Igreja de São Tiago de Palmela, compreendendo o túmulo de D. Jorge de Lencastre | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de São Tiago de Palmela, compreendendo o túmulo de D. Jorge de Lencastre | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja de Santiago de Palmela / Igreja de Santiago do Castelo / Convento e Igreja de Santiago de Palmela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Setúbal/Palmela/Palmela | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Setúbal | ||||||||||||
Concelho | Palmela | ||||||||||||
Freguesia | Palmela | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 62/2010, DR, 2.ª Série, n.º 12, de 19-01-2010 (com ZNA) (fixou nova ZEP e revogou o diploma anterior) (ver Portaria) Edital N.º 01/DP/07 de 20-03-2007 da CM de Palmela Despacho de homologação de 26-02-2007 da Ministra da Cultura Despacho de concordância de 18-07-2006 da vice-presidente do IPPAR Parecer favorável de 28-06-2006 do Conselho Consultivo do IPPAR Informação favorável de 25-11-2005 da DR de Lisboa Nova proposta de alteração de 7-06-2005 da CM de Palmela Poposta de alteração de 31-11-1999 da CM de Palmela, para corrigir os limites urbanos da mesma Portaria n.º 944/85, DR, I Série, n.º 288, de 14-12-1985 (fixou a ZEP do Castelo de Palmela, da Igreja de Santiago e do Pelourinho de Palmela) (ver Portaria) Edital de 22-02-1984 da CM de Palmela Despacho de homologação de 17-05-1975 do do Secretário de Estado da Cultura e Educação Permanente Parecer favorável de 2-05-1975 da 4.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE Em 22-03-1975 a DGEMN enviou a planta retificada, de acordo com o parecer da JNE Despacho de homologação de 24-01-1975 do Secretário de Estado da Cultura e Educação Permanente Parecer de 24-01-1975 da 4.ª Subsecção da 2.ª Secção da JNE a propor a alteração da ZEP proposta Proposta de 7-12-1974 da DGEMN | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria n.º 62/2010, DR, 2.ª, n.º 12, de 19-01-2010 Portaria n.º 944/85, DR, I Série, n.º 288, de 14-12-1985 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913729 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A importância da igreja de Santiago de Palmela ultrapassa, em muito, a esfera da Ordem de Santiago, a cuja instituição se deve a sua edificação. Como provou Vieira da SILVA, 1989, p.47, o monumento apresenta uma simplificação estrutural e uma linearidade construtiva que encontra eco em outras tendências europeias e contemporâneas do Gótico internacional, em particular na Alemanha. O despojamento desta arquitectura tem sido, justamente, um dos aspectos mais focados, facto que lhe confere o estatuto de monumento "de maior monumentalidade" saído da corrente linear inaugurada com o claustro afonsino do Mosteiro da Batalha (IDEM, p.45). A sua construção relaciona-se com o estabelecimento definitivo da sede da Ordem em Palmela, "que era la caveça de la encomienda mayor" da instituição (FERNANDES, 2004, cit. Fr. Jeronimo Román), facto que ocorreu na viragem para a década de 40 do século XV. O período de maior incremento terá ocorrido durante o mestrado de D. Fernando (DIAS, 1994, p.166), pai de D. Manuel, que geriu os destinos dos santiaguistas entre 1460 e 1470. Finalmente, em 1482, consumou-se a transferência total das estruturas da Ordem, data que se admite coincidir com o final, ou uma etapa já bastante avançada, das obras na igreja. Volumetricamente, o templo compõe-se de dois espaços justapostos, correspondentes ao corpo e à capela-mor. Aquele é tripartido e seccionado em cinco tramos, com nave central mais larga e alta que as laterais, embora exista uma tendência clara para a uniformização espacial. Este facto coloca o edifício num lugar de destaque no caminho que levará às igrejas-salão manuelinas, verificando-se aqui um passo prévio a essa realidade, ainda que relativamente longe pela robustez dos pilares, a pouca elevação dos pilares ou a não unificação das três linhas de abóbadas (SILVA, 1997, pp.70-71), a que se poderia juntar a sensação de túnel que a nave central adquire na orientação do olhar rumo à capela-mor, que assim subalterniza as colaterais (PEREIRA, 1995, vol. II, p.29). A cabeceira era originalmente de dois tramos abobadados e dotada de contrafortes escalonados. A fachada principal denuncia a austeridade e o despojamento que encontraremos depois no interior. A sua organização pode considerar-se habitual, em empena triangular de três panos, tendo o central dois registos, com portal principal inscrito em gablete, no inferior, e óculo circular, no superior. O portal principal, todavia, é diferente da maioria das entradas monumentais góticas, uma vez que não possui quaisquer capitéis ou impostas salientes, constituindo assim o principal