Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso
Designação
DesignaçãoCapela de Nossa Senhora do Bom Sucesso
Outras Designações / PesquisasCapela da Cadeia / Capela de Nossa Senhora do Bom Sucesso / Biblioteca Municipal do Crato (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Crato/Crato e Mártires, Flor da Rosa e Vale do Peso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua 5 de OutubroCrato Número de Polícia: 3-5
LATITUDE LONGITUDE
39.286856-7.645537
DistritoPortalegre
ConcelhoCrato
FreguesiaCrato e Mártires, Flor da Rosa e Vale do Peso
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 44 675, DG, I Série, n.º 258, de 9-11-1962 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDedicada a Nossa Senhora do Bom Sucesso, esta pequena capela situa-se na antiga Rua Direita do Crato, em frente ao edifício que funcionou como cadeia desta vila. Trata-se de um imóvel particularmente interessante, pois o seu programa arquitectónico e decorativo, integrado numa casa particular, foi concebido com objectivos muito específicos - servir os presos da cadeia. De acordo com os dados disponíveis, sabemos que foi erguida em 1755, por iniciativa, e a expensas, de D. Rosa Maria de Andrade Monteiro (KEIL, 1943).
O seu alçado principal é aberto não por um portal, como é habitual, mas sim por uma ampla janela, elevada em relação ao solo, mainelada e sobrepujada por um frontão de aletas, interrompido por uma vieira. Remata o alçado um frontão triangular, com cruz na empena e pináculos nas extremidades. Esta fachada, pouco usual, encontra justificação no facto de se pretender que os presos da cadeia fronteira pudessem assistir às celebrações que aí se praticavam. De facto, o janelão enquadra o altar-mor, sendo o espaço interno perfeitamente visível a quem se encontrasse ao nível deste vão.
A entrada para a capela é feita através da casa contígua, à qual ela pertence, e que foi a habitação da instituidora D. Rosa Maria (RODRIGUES, PEREIRA, 1989, p. 31). No interior, de dimensão reduzida, destaca-se o altar-mor, em mármore preto e branco com apontamentos dourados, e com colunas torsas a ladear a tribuna, onde se exibe a imagem de Nossa Senhora do Bom Sucesso, orago da capela.
A porta de entrada de um dos lados, e uma fonte do lado oposto marcam os alçados da capela, todos eles revestidos por azulejos azuis e brancos. De facto, os azulejos preenchem os panos murários até à sanca, apresentando, no rodapé albarradas com cercadura de enrolamentos, e motivos vegetalistas nas zonas superiores. Todos os vãos e demais estruturas são envolvidas por cercaduras idênticas.
A presença do azulejo neste espaço testemunha a importância deste género de revestimento no século XVIII, mesmo quando não ilustra qualquer cena bíblica ou de carácter iconográfico. O carácter ornamental destes motivos denota o gosto pelo enriquecimento decorativos dos interiores, gerando brilhos e tonalidades cenográficos, de grande significado no contexto da sensibilidade barroca.
A capela da Cadeia do Crato não foi excepção, e a sua fundadora pretendeu fazer chegar aos presos uma mensagem de conforto e esperança, através de um imóvel funcional, mas onde a decoração marca importante presença. Por outro lado, pensamos que esta preocupação com os presos por parte de D. Rosa Maria de Andrade Monteiro, é passível de se inscrever num contexto mais vasto (na espiritualidade setecentista), onde reconhecemos uma das obras de Misericórdia corporais - remir os cativos e visitar os presos. Na realidade, a inexistência de capelas no interior das prisões conduzia a este género de solução, facto que revela o carácter do aprisionamento, "uma vez que a abertura de janelas no edifícios promovia a comunicação com o exterior" (SÁ, 1997, p. 107).
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)KEIL, LuísEdição1943Lisboa
Quando o rico se faz pobre: misericórdias, caridade e poder no Império Português, 1500-1800SÁ, Isabel dos GuimarãesEdição1997Lisboa
Guia Artístico do CratoRODRIGUES, JorgeEdição1989Crato
Guia Artístico do CratoPEREIRA, PauloEdição1989Crato

IMAGENS

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