Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Quinta do Molha Pão
Designação
DesignaçãoQuinta do Molha Pão
Outras Designações / PesquisasCasa da Quinta do Molha Pão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Quinta
TipologiaQuinta
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Sintra/Queluz e Belas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Estrada da CarregueiraBelas Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.795582-9.299113
DistritoLisboa
ConcelhoSintra
FreguesiaQueluz e Belas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 740-DE/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 (suplemento), de 24-12-2012 (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 22-10-2012 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 13105/2011, DR, 2.ª série, n.º 181, de 20-09-2011 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 28-03-2007 do presidente do IPPAR
Parecer favorável de 19-03-2007 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Nova proposta de 29-12-2006 da DR de Lisboa do IPPAR
Proposta de 29-03-1999 da DR de Lisboa do IPPAR para a alteração da delimitação e da designação
Edital N.º 177 de 23-04-1997 da CM de Sintra
Proposta de 8-04-1997 do proprietário para redução dos limites do conjunto a classificar
Despacho de classificação de 31-05-1996 do Ministro da Cultura
Parecer de 7-05-1996 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP
Propostade 20-09-1993 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução de processo de classificação
Proposta de classificação de 3-09-1993 da DGEMN
ZEPPortaria n.º 740-DE/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 (suplemento), de 24-12-2012 (sem restrições) (ver Portaria)
Relatório final do procedimento aprovado por despacho de 22-10-2012 do diretor-geral da DGPC
Anúncio n.º 13105/2011, DR, 2.ª série, n.º 181, de 20-09-2011 (ver Anúncio)
Despacho de concordância de 28-03-2007 do presidente do IPPAR
Parecer favorável de 19-03-2007 do Conselho Consultivo do IGESPAR, I.P.
Proposta de 29-12-2006 da DR de Lisboa
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA longa reconstrução da casa da Quinta do Molha Pão, que decorreu entre o último quartel do século XVII e o primeiro da centúria seguinte, encontra-se bem patente nas características do imóvel, cuja arquitectura segue um modelo maneirista de grande depuração, mas animada por uma decoração barroca, que tira partido dos revestimentos azulejares para criar um ambiente de grande aparato.
As primeiras referências conhecidas datam de 1633, mais precisamente, de 19 de Novembro, e encontram-se num documento pelo qual Antão Gonçalves se comprometia a pagar o foro relativo à Quinta a António Correia, senhor da casa e vila de Belas (STOOP, p. 198). Seria preciso esperar até 1682 para que toda a propriedade se tornasse posse da família Barberino, na qual ainda hoje se mantém. Bartolomeu Quifel Barberino era natural de Itália, e foi conselheiro dos reis D. Pedro II e D. João V. A crer na lápide que se encontra sobre a entrada, aí mandada colocar pela sua bisneta em 1952 (no mesmo ano em que adquiriu a Quinta), o primeiro Barberino instituiu-a como morgado. Naturalmente, já existiam edifícios de habitação e outros anexos no local, mas não deveriam satisfazer o conselheiro do rei, que os mandou reformular. Não sabemos quando ficaram concluídas as obras, mas é possível que à data da sua morte, em 1719, boa parte da decoração do interior estivesse já terminadas.
O novo edifício pauta-se pela linearidade e depuração que caracterizou a arquitectura civil do século XVII: marcada por sucessivos problemas políticos com reflexos a diferentes níveis, a construção senhorial nesta centúria foi em número reduzido, pautando-se por um certo conservadorismo e simplicidade, de que a Casa da Quinta do Molha-Pão é um bom exemplo (AZEVEDO, 1969). Se em determinados casos se optou pela novidade da planta em U, nesta casa de Belas o desenvolvimento planimétrico privilegiou a forma rectangular, de volumes simples e com a capela no seguimento da habitação, cuja fachada é, também, um prolongamento do frontispício da casa. Este, pauta-se por um ritmo regular na abertura dos vãos, apresentando, ao centro, uma escadaria de dois lanços convergentes, que permitem o acesso ao andar nobre. Nesta medida, o alçado mais interessante é o posterior, com duas loggia de linguagem clássica, de arcaria tripla, nas extremidades do alçado. O seu interior é revestido por azulejos que ilustram cenas galantes, mas são de época mais avançada, pois o seu desenho é mais próximo do ciclo da grande produção joanina.
Contemporâneos do impulsionador da primeira campanha decorativa são os painéis de azulejo que revestem as salas, representando cenas pastoris, caçadas, episódios galantes, jardins com imponentes fontes, ou cenas mitológicas, como as Metamorfoses de Ovídio, e cuja execução tem vindo a ser atribuída a um pintor identificado pelas iniciais P.M.P., activo na segunda e terceira décadas do século XVIII. Na loggia, no salão e no quarto do Conde de Anadia (proprietário do imóvel no século XIX), os azulejos são, como já referimos, de época mais avançada. Em todos os compartimentos é visível, no entanto, a preocupação em adaptar os temas representados á funcionalidade de cada espaço, o que denuncia um programa único, possivelmente encomendado por Bartolomeu Quifel Barberino, mas apenas concluído depois da sua morte (STOOP, p. 201).
Uma última referência para a capela, cujos azulejos integram este espaço apenas desde 1899, data em que o palácio Galvão Mexia, em Lisboa, foi demolido, e o então proprietário da Quinta do Molha-Pão os adquiriu e aplicou na capela de sua casa. São exemplares holandeses, representando a vida de Cristo, que datam de 1707, e foram executados por Willem van der Kloet. Para além deste conjunto de seis painéis, ganha especial importância no interior da capela o tecto pintado com motivos de folhas de acanto, e o retábulo, em trompe l'oeil a imitar talha, exibindo, ao centro, uma pintura do orago da capela, Nossa Senhora do Rosário.
(RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens45
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria em Portugal no século XVIIISIMÕES, J. M. dos SantosEdição1979Lisboa
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Quintas e palácios nos arredores de LisboaSTOOP, Anne deEdição1986Lisboa
"Mais azulejos holandeses em Portugal", Belas Artes - Revista e Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, n.º 13-14, pp. 53-61.SIMÕES, J. M. dos SantosEdição1959Lisboa
Os azulejos de Willem van der Kloet em Portugal (catálogo da exposição)AA.VV.Edição1994Lisboa

