Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de Abragão, incluindo os túmulos
Designação
DesignaçãoIgreja de Abragão, incluindo os túmulos
Outras Designações / PesquisasIgreja de São Pedro de Abragã, incluindo os túmulos / Igreja de São Pedro, matriz de Abragão / Igreja Paroquial de Abragão / Igreja de São Pedro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Penafiel/Abragão
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua PaçalAbragão Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.157207-8.222309
DistritoPorto
ConcelhoPenafiel
FreguesiaAbragão
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 644/2014, DR, 2.ª série, n.º 148, de 4-08-2014 (sem restrições) (ver Portaria)
Parecer favorável de 12-12-2007 do Conselho Consultivo do IGESPAR,I.P.
Proposta de 23-10-2007 da DRC do Norte
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaApesar de bastante transformada pelas obras seiscentistas e setecentistas, a igreja paroquial de Abragão é um monumento importante para a caracterização do Românico do Douro Litoral "do segundo quartel do século XIII" (ALMEIDA, 1978, vol.II, p.176), e para as relações estilísticas entre as muitas construções vizinhas das bacias dos rios Sousa e Tâmega. As suas origens são, todavia, anteriores, recuando à primeira metade do século XII (1145), data em que se menciona já a igreja.
Os elementos mais antigos que hoje se conservam são do século XIII, época em que o primitivo templo foi objecto de grandes obras. Por volta de 1200, e por patrocínio de D. Mafalda, filha de D. Sancho I, ter-se-á reformado integralmente o edifício, campanha que se prolongou até, pelo menos, os meados da centúria.
É precisamente desse meio de século que data a capela-mor, compartimento de planta rectangular organizado em dois tramos, cuja marcação exterior é feita por contrafortes de escadaria que lembram os mais antigos utilizados em São Pedro de Rates (GRAF, 1986, vol.1, p.78), sintoma de um possível ressurgimento de formas originais numa altura de clara decadência do estilo românico. Executada com aparelho de grande qualidade e de gigantescas proporções, a capela é totalmente rodeada, a meia altura, por um friso de "aspecto cordiforme invertido (...) em enrolamento contínuo" (OLIVEIRA, 1968, pp.10-12), "em tudo semelhante ao de Paço de Sousa" (ALMEIDA, 2001, p.121), e é limitada superiormente por uma cachorrada de modilhões de perfil quadrangular e lisos, à excepção de um que apresenta uma muito desgastada figuração humana.
Interiormente, os dois tramos da capela-mor são cobertos por abóbada de berço quebrado que descarrega, ao centro, sobre colunas parcialmente embebidas. O arco triunfal é já levemente apontado e a decoração concentra-se nos seus capitéis, sendo o do lado Norte composto por quatro aves afrontadas de pescoços entrelaçados, e o do lado Sul por dois bustos humanos que parecem suportar o peso da estrutura do templo, estes últimos muito próximo plasticamente a um capitel do portal Sul da igreja de Santiago de Antas, em Famalicão (OLIVEIRA, 1968, p.15). Sobre o arco triunfal, abre-se uma pequena rosácea, cujo preenchimento é feito por uma gelosia pétrea em forma de estrela de cinco pontas.
Em 1668, "por padecer ruína" (IDEM, p.8), a igreja foi parcialmente reconstruída, substituindo-se a nave românica pela actual. O promotor destas obras foi o abade D. Ambrósio Vaz Goliaz, que se fez sepultar no interior da igreja, junto à fachada principal, em túmulo de granito com jacente, sobrepujado por ampla legenda epigráfica, comemorativa da reforma. O projecto seiscentista dotou o templo de uma nave relativamente ampla, com entrada lateral e capela baptismal quadrangular, ambas a Norte. Grandes janelões rectangulares, abertos nos alçados lateral e principal, iluminam o interior, onde se destacam o coro-alto, de varandim de ferro, e o púlpito, adossado à fachada lateral Sul.
Datam do século XVIII as principais obras de talha dourada do interior, em particular o retábulo-mor, joanino, de estrutura tripartida delimitada por colunas pseudo-salomónicas. Em 1820, construiu-se a torre sineira, de secção quadrangular, que se adossa ao lado Sul da fachada principal e cujo figurino repete o modelo de torre sineira barroca.
Passando ao lado dos grandes restauros medievalizantes dos meados do século XX, a igreja de São Pedro de Abragão conserva os principais elementos da sua história, em particular as marcas das duas épocas distintas que a compõem. No interior do Douro Litoral, e já inserida em núcleos de povoamento mais tardios, a sua capela-mor é bem um testemunho das vias estilísticas decadentes do Românico, mas também das muitas reminiscências que este estilo deixou pela arquitectura religiosa nortenha do século XIII (GRAF, 1986, vol.1, p.78).
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens7
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
Arquitectura Românica de Entre Douro e MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1978Porto
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
Portugal roman, vol. IGRAF, Gerhard N.Edição1986
"A ábside românica de São Pedro de Abragão", Douro Litoral, nº4, pp.6-18OLIVEIRA, A. de SousaEdição1968Porto
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Românico do Vale do SousaAA. VV.Edição2008Lousada

IMAGENS

Igreja de Abragão - Planta com a Zona de Protecção (em vigor) e a Zona Especial de Protecção proposta pelo CC (que só entrará em vigor se for publicada no DR)

Igreja de Abragão - Vista geral posterior

Igreja de Abragão - Fachada posterior: empena com rosácea do corpo da nave

Igreja de Abragão - Interior: nave e capela-mor

Igreja de Abragão - Fachada lateral sul: pormenor de fresta e friso decorativo

Igreja de Abragão - Interior: pormenor de capitel

Igreja de Abragão - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

MAPA

Abrir

Palacete Vilar de Allen
Rua António Cardoso, nº 175
4150-081 Porto, Portugal
NIF 517 842 920

Tel. +351 226 000 454
geral@patrimoniocultural.gov.pt