Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Real Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto
Designação
DesignaçãoReal Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto
Outras Designações / PesquisasReal Fábrica de Gelo de Montejunto (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Fábrica
TipologiaFábrica
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cadaval/Lamas e Cercal
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Quinta da SerraLamas Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.178146-9.050432
DistritoLisboa
ConcelhoCadaval
FreguesiaLamas e Cercal
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (ver Decreto)
(incluído igualmente na área de Paisagem Protegida da Serra de Montejunto, Decreto n.º 11/99, DR, I Série-B, n.º 169, de 22-07-1999 (ver Decreto))
Edital de 3-05-1996 do Ministro da Cultura
Despacho de homologação de 2-04-1996 do Ministro da Cultura
Parecer de 24-01-1995 da 1.ª Secção do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como MN
Despacho de abertura de 25-11-1992 do presidente do IPPAR
Proposta de 17-09-1991 do IPPC para a abertura da instrução de processo de classificação
Em 25-02-1986 foi solicitado à AEDPNCRA o envio de documentação para a instrução de processo de classificação
Proposta de 10-12-1985 da AEDPNCRA para que sejam tomadas medidas cautelares
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA Real Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto pode, também, ser designada por fábrica de neve. Denominação, aliás, mais correcta, reconhecendo-se, de imediato, a natureza técnica e económica do lugar industrial.
Considerada como um testemunho único em Portugal, esta tipologia fabril é um modelo técnico importado, coetâneo de uma cultura europeia, e não só, a partir, essencialmente, do século XVII - XVIII, certamente adaptado a condicionalismos geográficos e climatéricos. Os vestígios materiais encontrados são geralmente os poços - cuja função era a de armazenamento da neve, guardada entre Outubro e Maio e distribuída nas fases de estio.
Julião Pereira de Castro edificou os poços de armazenamento de neve da serra da Lousã e reedificou a fábrica de Montejunto pela década de oitenta de Setecentos. A placa que encima a porta mais nobre do edifício de armazenamento do gelo, a lembrar um espaço religioso, tanto pelas soluções construtivas ou evocativas da fachada, como pelo destaque que este edifício detém no conjunto da fábrica, onde se localizam 3 poços, refere - esta Fabrica cõ suas Pertesas c'oprou e reedificou Julião Prª de Castro Capitão de Malta Reposteiro e Neveiro da Casa Real no ultimo de Janeiro de 1782.
A designada Real Fábrica de gelo é uma fábrica privada, cujo produto também era vendido à Casa Real. Sem a presença de um forte ou arrojado equipamento tecnológico, nem de um motor centralizado, dependente de uma força motriz assente na energia hidráulica, este espaço produtivo, não deixa, contudo, de se inserir na lógica fabril, de produção rural, e muitas vezes próximo de um universo oficinal - como os pisões, por exemplo.
Para a obtenção do gelo foi equacionado um modelo racional, faseado de obtenção de gelo, dependente, apenas, aparentemente, de factores climatéricos e de elementos da natureza como a água. A racionalidade subjacente a este processo, a sua concentração num mesmo espaço, apesar da utilização de uma mecanização mínima, permite inferir a presença de um pensamento produtivo já muito distante apenas da recolha da neve e do seu consequente armazenamento, permitindo-nos falar em fábrica.
Para além dos vestígios materiais que ainda se encontram in situ, seria necessário todo um conjunto de instrumentos, já hoje desaparecidos. Sumariamente, referenciam-se três áreas funcionais que se podem comparar com secções de fabrico localizadas e implantadas em paisagem natural, integrando-a, funcionando duas delas ao ar livre.
Identificam-se, assim, a área da extracção da água, constituída por dois poços, uma casa da nora e um tanque grande; a da fabricação do gelo por processos naturais composta por um conjunto de 44 tanques de pequena profundidade, articulados entre si, por um sistema de condução da água a partir do tanque grande da área da extracção e a do armazenamento e expedição do gelo, referente aos poços de armazenamento do gelo, implantando-se as duas primeiras áreas numa plataforma natural e os poços num terreno em declive.
Este é o conjunto funcional chegado até nós. Consultando, no entanto, documentação diversa e tendo presente que este lugar funcional teve vários momentos de construção, sabemos hoje que esta fábrica era maior. No seu momento mais áureo, teria:
a)Na área de extracção da água - dois poços, uma lagoa.
b)Na área de fabricação do gelo - duas secções de tanques de congelação.
c)Na área de depósito do gelo - uma estrutura contrafortada que integraria os poços de armazenagem do gelo.
15.04.2006
Deolinda Folgado
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens4
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"À procura de uma identidade. Da Real Fábrica de Gelo à Fábrica da Neve da Serra de Montejunto", Revista Estudos / Património, nº9, pp.135-149FOLGADO, DeolindaEdição2006Lisboa
Lisboa. Tempos IdosCÂNCIO, FranciscoEdição1957Lisboa
"O fornecimento de neve a Lisboa", Boletim da Junta de Província da Estremadura, pp. 71-79CÂNCIO, FranciscoEdição1951Lisboa
"Real Fábrica de gelo de Montejunto: seu estudo e preservação", Actas do 1º Seminário do Património da Região Oeste, pp. 137-151CARVALHO, EmanuelEdição1995Bombarral
Os Neveiros de sua MagestadeHERLANDER, MachadoEdição1986Castanheira de Pêra
"À procura de uma Identidade. Da Real Fábrica de Gelo à Fábrica de Neve da serra de Montejunto", Estudos - Património (no prelo)FOLGADO, DeolindaEdição2006Lisboa
"Real Fábrica do Gelo". Monumentos, nº 15, pp. 121-137LOURENÇO, Fernando SeverinoEdição2001Lisboa
"Real Fábrica do Gelo". Monumentos, nº 15, pp. 121-137ALMEIDA, Fernando-AntónioEdição2001Lisboa
"Real Fábrica do Gelo". Monumentos, nº 15, pp. 121-137MESTRE, VíctorEdição2001Lisboa
"Real fábrica de gelo de Montejunto", Actas das IV Jornadas Arqueológicas, pp. 147-152LOURENÇO, Fernando SeverinoEdição1991Lisboa
"Real fábrica de gelo de Montejunto", Actas das IV Jornadas Arqueológicas, pp. 147-152CARVALHO, EmanuelEdição1991Lisboa
"As Actividades Industriais. Os neveiros da Serra de Montejunto", O Trabalho e as Tradições Religiosas no Distrito de Lisboa, Exposição de Etnografia, pp.176-179Edição1991Lisboa

IMAGENS

Real Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto - Zona onde a água era congelada em tanques

Real Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto - Zona envolvente

Real Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto - Construções ligadas ao fabrico e armazenamento do gelo

Real Fábrica de Gelo da Serra de Montejunto - Fachada principal

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt