Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Pedro de Rubiães
Designação
DesignaçãoIgreja de São Pedro de Rubiães
Outras Designações / PesquisasIgreja Paroquial de Rubiães / Igreja de São Pedro (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Paredes de Coura/Rubiães
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Costa Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.896532-8.625387
DistritoViana do Castelo
ConcelhoParedes de Coura
FreguesiaRubiães
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 8 228, DG, I Série, n.º 133, de 4-07-1922 (ver Decreto)
Decreto de 1-02-1913, DG, n.º 29, de 6-02-1913 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9823125
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaNão sendo um templo geograficamente localizado nas margens do rio Minho, a igreja de Rubiães está estilisticamente vinculada a esse foco regional, onde predomina um modo de fazer galego, directamente resultante do estaleiro da Sé de Tuy e demais igrejas da província de Pontevedra.
Durante algum tempo, Rubiães foi considerada um produto já tardio dessa influência galega. Uma inscrição feita em época desconhecida (mas que se pensa ter copiado uma anterior), foi interpretada de diversas maneiras, sugerindo as primeiras leituras o ano de 1295 da era hispânica, ou seja, 1257 (ALVES, 1982, p.140). Com base nestes dados, a primeira opinião de Carlos Alberto Ferreira de Almeida foi a de que a inscrição poderia datar a conclusão das obras e, concretamente, o seu portal principal, em cujo lintel ela se encontra (ALMEIDA, 1978, vol.2, p.261). Mais recentemente, todavia, a inscrição foi lida como indicando o ano de 1240 (isto é, 1202), uma vez que o penúltimo caractere da epígrafe não deve corresponder a um "V", mas sim a um "X" aspado (ALMEIDA, 2001, pp.91-92). Neste novo quadro de conhecimento, a datação da obra de Rubiães recuou consideravelmente, o que coloca os trabalhos em perfeita contemporaneidade em relação aos de Longos Vales e Sanfins de Friestas, obras maiores da influência pontevedrense no Alto Minho.
O repertório decorativo da igreja confirma a cronologia de finais do século XII. Nos modilhões e capitéis do portal principal, o recurso à figuração humana e animalesca, em representações formalmente volumosas, é um dos indicadores mais seguros desta relação de parentesco estilístico. A cena de um homem segurando uma pipa, numa provável alusão ao fabrico de vinho, é um tema que Jorge Rodrigues identificou em outras igrejas galegas (RODRIGUES, 1995, p.286).
Os motivos de maior interesse do templo, para além da inscrição de 1202, encontram-se no portal ocidental. O tímpano, apesar de ser uma "muito má restituição, relativamente moderna, da peça anterior que se quebrou" (ALMEIDA, 1987, p.187), integra o restrito número de representações de Cristo em Majestade, aqui sumariamente tratado, com duas flores descontextualizadas e modernas a ladear a mandorla. Nos inícios da década de 80 do século XX, ainda existia, no local, um fragmento do tímpano original, que confirma a actual cópia do que subsiste integrado no portal (ALVES, 1982, p.140, nota 67).
Ainda mais importantes são as representações do arcanjo São Gabriel e de Nossa Senhora, em dois fustes do portal principal. Este conjunto tem merecido vários estudos que, consecutivamente, reforçam a sua originalidade no Românico português. Trata-se de uma representação da Anunciação, arcaica e ainda distante do modelo de iconografia gótica, como sublinhou Mário Barroca, erguendo a Virgem as duas mãos e retratando-se São Gabriel de barba (ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.192). Tipologicamente, este conjunto aproxima-se bastante de uma outra Anunciação, esculpida também em estátuas-colunas, no portal principal da igreja de Bravães, um pouco mais a Sul de Rubiães.
A principal reforma espacial da igreja teve lugar, muito provavelmente no século XVI. Nessa altura, ampliou-se, para nascente, a nave, que ficou dotada de uma espécie de cruzeiro, de maior largura que o corpo original. Não obstante a destruição do arco triunfal românico, foi uma campanha "bastante revivalista" (ALMEIDA, 1987, p.187), uma vez que obrigou à reconstrução da capela-mor, um pouco mais a leste que o local fundacional, mas mantendo a sua configuração anterior, de planta quadrangular. Mais tarde, já no século XVIII, adossou-se à fachada principal, pelo lado Norte, uma torre sineira tipicamente barroca, bem como outras dependências de apoio.
Recentemente, em 1997, foram realizados vários trabalhos de restauro e de estudo arqueológico, que possibilitaram a salvaguarda de diversas sepulturas e de restos de pintura mural entretanto identificados, bem como um arranjo geral do adro.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPVia romana de Braga a Tui (14 marcos miliários, Série Capela)
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"A igreja de São Pedro de Rubiães", Monumentos, nº15, pp.102-109FONTES, Luís Fernando de OliveiraEdição2001Lisboa
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
Arquitectura Românica de Entre Douro e MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1978Porto
"A igreja de São Pedro de Rubiães", Monumentos, nº15, pp.102-109LEMOS, Francisco SandeEdição2001Lisboa
No Alto Minho. Paredes de Coura, 1909 (2ªed. 1979)CUNHA, Narcizo Cândido Alves daEdição1979BragaPublicado a 1979
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
"A igreja de São Pedro de Rubiães", Monumentos, nº15, pp.102-109PALMEIRÃO, RuteEdição2001Lisboa
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Portugal roman, vol. IIGRAF, Gerhard N.Edição1986
"Igrejas e capelas românicas da Ribeira Minho", Caminiana, ano IV, nº6, pp.105-152ALVES, LourençoEdição1982Caminha
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80ALVES, LourençoEdição1987Caminha
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
"A igreja de São Pedro de Rubiães", Monumentos, nº15, pp.102-109COSTA, LídiaEdição2001Lisboa
"Igreja e ponte de Rubiães", Caminhos portugueses de peregrinação a Santiago, pp.86-87MACHADO, João PauloEdição1998Santiago de Compostela

IMAGENS

Igreja de São Pedro de Rubiães - Fachada principal
Autor: Maragato 1976, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja de São Pedro de Rubiães - Interior: pormenor da pintura mural
Autor: Maragato 1976, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja de São Pedro de Rubiães - Interior da capela-mor: parede testeira com pinturas murais
Autor: Maragato 1976, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja de São Pedro de Rubiães - Fachada principal
Autor: Maragato 1976, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Igreja de São Pedro de Rubiães - Fachada principal: portal
Autor: Maragato 1976, em colaboração com Wiki Loves Monuments

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