elemento da "iconofobia" com que Paulo PEREIRA, 1995, vol. II, p.29 se lhe refere, autor que reconhece também nesta total ausência de decoração e tendência para a austeridade, um "revivalismo das formas puras e rigoristas" da arquitectura cisterciense dos séculos XII e XIII. Após a conclusão das obras, devem ter-se realizado melhoramentos quase imediatamente. Assim o sugere Paulo Pereira (IDEM, p.28), ao atribuir o coro-alto, que ocupa o primeiro tramo da igreja, à década de 70 do século XV, "quase por certo o primeiro a ser construído em Portugal". Durante a primeira metade do século XVI, sob o impulso de D. Jorge, filho de D. João II, a igreja foi objecto de várias alterações. A principal diz respeito à capela-mor, a que se acrescentou mais um tramo e o coroamento com ameias. Por essa altura, o interior do templo servia de local de enterramento dos mestres da Ordem, e foi aqui que D. Jorge escolheu sepultar-se, em arca prismática dentro de arcossólio cairelado, na nave lateral Norte. Ao longo da época moderna, identificam-se algumas alterações importantes: de ambos os lados rasgaram-se duas capelas, em particular a do Santíssimo Sacramento, que rompia, pelo lado Norte, a simetria do conjunto; na capela-mor abriram-se janelões barrocos e de 1700 datava o antigo retábulo-mor, obras suprimidas no restauro efectuado pela DGEMN na década de 30 do século XX. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | Castelo de Palmela | ||||||||||||
Nº de Imagens | 17 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 14 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A Arquitectura Gótica em Portugal | CHICÓ, Mário Tavares | Edição | 1981 | Lisboa | |
O Tardo-Gótico em Portugal, a Arquitectura no Alentejo | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 1989 | Lisboa | |
A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
O fascínio do fim | SILVA, José Custódio Vieira da | Edição | 1997 | Lisboa | |
"As grandes edificações", História da Arte Portuguesa, vol. II, pp.11-113 | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2002 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2002 | Lisboa | |
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I | DIAS, Pedro | Edição | 2002 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico) | DIAS, Pedro | Edição | 1986 | Lisboa | |
Notas de uma visita ao castelo de Palmela e seu convento | LANDEIRO, José Manuel | Edição | 1959 | Setúbal | |
"As inscrições do Castelo de Palmela", Revista de Arqueologia, vol. III, separata, pp.3-14 | SOUSA, J. M. Cordeiro de | Edição | 1937 | Lisboa | |
O Castelo de Palmela. Do islâmico ao cristão | FERNANDES, Isabel Cristina Ferreira | Edição | 2004 | Palmela | |
"Palmela: programa de recuperação e animação do Castelo e intervenção arqueológica", Al-Madan, 2ª Série, nº2, pp.134-135 | FERNANDES, Isabel Cristina Ferreira | Edição | 1993 | Almada | |
O castelo e a Ordem de Santiago na história de Palmela, catálogo de exposição | PEREIRA, Fernando António Baptista | Edição | 1990 | Palmela | |
Monografia de Palmela | FORTUNA, António Matos | Edição | 1982 | Palmela |
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: arcaria Sul da nave
Igreja de São Tiago de Palmela - Réplica do painel de Santiago combatendo os mouros, na actual capela-mor
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: arcossólio com arca tumular de D. Jorge da Costa (nave lateral Norte)
Igreja de São Tiago de Palmela - Portaria n.º 944/85, DR, I Série, n.º 288, de 14-12-1985- Texto e planta do diploma (já revogado pela Portaria n.º 62/2010, DR, 2.ª Série, n.º 12, de 19-01-2010)
Igreja de São Tiago de Palmela - Fachada lateral direita
Igreja de São Tiago de Palmela - Fachada principal: portal e rosácea
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: janela do tramo da nave com vestígios de revestimento azulejar
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: abóbada com nervuras
Igreja de São Tiago de Palmela - Fachada principal
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior da capela-mor: porta de acesso à sacristia
Igreja de São Tiago de Palmela - Fachada principal: portal e rosácea
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: pormenor de painel de azulejos sobre o arco de tramo da nave
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: pormenor de abóbada com pintura mural
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: nave e coro-alto
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: nave e capela-mor
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: capela-mor
Igreja de São Tiago de Palmela - Interior: pormenor de armas reais em tampa de sepultura
Palacete Vilar de Allen
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