Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja das Carmelitas
Designação
DesignaçãoIgreja das Carmelitas
Outras Designações / PesquisasIgreja de São João Evangelista (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaAveiro/Aveiro/Glória e Vera Cruz
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Praça Marquês de PombalAveiro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.638334-8.653387
DistritoAveiro
ConcelhoAveiro
FreguesiaGlória e Vera Cruz
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 28-11-1960, publicada no DG, II Série, n.º 11, de 13-01-1961 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO mosteiro de São João Evangelista pertenceu às carmelitas descalças, razão pela qual o seu templo é, ainda hoje, conhecido como Igreja das Carmelitas. A sua edificação remonta ao início do século XVII, quando D. Brites de Lara, viúva de Pedro de Médicis (filho de Cosme I de Médicis), mandou construir um Paço, concebido para ser a sua residência e, posteriormente, um convento. D. Brites pediu as autorizações necessárias à fundação do convento a D. João IV, mas estas nunca lhe foram concedidas em vida, pois vários membros da sua família estiveram implicados numa conspiração contra o monarca (BELINQUETE, 1996, p. 6). Assim, foi em 1657 que D. Luísa de Gusmão, enquanto regente, permitiu a concretização das disposições testamentárias de D. Brites, entretanto falecida. O seu herdeiro, D. Raimundo de Lencastre, 4º Duque de Aveiro, deu início à adaptação do Paço a convento, e em 1658 as primeiras freiras carmelitas chegam a Aveiro, oriundas de dois conventos de Lisboa (BELINQUETE, 1996, pp. 17-18).
As obras no convento prolongaram-se durante bastantes anos. A igreja foi iniciada apenas em 1704, uma vez que a capela do paço funcionava, até então, como templo do convento (NEVES, 1957, p. 244). As diversas campanhas decorativas de talha, azulejaria, pintura e escultura, responsáveis pela ornamentação integral da igreja, que se prolongaram por todo o século XVIII, vêm confirmar esta datação.
Na sua organização original, a igreja situava-se do lado oposto do convento, encontrando-se, no meio, o claustro. Contudo, e para que pudesse ser aberta a praça de Marquês de Pombal, a Câmara de Aveiro ditou, em 1904, a destruição de parte das dependências conventuais das carmelitas. Esta questão gerou grande polémica na cidade, chegando mesmo a ser enviada ao Rei uma petição assinada pelos habitantes. Isto, para além dos muitos artigos que a imprensa da época deu à estampa, onde as duas partes esgrimiram argumentos contra e a favor desta destruição do património nacional (NEVES, 1957, pp. 245 e ss.).
A igreja, de planta rectangular, com sacristia no eixo da capela-mor, apresenta uma fachada onde a decoração, quase ausente, se concentra no eixo do portal, de linhas rectas e frontão interrompido por uma cruz, a que se sobrepõe um janelão rectangular e um emblema, este já no frontão triangular que remata a frontaria. No interior, sobressai a talha dourada que reveste paredes e tecto, características das três fases da talha nacional - protobarroca, barroca ou joanina, e rococó.
Assim, e da primeira fase, coincidente com o reinado de D. Pedro II, data a capela-mor, com um retábulo de talha dourada, de grandes dimensões, com nichos definidos por colunas torsas, onde figuram imagens da época imediatamente posterior, ou seja, joanina. As paredes da capela-mor enquadram pinturas com representações de cenas da Vida da Virgem. O tecto, em caixotões de talha, apresenta quinze pinturas com cenas da vida de Cristo.
Na nave da igreja, o tecto é muito semelhante ao da capela-mor, com quarenta pinturas ilustrativas da vida de Santa Teresa, emolduradas por talha desta primeira fase. Contudo, a restante obra dourada, nomeadamente as molduras das paredes, que enquadram representações de santos e da vida de Santa Teresa, é já do período barroco. Tal como o revestimento do arco triunfal, do coro de cima e das sanefas. O brilho da talha é complementado pela luz do silhar de azulejo azul e branco que reveste parcialmente as paredes. Atribuídos à órbita oficinal de António Vital Rifarto, artista de Coimbra activo no segundo quartel do século XVIII, estes painéis de dimensões condicionadas à arquitectura da igreja, exibem enquadramentos arquitectónicos e, maioritariamente, paisagens. A excepção é o brasão das carmelitas, envolto por uma espécie de cartela e anjos, rematada pela coroa real.
À terceira e última fase pertencem os concheados que complementam o retábulo-mor, e a maioria das sanefas da igreja.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens17
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Aveiro na HistóriaGASPAR, Mons. João GonçalvesEdição1997Aveiro
"A fundação e extinção do convento das carmelitas descalças de Aveiro", Arquivo do Distrito de AveiroNEVES, Francisco FerreiraEdição1957Aveiro
As carmelitas em Aveiro ontem e hojeBELINQUETE, José MartinsEdição1996Aveiro
Aveiro -Apontamentos históricosQUADROS, Rangel deEdição1906
Brado em favor de um monumento - o edifício do convento das Carmelitas, necessidade de o conservar como recordação histórica da cidade de AveiroGOMES, MarquesEdição1905
Inventário Artístico de Portugal - Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto e SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição2000LisboaAcademia Nacional de Belas Artes 3 CD ROM Tipo : Multimédia - CD Rom
Corografia Portuguesa e descripçam topographica do famoso Reyno de PortugalCOSTA, Pe. António Carvalho daEdição1712LisboaOff. de Valentim da Costa Deslandes, 1706 - 1712

IMAGENS

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Fachada principal

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Vista geral

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Vista geral do conjunto
Autor: David Machado, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior: nave e coro-alto
Autor: Alegna13, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 11, de 13-01-1961 - Texto e planta do diploma

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior: sacrário
Autor: Alegna13, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Vista geral (DGEMN, 1957)

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior: pormenor da parede da nave com revestimento azulejar e talha

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior: nave e coro-alto

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Vista geral (fachada principal)

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Fachada lateral direita

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Fachada posterior: acesso à loja do IPPAR

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Vista geral e envolvente

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior: tecto da nave

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior da sacristia: tecto de caixotões pintados

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior: púlpito na parede da nave do lado da Epístola

Igreja das Carmelitas em Aveiro - Interior: nave e capela-mor

MAPA

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