Quinta da Regaleira, com o seu palácio, capela, torres, complexo subterrâneo e jardim, incluindo todos os elementos decorativos | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Quinta da Regaleira, com o seu palácio, capela, torres, complexo subterrâneo e jardim, incluindo todos os elementos decorativos | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Palácio da Regaleira / Palácio do Monteiro dos Milhões / Palácio da Quinta da Regaleira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Parque da Quinta da Regaleira (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Quinta | ||||||||||||
Tipologia | Quinta | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Lisboa/Sintra/Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim) | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Lisboa | ||||||||||||
Concelho | Sintra | ||||||||||||
Freguesia | Sintra (Santa Maria e São Miguel, São Martinho e São Pedro de Penaferrim) | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 5/2002, DR, I Série-B. n.º 42, de 19-02-2002 (ver Decreto) Edital N.º 459/98 de 23-10-1998 da CM de Sintra Despacho de homologação de 25-08-1998 do Ministro da Cultura Proposta de 19-08-1998 do IPPAR para a classificação como IIP Edital N.º 85/97 de 18-02-1997 da CM de Sintra Despacho de abertura de 26-09-1996 do vice-presidente do IPPAR Proposta de 20-09-1996 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura do processo de classificação Despacho de concordância de 20-09-1994 do presidente do IPPAR Parecer de 30-07-1993 do Conselho Consultivo do IPPAR a propora classificação como IIP Proposta de 26-04-1993 da CM de Sintra para a classificação como VC, após deliberação camarária de 15-4-1993 Proposta de classificação de 17-02-1993 de particular | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Conjunto | ||||||||||||
Património Mundial | Abrangido pela "Paisagem Cultural e Natural de Sintra", incluída na Lista de Património Mundial - MN (nº 7 do art.º 15.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de Setembro) | ||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 181702 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | As origens da quinta hoje denominada da Regaleira, então conhecida por quinta da Torre, parecem remontar ao ano de 1697, quando José Leite adquiriu uma vasta porção de terra situada nos limites da vila de Sintra. Em 1715, a propriedade é colocada em hasta pública e adquirida por Francisco Alberto Guimarães de Castro, que logo mandou realizar obras destinadas a abastecer uma mina da quinta com água canalizada da serra de Sintra. Em 1800 a quinta passa para a posse de João António Lopes Fernando, e trinta anos mais tarde para Manuel Bernardo, sendo então denominada Quinta da Regaleira. Pouco depois, em 1840, foi adquirida pela filha de Allen, um rico comerciante de vinho do porto, tendo esta recebido posteriormente o título de Baronesa da Regaleira. A maior parte das construções hoje existentes devem-se porém a António Augusto Carvalho Monteiro, proprietário a partir de 1892, homem de vasta cultura e riqueza. Os símbolos nacionalistas que encontramos na Regaleira, bem como o gosto revivalista no qual tão bem se inserem, resultam da conjugação do seu gosto e sensibilidade com o projecto do arquitecto e cenógrafo Luigi Manini (autor dos edifícios do palácio do Buçaco, do teatro de São Carlos em Lisboa, e do teatro La Scala em Milão, entre outros). As obras decorreram entre 1904 e 1910, tendo Carvalho Monteiro morrido em 1921. A propriedade passou então para os herdeiros, nomeadamente para a posse de Pedro Monteiro, tendo sido vendida em 1945; os projectos então existentes para a quinta passavam pela adaptação a hotel, nunca efectuada, até que a Câmara Municipal de Sintra a adquiriu, resultando daqui o seu restauro progressivo, e a sua abertura ao público. A quinta integra um magnífico jardim, constituído por árvores exóticas e vegetação abundante, que compõe um curioso percurso de características marcadamente cenográficas. Para este percurso, bem como para o imenso acervo iconográfico que compõe a profusa decoração de todo o palacete, anexos e jardins, pode apontar-se uma linha orientativa de cariz esotérico, conjugada com a simbólica nacionalista dos estilos arquitectónicos neo aqui utilizados. Assim se poderia entender o percurso dos jardins como viagem de teor iniciático, incluindo uma alameda ornada com estátuas de deuses clássicos, uma