Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja Matriz de Santa Iria de Azóia, incluindo o recheio
Designação
DesignaçãoIgreja Matriz de Santa Iria de Azóia, incluindo o recheio
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Santa Iria de Azóia / Igreja de Santa Iria (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Loures/Santa Iria de Azoia, São João da Talha e Bobadela
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua de AngolaSanta Iria de Azóia Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.845918-9.086648
DistritoLisboa
ConcelhoLoures
FreguesiaSanta Iria de Azoia, São João da Talha e Bobadela
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IIP - Imóvel de Interesse Público
CronologiaDecreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002 (ver Decreto)
Edital de 18-10-1999 da CM de Loures
Despacho de homologação de 21-04-1999 da Secretária de Estado da Cultura
Despacho de concordância de 19-02-1999 do presidente do IPPAR
Parecer favorável de 10-02-1999 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 7-09-1998 da DR de Lisboa do IPPAR para a classificação como IIP
Edital de 7-01-1998 da CM de Loures
Despacho de abertura de 15-09-1997 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 10-09-1997 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução do processo de classificação
Proposta de classificação de 8-07-1987 da DGEMN
Em 3-05-1985 foi solicitado à CM de Loures o envio de documentação para a instrução do processo de classificação
Despacho de concordância de 1-04-1985 do vice-presidente do IPPC
Deliberação de 19-03-1985 do Conselho Consultivo do IPPC a propor a abertura de um processo de classificação
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santa Iria da Azóia apresenta diferenças significativas ao nível das diversas parte que a compõem, facto que permite identificar algumas das suas etapas construtivas. A mais antiga referência é a capela dos Barros de 1558, onde se encontram sepultados os seus instituidores, Jorge de Barros e sua mulher, e ainda os seus descendentes. Fidalgo de D. João III, Jorge de Barros foi feitor da Flandres, de onde regressou na posse de uma imensa fortuna. Não se sabe qual a função que teria, à época, o espaço que hoje é apenas uma capela, com cobertura de abóbada de nervuras fechada por bocetes. Na verdade, a igreja foi remodelada no início do século XVII, integrando, desde logo, a capela dos Barros.
Remonta a esta campanha seiscentista o templo que hoje conhecemos, com excepção da fachada, mais tardia, ou posteriormente remodelada. O púlpito de mármore na nave exibe a data de 1617, tendo sido encomendado, muito possivelmente, após o término das obras do templo.
Por fim, o portal principal está datado de 1715, época que assinala, muito possivelmente, o final da campanha de remodelação do templo e, principalmente, da fachada. Esta parece não ter chegado a ser concluída, uma vez que lhe falta a torre da direita. Uma análise mais detalhada permite avançar a hipótese do frontispício anterior terminar junto aos pilares do coro (Teresa Furtado 1997, DGEMN), mas não é possível determinar com exactidão a validade desta hipótese. Por outro lado, e apesar dos investigadores não incluírem esta igreja no conjunto de obras atribuídas ao arquitecto régio João Antunes, é difícil não deixar de assinalar a semelhança relativamente a outros templos da sua autoria.
O alçado principal é seccionado por pilastras que o dividem em três corpos: dois laterais correspondentes às torres e um central, onde se abre o portal e a janela do coro. A torre prolonga-se sobre a cornija, em cantaria e com sineira em arco de volta perfeita, rematada por cúpula e pináculos nos ângulos. O portal, de verga recta, é encimado por frontão semicircular interrompido por cruz, exibindo, no tímpano, símbolos alusivos ao martírio de Santa Iria. Os alçados laterais são igualmente seccionados por pilastras, que têm correspondência no interior da nave e na marcação dos arcos dos tramos. Tal como no exterior, onde sobressaem as linhas depuradas e o aspecto sólido de toda a composição, no interior há uma enorme clareza na leitura do espaço, com as linhas estruturais a definir uma espécie de quadrícula nas paredes. Estas são seccionadas pelas já referidas pilastras, que se interrompem para dar lugar a uma dupla cornija: a primeira, de menores dimensões e que se desenvolve a partir da linha do coro alto, define o espaço onde se rasgam diversos vãos e as capelas. Por fim, o espaço entre ambas as cornijas é interrompido pelos arcos das capelas e aberto por janelas, registando-se ainda algumas pinturas quinhentistas e seiscentistas. A animar a rigidez destes alçados, um silhar de azulejo de cerca de 1750, alusivo a parábolas cristãs (SIMÕES, 1979, p. 302). Os altares colaterais de talha, assentam em estruturas de mármore.
A capela-mor, muito profunda e com abóbada pintada, exibe retábulo de embutidos marmóreos, muito ao gosto do que se fazia em Lisboa no final do século XVII (num contexto em que João Antunes foi um dos mais importantes artistas), e as paredes são revestidas por azulejos contemporâneos da edificação da fachada, de cerca de 1715 (CORREIA, 1956, p. 48-55, atribuiu o ano de 1695 com base na datação do lavabo da sacristia). Representam episódios da vida de Santa Iria, num desenho um pouco inocente.
A capela do Sacrário, coberta por abóbada de berço e com retábulo de talha, exibe azulejos alusivos à vida de Cristo e São Pedro.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPQuinta de Valflores
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejos datadosCORREIA, VergílioEdição1956Coimbra
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaATAÍDE, M. MaiaEdição1988LisboaLocal de Edição - Lisboa Data do Editor : 1988
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
"Valflores e um dia a casa veio abaixo", Revista LX, nº2, Lisboa, Nov. 2001, pp.30-31MATOS, José Sarmento deEdição2001

IMAGENS

Igreja Matriz de Santa Iria de Azóia. C.M.Loures, 2016.

Igreja Matriz de Santa Iria de Azóia. C.M.Loures, 2016.

Igreja Matriz de Santa Iria de Azóia. C.M.Loures, 2016.

Igreja Matriz de Santa Iria de Azóia. C.M.Loures, 2016.

Igreja Matriz de Santa Iria de Azóia. C.M.Loures, 2016.

Igreja Matriz de Santa Iria de Azóia. C.M.Loures, 2016.

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