Igreja da Misericórdia de Arraiolos | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja da Misericórdia de Arraiolos | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja da Santa Casa da Misericórdia de Arraiolos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Évora/Arraiolos/Arraiolos | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Évora | ||||||||||||
Concelho | Arraiolos | ||||||||||||
Freguesia | Arraiolos | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MIP - Monumento de Interesse Público | ||||||||||||
Cronologia | Portaria n.º 740-FF/2012, DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012 (ver Portaria) Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 26-11-2012 da diretora-geral da DGPC Anúncio n.º 13370/2012, DR, 2.ª série, n.º 169, de 31-08-2012 (ver Anúncio) Parecer de 5-12-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura a propor a classificação como MIP Procedimento prorrogado até 31-12-2012 pelo Decreto-Lei n.º 115/2011, DR, 1.ª série, n.º 232, de 5-12-2011 (ver Diploma) Procedimento prorrogado pelo Despacho n.º 19338/2010, DR, 2.ª série, n.º 252, de 30-12-2010 (ver Despacho) Nova proposta de 15-03-2010 da DRC do Alentejo Proposta de 12-12-2009 da DRC do Alentejo para a classificação como IIP Despacho de abertura de 14-01-1995 do presidente do IPPAR Proposta de 9-11-1995 da DR de Évora do IPPAR para a abertura da instrução do processo de classificação Em 9-10-1995 a CM de Arraiolos enviou documentação para instruir o processo Processo iniciado em 1987 no IPPC | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 740-FF/2012, DR, 2.ª série, n.º 252 (suplemento), de 31-12-2012 (sem restrições) (ver Portaria) Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 26-11-2012 da diretora-geral da DGPC Anúncio n.º 13370/2012, DR, 2.ª série, n.º 169, de 31-08-2012 (ver Anúncio) Parecer favorável de 5-12-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura Proposta de 12-12-2009 da DRC do Alentejo | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 22051577 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Fundada a 14 de Abril de 1524 (data da aprovação do duque de Bragança), e
depois dos "juízes e oficiais da governança, os fidalgos, cavaleiros, escudeiros, mercadores e oficiais" (RIVARA, 1979, p.130) da vila se terem manifestado, junto do Ouvidor do Duque, pela necessidade da confraria, a Misericórdia de Arraiolos viu ser-lhe anexado, de imediato, o hospital. Foi na capela deste, até aí administrado pela confraria do Espírito Santo, que instituiu a sua sede, situação que se prolongou mesmo após a separação de ambas as instituições, em 1535. Na verdade, somente na segunda metade do século XVI foi possível à Mesa adquirir as casas pertencentes a João Rodrigues da Murteira, e iniciar a edificação da igreja e demais dependências. Esta demora na construção de uma sede própria deverá encontrar justificação na procura de um local estratégico, próximo dos centros de poder que se vinham definindo desde o abandono do castelo e a instalação definitiva no sopé da encosta e rossio, no decorrer dos séculos XV e XVI (CARREIRA, 1995, p.74). As obras da igreja correram céleres, graças ao apoio do Duque de Bragança, D. Teodósio II, que disponibilizou, também, os artistas que para ele trabalhavam. Foi o caso do mestre pedreiro de Vila Viçosa, Manuel Rodrigues, responsável pela direcção dos trabalhos, e pela execução do portal, entre 1587-1588, em colaboração com Rui Dias. Iniciado em 1585-1586, o templo já estava em condições de receber o forro de carpintaria em 1598 (SERRÃO, 1998, p.127). As campanhas artísticas do interior remontam a este período, e a execução do retábulo-mor empregou carpinteiros e douradores oriundos de Évora, entre os quais se destaca o entalhador Ascenso Fernandes (IDEM). As tábuas, pagas pela Misericórdia em 1602-1603, têm vindo a ser atribuídas ao pintor privativo do duque de Bragança, André Peres. Apeadas em data próxima de 1780, aquando a substituição pelo actual retábulo, encontram-se, hoje, separadas e distribuídas pela igreja e outras dependências (IDEM, pp.128-137). A esta campanha quinhentista, sucederam diversas intervenções, ao longo de todo o século XVIII, que visaram actualizar o templo em relação à nova linguagem barroca da talha e do azulejo, mas também em relação à liturgia, encontrando-se os retábulos com ampla tribuna para a exposição do Santíssimo, mais conformes às normas vigentes. Deste período data o cadeiral dos mesários, na nave do lado da Epístola, e que é uma obra de transição dos reinados de D. Pedro II e D. João V (ESPANCA, 1975). Já da década de 1760 são os trabalhos em estuque da fachada, e ao seu remate, em empena recortada, que assim se conjugou com a linguagem maneirista