IMAGENS

Quinta do Molhão Pão - Portal de acesso ao pátio

Quinta do Molhão Pão - Fachada posterior voltada ao jardim formal

Quinta do Molhão Pão - Pátio: fachada principal da casa (com escadaria dupla)

Quinta do Molhão Pão - Zona agrícola envolvente

Quinta do Molhão Pão - Pátio: fachada principal da casa

Quinta do Molhão Pão - Pátio: vista parcial do edifício agrícola

Quinta do Molhão Pão - Zona agrícola envolvente

Quinta do Molhão Pão - Pátio: edifício agrícola

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: pormenor de ribeira

Quinta do Molhão Pão - Pátio: edifícios agrícolas

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: repreza da ribeira

Quinta do Molhão Pão - Zona agrícola envolvente

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: currais

Quinta do Molhão Pão - Coberturas dos edifícios anexos

Quinta do Molhão Pão - Pedra com inscrição

Quinta do Molhão Pão - Zona agrícola envolvente

Quinta do Molhão Pão - Pátio: portão de acesso

Quinta do Molhão Pão - Zona agrícola envolvente

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: muro delimitador

Quinta do Molhão Pão - Interior do edifício agrícola: estrutura do telhado

Quinta do Molhão Pão - Muro delimitador com passagem

Quinta do Molhão Pão - Pátio: edifícios agrícolas

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: muro com levada

Quinta do Molhão Pão - Jardim: alamada de buxo

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: vista parcial de edifício em ruínas

Quinta do Molhão Pão - Edíficio agrícola junto do portal de acesso ao pátio

Quinta do Molhão Pão - Fachada posterior: portão de acesso ao jardim formal

Quinta do Molhão Pão - Edifício agrícola anexo: fachada voltada ao terreiro

Quinta do Molhão Pão - Jardim: tanque

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: edifício em ruínas

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: portão de ferro

Quinta do Molhão Pão - Jardim: tanque

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: pomares

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: edifício em ruínas

Quinta do Molhão Pão - Fachada lateral da casa

Quinta do Molhão Pão - Edifício anexo: fachada voltada ao terreiro

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: caixa da mina de água

Quinta do Molhão Pão - Vista parcial do jardim

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: edifício em ruínas

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: edifício em ruínas

Quinta do Molhão Pão - Zona envolvente: pormenor do edifício em ruínas

Quinta do Molhão Pão - Fachada posterior da casa voltada ao jardim formal

Quinta do Molhão Pão - Zona agrícola envolvente

Quinta do Molhão Pão - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

Quinta do Molhão Pão - Planta com a delimitação e a ZP em vigor até ser fixada a ZEP

MAPA

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