Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Torre de Lapela
Designação
DesignaçãoTorre de Lapela
Outras Designações / PesquisasCastelo de Lapela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Torre
TipologiaTorre
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Monção/Troporiz e Lapela
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Lugar da Rua Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
42.056429-8.538167
DistritoViana do Castelo
ConcelhoMonção
FreguesiaTroporiz e Lapela
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaTal como um significativo número de fortalezas nacionais, também as origens da de Lapela são desconhecidas. Constantemente se repete que um primitivo castelo foi mandado construir por D. Afonso Henriques, para "defender as margens do rio" (ALVES, 1987, p.65), tarefa que entregou a D. Lourenço Abreu, capitão do seu exército e nobre da família dos Abreus, senhores de Valadares, Melgaço e Castro Laboreiro. Os vestígios materiais que se conservam, contudo, datam de um período bem posterior e as tradições de fundação afonsina (ou outras perspectivas que recuam ainda mais a primitiva edificação) não podem ser, por enquanto, confirmadas.
O que é certo é que no século XIV, no reinado de D. Pedro ou já no de seu sucessor, D. Fernando, teve lugar a construção da torre actual, muito provavelmente no contexto das guerras peninsulares da segunda metade do século. É uma poderosa construção, visível a grande distância e elevando-se a cerca de 35 metros sobre o leito do rio Minho. O seu aparelho revela a solidez e a qualidade da obra, com grandes silhares de rigorosa geometria. A planta é quadrangular, como grande parte das torres góticas nacionais, e desenha uma forma geométrica de quase 10 metros de lado, tendo as paredes três metros de espessura.
Uma única entrada permite o acesso ao interior. Ela encontra-se na fachada Norte, em posição elevada (cerca de 6 metros acima do solo) e compõe-se de um arco simples, quebrado, de largas aduelas, em cujo vértice foi adossado o brasão com as armas de Portugal, assinalando, desta forma, o patrocínio e o proprietário da fortaleza. Diante do portal, um pequeno parapeito rectangular, assente sobre cachorrada de três modilhões bem salientes, estabelece a ligação entre a entrada e a escadaria de ferro (originalmente de madeira) que levava ao solo. As restantes fachadas possuem três frestas sobrepostas, rasgadas axialmente nos alçados, que denunciam a organização interior em três pisos. Superiormente, a torre é coroada por uma linha de ameias, com parapeito para vigia.
Obra de um gótico evoluído, a sua cronologia pela segunda metade do século XIV não oferece dúvidas. O mesmo não se pode dizer do castelo que a envolvia. Duarte d'Armas, nos inícios do século XVI, desenhou a fortaleza da Lapela com uma torre de menagem (a actual) no centro de um pátio rodeado por muralhas e a que se associava um paço senhorial, com certeza a residência do alcaide. Quer isto dizer que a sua localização contrariava o modelo de castelo gótico - em que a torre de menagem se associava, preferencialmente, a uma das portas - e aproxima-se extraordinariamente dos esquemas militares românicos. Neste sentido, teremos aqui o mais importante testemunho do castelo afonsino do século XII, embora apenas um rigoroso estudo dos vestígios remanescentes possa confirmar esta perspectiva.
A última campanha de obras conhecida data do reinado de D. Manuel, monarca que reforçou a estrutura e a entregou a Lopes Gomes de Abreu, senhor das fortificações do Alto Minho interior. A partir daqui, a história deste castelo é a de uma progressiva destruição. Após a restauração da Independência portuguesa, em 1640, e até aos inícios do século XVIII, a reformulação da praça de Monção obrigou à integração de muita pedra. Junto ao rio, comunicando facilmente com a actual sede de concelho, nada mais fácil que desmantelar-se o velho castelo medieval de Lapela, em benefício de uma vizinha fortaleza moderna e apta a responder às exigências da guerra.
O restauro parcial da estrutura aconteceu em 1940, por intermédio da DGEMN. No contexto das comemorações nacionalistas do Estado Novo, a torre da Lapela foi objecto de um restauro selectivo, de impacto cenográfico - como se comprova pela feitura de novas ameias - mas que descurou o estudo do local e da área envolvente. Na actualidade, a "Torre de Belém do Minho", como carinhosamente é designada no meio regional, aguarda, ainda, por uma investigação arqueológica e por um projecto de valorização.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O Minho PittorescoVIEIRA, José AugustoEdição1887Lisboa
MonçãoROCHA, J. MarquesEdição1988Porto
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80ALVES, LourençoEdição1987Caminha
Monção e seu alfoz na heráldica nacional: heráldica, genealogia e históriaGOMES, José GarçãoEdição1969Barcelos
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
Castelos do Distrito de VianaGUERRA, Luís Figueiredo daEdição1926CoimbraSeparata de O Instituto

IMAGENS

Torre de Lapela
Autor: David Machado, em colaboração com Wiki Loves Monuments

MAPA

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