir maior antiguidade ao convento, razão do aparecimento da data de 1258 como ano de fundação (COELHO, 1982, p.16). Poder-se-á tratar, evidentemente, de um erro motivado por deficiente transmissão de dados, mas o certo é que nenhum documento ou prova material sugere uma instituição anterior a 1448, sendo, por isso, de duvidar de qualquer notícia relativa a 1258. A construção ter-se-á iniciado imediatamente após a bula papal e supomos que as obras decorreram em bom ritmo ao longo desse século XV, podendo mesmo entrar nos inícios do século XVI, como o cruzeiro manuelino que se implanta no adro sugere. Da estrutura gótica restam ainda importantes elementos, sendo o portal principal o mais importante, até pelo impacto visual que proporciona. Apesar da elegância dos seus elementos (DIAS, 1994, p.168), é uma obra relativamente (propositadamente?) arcaica, característica do que se vem chamando gótico paroquial, mas cuja origem se encontra nos conventos mendicantes do século XIII. Na Estrela de Marvão, repetiu-se, dois séculos depois, um portal de arco apontado, de quatro arquivoltas e inscrito num avançado gablete. Para além desta notável fidelidade a esquemas góticos de Duzentos ou Trezentos, os capitéis não possuem qualquer decoração, o que indicia uma deliberada austeridade aplicada aos elementos artísticos, provável determinação da comunidade franciscana a quem foi confiada a instituição. Outros vestígios quatrocentistas encontram-se no claustro (onde subsistem alguns arcos geminados sob a camada seiscentista reformadora) e na capela lateral Norte, quadrangular e ainda com uma pequena porta que dava acesso a uma desaparecida dependência. Nos séculos seguintes, foram muitas as alterações verificadas no conjunto. Logo no tempo manuelino, deu-se forma a uma outra capela, anexa à capela-mor, de dois tramos e com forte abobadamento em cadeia, que corresponderá a uma primeira campanha de beneficiação do lendário local onde aparecera a imagem. Em 1689, foi a vez do corpo da igreja ser integralmente refeito, com novo abobadamento e a supressão dos eventuais vestígios da obra primitiva neste sector. Mas a mais importante fase moderna teve lugar nos finais do século XVIII, altura em que a diocese de Portalegre foi regida por D. Jerónimo Carvalhal e Silva. Este devoto da Senhora de Marvão empreendeu a construção da sacristia em 1772 (por trás da capela-mor e com acesso para a capela da Estrela), reformou parcialmente a capela da santa (cobrindo as suas paredes com azulejos azuis e brancos e mandando construir o retábulo de mármore e a imagem de jaspe que o coroa) e decidiu sepultar-se em campa rasa diante do altar, no solo da capela manuelina. Extinta a congregação em 1834, o convento foi ocupado pela Misericórdia local, que aí instalou o seu Hospital. Nos últimos anos, foi a Santa Casa que promoveu obras de restauro e de ampliação, responsáveis pela actual configuração de todo o conjunto e pelo pequeno museu no interior da igreja. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Cruzeiro da Estrela | ||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 8 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 11 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre) | KEIL, Luís | Edição | 1943 | Lisboa | |
Terras de Odiana. Medobriga, Ammaia, Aramenha, Marvão, 2.ª ed. | COELHO, Possidónio Mateus Laranjo | Edição | 1988 | Lisboa | |
"Apontamentos para a história do Convento de Nossa Senhora da Estrela de Marvão", Ibn Maruán | BALESTEROS, Carmen | Edição | 1991 | pp. 27-58. | |
"O actual concelho de Marvão e as suas freguesias nas Memórias Paroquiais de 1758", Ibn Máruan | GORJÃO, Sérgio | Edição | 1993 | pp. 51-84. | |
"O actual concelho de Marvão e as suas freguesias nas Memórias Paroquiais de 1758", Ibn Máruan | MACHADO, J. Liberata | Edição | 1993 | pp. 51-84. | |
"Um apontamento documental para o estudo artístico do convento de Nossa Senhora da Estrela de Marvão", Ibn Maruán | GORJÃO, Sérgio | Edição | 1995 | pp. 47-50. | |
As mais belas igrejas de Portugal, vol. II | GIL, Júlio | Edição | 1988 | Lisboa | |
Marvão, Castelo de Vide e Portalegre | DINIS, Alberto Calderon | Edição | 1975 | Lisboa | |
"As empresas artísticas do Infante D. Henrique (1394-1460)", Mare Liberum, nº6, Dez. 1993, republ. A viagem das formas, pp.51-89 | DIAS, Pedro | Edição | 1995 | Lisboa | |
Apontamentos para a história da pitoresca vila de Marvão | BUGALHÃO, Custódio da Mota | Edição | 1974 | Portalegre | |
Marvão. Elucidário breve de uma visita a esta vila | COELHO, Possidónio Mateus Laranjo | Edição | 1946 | Lisboa |
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Enquadramento geral
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Fachada principal da igreja (lado poente)
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Fachada principal da igreja: portal e cruzeiro
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Fachada principal da igreja: pormenor do portal
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Interior da igreja: arco de acesso à Capela da Senhora da Estrela
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Interior da igreja: retábulo da Capela da Senhora da Estrela
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Interior da igreja: painel de azulejos da Capela da Senhora da Estrela
Convento de Nossa Senhora da Estrela - Claustro: vestígios dos arcos góticos do claustro original