do portal e dos dois frontões triangulares que se lhe sobrepõem. No interior, a principal novidade residiu no revestimento azulejar da nave e transepto, com representações das Obras de Misericórdia espirituais e corporais, e cuja autoria tem vindo a ser atribuída a Policarpo de Oliveira Bernardes. A documentação conhecida não permite confirmar esta ideia, sabendo-se apenas que o azulejador Joaquim Gomes foi pago em 1753 (data pintada nos azulejos sobre o guarda-vento) pela "obra que fez na igreja" (SERRÃO, 1998, p.126). Mais tarde, já no final do século, o primitivo retábulo foi apeado, o que terá implicado mudanças na configuração planimétrica do templo (passando então a planta de cruz latina), uma vez que este não dispunha de capela-mor profunda, encontrando-se o retábulo à face do cruzeiro (RIVARA, 1979, p.135). O novo, foi executado por Sebastião de Abreu do Ó, entalhador eborense, substituído por motivo de doença, por José Rosado, que concluiu a cimalha e, anos mais tarde, realizou o revestimento do arco triunfal (IDEM). Desta forma, concluía-se o ciclo de renovação tardo-barroca, iniciada pelos azulejos, com um importante ciclo narrativo e propagandístico da actividade da confraria, e prolongando-se até ao final da centúria de Setecentos. (Rosário Carvalho) | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 21 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 9 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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Memorias da Villa de Arrayolos | RIVARA, Joaquim Heliodoro da Cunha | Edição | 1999 | Arraiolos | Publicado a 1983 Keywords Arraiolos |
Azulejaria em Portugal no século XVIII | SIMÕES, J. M. dos Santos | Edição | 1979 | Lisboa | |
Inventário Artístico de Portugal - vol. VIII (Distrito de Évora, Zona Norte, volume I) | ESPANCA, Túlio | Edição | 1975 | Lisboa | O vol. II é totalmente dedicado às ilustrações. |
As Misericórdias | GOODOLPHIM, Costa | Edição | 1897 | Lisboa | |
"As Misericórdias: um património artístico da humanidade", 500 Anos das Misericórdias Portuguesas, pp. 135-164 | MOREIRA, Rafael | Edição | 2000 | Lisboa | |
"Misericórdia de Arraiolos", A Cidade de Évora, nº 51 - 52, pp. 123 - 127 | ESPANCA, Túlio | Edição | 1969 | Évora | |
"Uma obras desconhecida do pintor maneirista André Peres: as tábuas do antigo retábulo da Misericórdia de Arraiolos", Callipole, n.º 5/6, pp. 123-140 | SERRÃO, Vítor | Edição | 1998 | Vila Viçosa | |
"A família Oliveira Bernardes", A Águia, 2ª série, n.º 71-72, pp. 196-208 | CORREIA, Virgílio Nuno Hipólito | Edição | 1918 | Porto | |
Subsídios para o estudo da evolução urbana na Vila de Arraiolos , Dissertação de Mestrado em Recuperação do Património Arquitectónico e Paisagístico, apresentada à Universidade de Évora | CARREIRA, Maria Isabel Marreiros | Edição | 1995 | Évora |
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Fachada principal
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Fachada principal: portal
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Fachada principal: pormenor do remate do portal com inscrição
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Fachada principal: registo superior (janelão e remate)
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: arco triunfal e capela-mor
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: nave e capela-mor
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Planta de localização
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Fachada lateral direita (sudeste)
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior da capela-mor: tribuna lateral
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: nave e portal de entrada
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: cadeiral dos Irmãos na parede lateral da nave
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Fachada principal
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: pormenor da abóbada do braço do transepto
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: arco triunfal e capela-mor
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior da capela-mor: retábulo-mor e tribunas laterais
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: braço do transepto com revestimento azulejar (lado da Epístola)
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior da capela-mor: retábulo-mor e tecto com pintura mural
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: nave e capela-mor
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Interior: pormenor da abóbada do cruzeiro e remate do arco triunfal da capela-mor
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Vista geral
Igreja da Misericórdia de Arraiolos - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor