Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Santa Engrácia
Designação
DesignaçãoIgreja de Santa Engrácia
Outras Designações / PesquisasPanteão Nacional / Igreja (incompleta) de Santa Engrácia (designação do diploma de classificação) (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Panteão
TipologiaPanteão
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/São Vicente
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Campo de Santa ClaraLisboa Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.714949-9.124714
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaSão Vicente
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 251/70, DG, I Série, n.º 129, de 3-06-1970 (esclareceu que «é o actual Panteão Nacional») (ver Decreto)
Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPEm 22-11-2017 a CM de Lisboa enviou as suas observações sobre a proposta
Em 2-08-2017 foi solicitado o parecer da CM de Lisboa sobre a proposta
Proposta de 19-06-2017 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC
Despacho de 18-10-2011 do diretor do IGESPAR, I.P. a concordar com o parecer e a devolver o processo à DRC de Lisboa e Vale do Tejo para apresentar propostas de ZEP individuais, ou conjuntas nos casos em que tal se justifique
Parecer de 10-10-2011 da SPA do Conselho Nacional de Cultura a propor o arquivamento
Proposta de 22-08-2006 da DR de Lisboa para a ZEP conjunta do Castelo de São Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa Pombalina e imóveis classificados na sua área envolvente
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santa Engrácia, tal como hoje a conhecemos, é o resultado de um projecto de 1683, da autoria de João Antunes, mas que apenas foi concluído em 1966 pelos arquitectos da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais. A morte do arquitecto régio, em 1712, implicou o quase abandono da obra, preterida por D. João V. Foi necessário esperar pela política de recuperação dos monumentos nacionais empreendida pelo Estado Novo para que Santa Engrácia tivesse, por fim, a sua cúpula. Não foi, no entanto, um final feliz, pois a tentativa de construir de acordo com o gosto e o projecto da época de João Antunes, consubstanciou-se numa abóbada "demasiado desproporcionada para a sólida estruturação espacial definida no projecto" (MANTAS, 2002; SERRÃO, 2003, p. 162).
A história do culto, neste local, a santa Engrácia, mártir natural da cidade de Braga (século XII), remonta ao século XVI, e deve-se à iniciativa da Infanta D. Maria, filha do rei D. Manuel, que ordenou a edificação de uma primeira igreja, de reduzidas dimensões, para albergar as relíquias da santa (GOMES, 2001, p. 235). O Papa concedeu a autorização em 1568, e as obras devem ter sido logo iniciadas. A exiguidade do primeiro espaço terá levado a que Filipe I e D. Jorge de Almeida impulsionassem um novo projecto, anterior a 1585 (data da morte do segundo), e desenhado por Nicolau de Frias, mas, muito possivelmente, apenas iniciado cerca de 1606 (GOMES, 2001, p. 237).
Em 1621 há notícia de outro plano, da autoria de Teodósio de Frias, que deveria acabar a obra do pai. Contudo, em 1630 ocorreu o célebre roubo do Santíssimo Sacramento, originando a criação de uma nobre irmandade (Confraria dos Escravos do Santíssimo Sacramento), que promoveu, nos anos subsequentes, a construção de uma nova capela-mor, como forma de desagravo. Desenhada por Mateus do Couto, Velho (a primeira pedra foi lançada em 1632), acabaria por ruir em 1681.
Contudo, e mau grado o investimento efectuado, a Confraria decidiu demolir o templo e edificar um outro de raiz, com certeza, em maior consonância com os seus objectivos e crenças políticas e religiosas. João Antunes apresentou a planta em 1683 e a primeira pedra foi lançada por D. Pedro no ano seguinte. Subsistem, no entanto, outros desenhos de Santa Engrácia, permanecendo ainda por esclarecer a questão da existência ou não de um concurso. De acordo com Paulo varela Gomes (2001, p. 272), o que importa perceber é que todos os arquitectos concordavam com a proposta de um plano centralizado (com zimbório e torres na fachada). Aqui podemos adivinhar várias questões: o culminar das experiências centralizadas da corte brigantina, a omnipresente devoção ao Santíssimo Sacramento (tão cara à Confraria), a evocação do templo de Jerusalém, a ideia de martyrium ligada ao culto da santa, uma espécie de fortaleza contra os infiéis (evidente no carácter compacto do templo), e num âmbito político-religioso, a vitória da corrente integrista e da Inquisição, que ressurgia neste momento, contra a burguesia cristã-nova (GOMES, p. 271).
No plano da arquitectura, Santa Engrácia segue a proposta, ainda que simplificada, de Peruzzi (desenhada por Serlio) para São Pedro de Roma (PEREIRA, 1999, p. 40; GOMES, 2001, p. 281), materializando "o melhor da mais erudita leitura portuguesa das correntes estrangeiras", sem esquecer a lição nacional, bem presente na depuração dos alçados, com panos quase cegos, ou na importação dos frontões das janelas de São Vicente de Fora. O ondulamento dos panos murários, a par do estatismo da planta, revela uma interpretação nacional muito própria que faz deste templo um exemplo quase único no nosso país, fechando um ciclo mas iniciando um outro, clássico e "congelado", que se ligaria ao aqueduto e, mais tarde, à baixa pombalina (GOMES, 1988, p.15).
(Rosário Carvalho)
ProcessoCampo de Santa Clara Rua da Verónica Rua de São Vicente Rua do Mirante Calçada do Cascão
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens118
Nº de Bibliografias12

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura Portuguesa Chã - Entre as Especiarias e os Diamantes 1521-1706KUBLER, GeorgeEdição1988Lisboa
"O barroco do século XVII: transição e mudança", História da Arte Portuguesa, vol.3,, pp.11-49PEREIRA, José FernandesEdição1995Lisboa
João Antunes Arquitecto, 1643-1712BIRG, ManuelaEdição1988Lisboa
Arquitectura, Religião e Política em Portugal no século XVII - A Planta CentralizadaGOMES, Paulo VarelaEdição2001Porto
"Resistências e aceitação do espaço barroco: a arquitectura religiosa e civil", História da Arte em Portugal, vol. 8PEREIRA, José FernandesEdição1986LisboaVolume 8
O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa
A cultura arquitectónica e artística em Portugal no séc. XVIIIGOMES, Paulo VarelaEdição1988Lisboa
Igreja de Santa Engrácia / Panteão NacionalBIRG, ManuelaEdição1988Lisboa
Igreja de Santa Engrácia / Panteão NacionalCALADO, Teresa GilEdição1988Lisboa
O Panteão Nacional. Memória e afirmação de um ideário em decadência. A intervenção da DGEMN na Igreja de Santa EngráciaMANTAS, HelenaEdição2002LisboaTese de mestrado
"Santa Engrácia, Igreja de", Dicionário da Arte Barroca em Portugal, pp. 432-433BONIFÁCIO, Horácio Manuel PereiraEdição1989Lisboa
As Obras de Santa Engrácia e seus ArtistasCARVALHO, Ayres deEdição1971
Panteão Nacional: Igreja de Santa EngráciaDirecção Geral dos Edifícios e Monumentos NacionaisEdição1966Lisboa

IMAGENS

Panteão Nacional - Vista aérea de sul

Panteão Nacional - Vista aérea de poente

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor da zona côncava do alçado

Panteão Nacional - Fachada lateral sul: formas côncava e convexa do pano murário

Panteão Nacional - Fachada principal: portal

Panteão Nacional - Fachada principal: portal e nártex

Pormenor do arranque e do interior da cúpula

Panteão Nacional - Interior da igreja: vista geral da cúpula

Panteão Nacional - Vista geral de nordeste

Panteão Nacional - Vista aérea de sul

Panteão Nacional - Vista aérea de poente

Panteão Nacional - Vista aérea de nordeste

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor

Panteão Nacional - Fachada lateral sul: pormenor das paredes ondulantes

Panteão Nacional - Fachada principal: portal e nartex

Panteão Nacional - Fachada principal: portal e nártex

Panteão Nacional - Interior da igreja: varandim de circulação no tambor da cúpula

Panteão Nacional - Interior da igreja: órgão do altar-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: púlpito e capelas laterais com cenotáfios

Panteão Nacional - Interior da igreja: vista geral da cúpula e abóbadas laterais

Panteão Nacional - Interior da igreja: vista geral da cúpula

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor da cimalha

Panteão Nacional - Interior da igreja: vista geral da nave e capela-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: cúpula e abóbada lateral

Panteão Nacional - Interior da igreja: púlpito no corpo central da nave

Panteão Nacional - Fachada principal: nicho com imagem de Santa Engrácia

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor do nicho com imagem de Santa Engrácia

Panteão Nacional - Fachada principal: nicho com imagem da Rainha Santa Isabel

Panteão Nacional - Fachada principal: nicho com imagem do Santo Condestável

Panteão Nacional - Interior da igreja: nicho com a imagem de São João de Brito

Panteão Nacional - Interior da igreja: nicho com a imagem de São João de Deus

Panteão Nacional - Interior da igreja: nicho com a imagem de Santo António

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor da parede da nave com nicho e imagem de Santo António

Panteão Nacional - Interior da igreja: nicho com a imagem de São Teotónio

Panteão Nacional - Fachada principal: portal

Panteão Nacional - Fachada principal: corpo lateral sul

Panteão Nacional - Interior da igreja: nave e capela-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: capelas laterais com cenotáfios

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor do corpo central

Panteão Nacional - Fachada principal e adro fronteiro (vista de norte)

Panteão Nacional - Fachada lateral norte: pormenor da cimalha ondulante

Panteão Nacional - Fachada posterior (nascente): pormenor da cimalha ondulante

Panteão Nacional - Fachada posterior (nascente): pormenor a cimalha ondulante

Panteão Nacional - Interior da igreja: galeria superior (coro-alto)

Panteão Nacional - Interior da igreja: janela da galeria superior (coro-alto)

Panteão Nacional - Interior da igreja: janelas do coro-alto e coro-baixo

Panteão Nacional - Interior da igreja: janela do coro-baixo

Panteão Nacional - Interior da igreja: órgão do altar-mor

Panteão Nacional - Interior da igeja: capela-mor com órgão de tubos

Panteão Nacional - Interior da igreja: cenotáfio de Pedro Álvares Cabral (capela lateral)

Panteão Nacional - Interior da igreja: vista geral da nave e capela-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: púlpito e capela lateral com cenotáfio

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor do órgão na capela-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor da cúpula

Panteão Nacional - Interior da igreja: vista geral da cúpula

Panteão Nacional - Fachada principal: portal

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor

Panteão Nacional - Fachada principal: corpo central e zimbório

Panteão Nacional - Fachada principal: vista geral

Panteão Nacional - Fachada principal: nartex

Panteão Nacional - Terraço e zimbório

Panteão Nacional - Interior da igreja: capela com cenotáfio de Nuno Álvares Pereira

Panteão Nacional - Interior da igreja: nave e capelas laterais

Panteão Nacional - Interior da igreja: capelas laterais com cenotáfios

Panteão Nacional - Interior da igreja: capela-mor com órgão de tubos

Panteão Nacional - Interior da igreja: cenotáfio de Vasco da Gama (capela lateral)

Panteão Nacional - Interior da igreja: cenotáfio de Afonso de Albuquerque (capela lateral)

Panteão Nacional - Interior da igreja: capela-mor com órgão de tubos

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor do órgão de tubos

Panteão Nacional - Interior da igreja: capelas laterais com cenotáfios

Panteão Nacional - Fachada principal: vista geral

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor da coluna torsa no portal principal

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor do coro-alto

Panteão Nacional - Interior da igreja: varandim de circulação no tambor da cúpula

Panteão Nacional - Interior do zimbório: cúpula vista a partir do interior do lanternim

Panteão Nacional - Interior do zimbório: varandim do lanternim

Panteão Nacional - Interior do zimbório: janelas do lanternim

Panteão Nacional - Zimbório: pormenor do exterior do lanternim

Panteão Nacional - Zimbório: coluna e capitel do lanternim

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor da base da coluna salomónica do portal

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor de trombetas do órgão

Panteão Nacional - Interior da igreja: cúpula e abóbadas vistas da capela-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor da cúpula e cimalha

Panteão Nacional - Interior da igreja: órgão de tubos na capela-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: púlpito

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor da base (mísula) do púlpito

Panteão Nacional - Fachada principal: vista geral

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor e adro fronteiro

Panteão Nacional - Fachada principal: relevo com busto de Santa Engrácia encimando o portal

Panteão Nacional - Fachada principal: pormenor da coluna salomónica do portal e gradeamento

Panteão Nacional - Fachada principal: corpo central

Panteão Nacional - Fachada principal: vista geral

Panteão Nacional - Terraço e zimbório

Panteão Nacional - Interior da igreja: capelas laterais com cenotáfios

Panteão Nacional - Interior da igreja: pormenor do varandim do órgão da capela-mor

Panteão Nacional - Interior da igreja: cúpula e abóbadas laterais

Panteão Nacional - Interior da Sala III: arcas tumulares dos presidentes da república Manuel de Arriaga, Teófilo Braga, Sidónio Pais e Óscar Carmona

Panteão Nacional - Interior da igreja: janelas do coro-alto e coro-baixo

Panteão Nacional - Interior da igreja: acesso ao coro-alto

Panteão Nacional - Zimbório e lanternim

Panteão Nacional - Terraço com balaustrada e zimbório (lado sul)

Panteão Nacional - Terraço e zimbório

Panteão Nacional - Zimbório: pormenor

Panteão Nacional - Interior da igreja: varandim interior do tambor da cúpula

Panteão Nacional - Fachada posterior (nascente): vista geral

Panteão Nacional - Fachadas posterior e lateral norte: vista geral

Panteão Nacional - Interior da Sala III: arca tumular de Teófilo Braga

Panteão Nacional - Interior da igreja: baldaquino do púlpito

Panteão Nacional - Interior: arca tumular de Amália Rodrigues

Panteão Nacional - Interior da igreja: cúpula

Panteão Nacional - Interior da igreja: cenotáfio de Luís de Camões

Panteão Nacional - Fachada principal: coluna Salomónica

Panteão Nacional - Interior da igreja: órgão em talha dourada séc. XVIII

Panteão Nacional - Interior da igreja: base de púlpito

Panteão Nacional - Interior da igreja: cenotáfios

Panteão Nacional - Fachada principal: remate de coluna salomónica

Panteão Nacional - Interior da cúpula dupla

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt