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DETALHES

Fortaleza de Peniche e todas as muralhas militares que constituem os baluartes e cortinas existentes na vila
Designação
DesignaçãoFortaleza de Peniche e todas as muralhas militares que constituem os baluartes e cortinas existentes na vila
Outras Designações / PesquisasFortaleza de São Francisco e frente abaluartada de Peniche / Museu Nacional da Resistência e Liberdade (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Fortaleza
TipologiaFortaleza
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Peniche/Peniche
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Campo da República, zona da RibeiraPeniche Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.360369-9.377963
DistritoLeiria
ConcelhoPeniche
FreguesiaPeniche
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 28 536, DG, I Série, n.º 66, de 22-03-1938 (ver Decreto)
ZEPDespacho de 20-03-1996 do vice-presidente do IPPAR a determinar a reanálise da ZEP
Portaria de 30-12-1966, publicada no DG, II Série, n.º 71, de 24-03-1967 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 30-12-1966, publicada no DG, II Série, n.º 71, de 24-03-1967
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDurante praticamente toda a Idade Média, e até ao início do século XV, o espaço que viria a constituir a povoação Peniche foi uma ilha, situada na foz do rio São Domingos, sendo então o povoado de Atouguia o mais importante aglomerado urbano da região. No entanto, a partir da centúria de Quatrocentos, foi-se dando o progressivo assoreamento do canal existente entre Peniche e a Atouguia, constituindo-se em 1438, por ordem de D. Duarte, o porto de Peniche (CALADO, Mariano, 1996, p. 71).
Com a evolução urbanística, populacional e económica do novo porto ao longo do século XV, a Coroa verificou que era necessário fortificar a povoação. Na realidade, foi somente com D. João III no poder que se iniciou o projecto de fazer um castelo, ou um baluarte, na península de Peniche (idem, ibidem).
Embora a Coroa tivesse manifestado interesse em edificar uma fortificação em Peniche ainda na primeira metade do século XVI, o projecto de construção de um baluarte só avançou em 1557, sob a responsabilidade de D. Luís de Ataíde, conde de Atouguia, que estaria terminado em 1558, como indica uma inscrição colocada sobre a porta do designado baluarte Redondo (Idem, ibidem, p. 74).
As obras seriam interrompidas com a partida de D. Luís de Ataíde para a Índia, onde desempenhou o cargo de vice-rei entre 1567 e 1572, e sabe-se que até à época da União Ibérica a obra da fortificação de Peniche não avançara muito para além da edificação de uma linha adjacente de muralhas. Em 1589 o arquitecto da Coroa Filippo Terzi deslocou-se a Peniche para dirigir a continuidade da construção da fortaleza, embora este projecto do arquitecto régio não tenha tido continuidade (CALADO, Mariano, 1991, p.114).
Na verdade, a fortaleza só viria a ser concluída em meados do século XVII, em pleno período de Restauração, quando a Coroa portuguesa levou a cabo uma profunda remodelação do sistema defensivo da costa.
Assim, cerca de 1642 iniciou-se uma obra de ampliação da fortificação, desconhecendo-se a autoria do projecto. Foi edificada uma grande fortaleza, de planta estrelada irregular, delimitada por uma cortina de muralhas com baluartes poligonais e uma segunda linha defensiva. Esta obra estaria concluída em 1645.
Segundo Mariano Calado, Langres terá também projectado a linha de muralhas, que consignava ainda a execução de duas comportas junto dos baluartes (Idem, ibidem). No entanto, Rafael Moreira afirma que a edificação desta linha terá sido iniciada cerca de 1665, sob a orientação de Simão Mateus e Mateus do Couto (MOREIRA, Rafael, 1986, p. 79). Os baluartes da linha de fortificação só seriam concluídos na primeira metade do século XVIII.
No conjunto da fortaleza destaca-se ainda o antigo palácio do governador, destruído por um incêndio em 1837, que segundo as descrições da época teria uma fachada de gosto clássico erudito com dupla loggia (CALADO, Mariano, 1991, p. 186), de acordo com os modelos explorados pelos tratados de arquitectura da época.
A fortaleza continuaria a desempenhar um papel fundamental na defesa da costa atlântica ao longo das centúrias, destacando-se a sua importância durante as Invasões Francesas e as Guerras Liberais. Entre 1934 e 1974 o Forte de Peniche foi transformado em prisão de presos políticos do Estado Novo. No ano de 1984 a Câmara Municipal de Peniche transformou o espaço da fortaleza em Museu Municipal.
Catarina Oliveira
GIF/IPPAR/2005
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
"Do rigor teórico à urgência prática: a arquitectura militar", História da Arte em Portugal, vol. 8MOREIRA, RafaelEdição1986Lisboa
"Os 350 anos da fortaleza de Peniche e a génese da sua construção", Actas do 1º Seminário do Património da Região OesteCALADO, MarianoEdição1996Bombarral
Fortificações da região de PenicheCALADO, MarianoEdição2000Almeirim
Peniche na história e na lendaCALADO, MarianoEdição1991Peniche
Inventário Artístico de Portugal - Aveiro, Beja, Coimbra, Évora, Leiria, Portalegre, Porto e SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição2000LisboaAcademia Nacional de Belas Artes 3 CD ROM Tipo : Multimédia - CD Rom
Filipe Tércio. Ingegnere e Architetto em Portugal. 1577-1597. (dissertação de mestrado)RIBEIRO, José António SalazarEdição2016Porto

IMAGENS

Fortaleza de Peniche - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 71, de 24-03-1967 - Texto e planta do diploma

Fortaleza de Peniche
Autor: João Martinho63, em colaboração com Wiki Loves Monuments

MAPA

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