misteriosa gruta artificial abrigando um lago onde deveriam nadar brancos cisnes sob o olhar de uma mítica Leda, um terraço chamado das Quimeras, e ainda um bosque sombrio, cuja travessia apela a um silêncio introspectivo, proporcionando finalmente a visão da torre do palácio, com larga vista da serra. Particularmente impressionante, neste contexto, é o grande poço, conduzindo progressivamente o visitante até ao fundo, decorado com uma cruz templária e uma rosa-dos-ventos, através de uma descida espiralada; e ainda um túnel estreito, longo e escuro, que liga as profundezas da terra à visão de um terraço alteado e luminoso. A simbólica templária repete-se um pouco por toda a parte, na capela neo-manuelina e nas salas palacianas, que abrigam mobiliário feito por encomenda, tal como um imponente trono entalhado, sempre exibindo simbólica heráldica ou mitológica. A evocação da História de Portugal repete-se nos frisos com os reis portugueses, enquanto uma menção directa ao imaginário maçónico se poderá deduzir do tecto pintado da Sala das Virtudes, onde se encontram as personificações da Força, da Beleza e da Sabedoria. De facto, tem sido aventada a possibilidade de uma eventual filiação maçónica por parte de Carvalho Monteiro, de acordo com o espírito da época e com a inclinação intelectual de uma certa elite nacional. Aqui encontra localização privilegiada o espólio da colecção de artefactos maçónicos de Pisani Burnay, presentemente exposto no palácio da Regaleira. Silvia Leite | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Quinta do Relógio | ||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 10 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Arquitectura neomedieval portuguesa, 1780-1924 | ANACLETO, Regina | Edição | 1992 | Lisboa | Col. Textos Universitários de Ciências Sociais e Humanas, Fundação Calouste Gulbenkian - Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica |
A Arte em Portugal no Século XIX (2 vols.) | FRANÇA, José-Augusto | Edição | 1990 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1966 |
Quintas e palácios nos arredores de Lisboa | STOOP, Anne de | Edição | 1986 | Lisboa | |
O Neomanuelino ou a reinvenção da arquitectura dos Descobrimentos. | ANACLETO, Regina | Edição | 1994 | Lisboa | |
Contributos para o Programa de Intervenção na Quinta da Regaleira: Relatório do Trabalho de Fim de Curso de Arquitectura Paisagista (texto policopiado) | GOMES, Cláudia Ávila | Edição | 2002 | Lisboa | Universidade Técnica de Lisboa, Instituto Superior de Agronomia |
O Esoterismo na Quinta da Regaleira | MENDANHA, Vítor | Edição | 1998 | Lisboa | Ed. Hugin |
Quinta da Regaleira - história, símbolo e mito | PEREIRA, Paulo | Edição | 1998 | Sintra | Fundação Cultursintra |
Quinta da Regaleira - história, símbolo e mito | PEREIRA, Denise | Edição | 1998 | Sintra | Fundação Cultursintra |
Quinta da Regaleira - história, símbolo e mito | ANES, José | Edição | 1998 | Sintra | Fundação Cultursintra |
"Romantismo, Ultra-romantismo e... Alquimia na Pena e na Regaleira", texto apresentado ao V Colóquio Internacional "Discursos e Práticas Alquímicas", online , in http://www.triplov.com | GOMES, Cláudia Ávila | Edição | 2003 | ||
"Romantismo, Ultra-romantismo e... Alquimia na Pena e na Regaleira", texto apresentado ao V Colóquio Internacional "Discursos e Práticas Alquímicas", online , in http://www.triplov.com | FORTES, Mário | Edição | 2003 | ||
Sintra Património da Humanidade | RIBEIRO, José Cardim | Edição | 1998 | Sintra |
Quinta da Regaleira - Vista geral do palacete, tirada do Largo da Quinta do Relógio
Quinta da Regaleira - Acesso à propriedade
Quinta da Regaleira - Galilé inserida no muro principal da propriedade,a Norte da entrada principal
Quinta da Regaleira - Pormenor da decoração neo-manuelina do varandim da entrada principal
Quinta da Regaleira - Fachada ocidental do edifício principal (voltada à Rua Barbosa du Bocage)
Quinta da Regaleira - Pormenor da fachada ocidental
Quinta da Regaleira - Registo inferior da fachada setentrional
Quinta da Regaleira - Vista geral da fachada oriental e relação com o muro amuralhado da propriedade
Quinta da Regaleira - Fachada oriental do palacete
Quinta da Regaleira - Pormenor da fachada setentrional do palacete (cachorrada restaurada e elementos neo-manuelinos)
Palacete Vilar de Allen
Rua António Cardoso, nº 175
4150-081 Porto, Portugal
NIF 517 842 920
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