Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela de São Brás, compreendendo o túmulo de Teixeira de Macedo
Designação
DesignaçãoCapela de São Brás, compreendendo o túmulo de Teixeira de Macedo
Outras Designações / PesquisasCapela de São Brás (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Vila Real/Vila Real
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Cemitério de São DinisVila Real Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.291739-7.746557
DistritoVila Real
ConcelhoVila Real
FreguesiaVila Real
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEm plena Vila Velha da cidade de Vila Real, a pequena capela de São Brás é o templo mais antigo e o que melhor ilustra os primeiros tempos de História do burgo. A sua construção remonta às décadas que se seguiram à fundação da cidade, ocorrida a 4 de Janeiro de 1289, por ordem de D. Dinis. Desta forma, o pequeno templo, hoje visualmente bastante obstruído por construções anexas de maior porte, terá sido a primeira sede paroquial da nova localidade, significando a nova ordem política e religiosa do amplo território que Vila Real pretendia controlar.
De um ponto de vista artístico, a capela atesta a modéstia de recursos ao dispor da comunidade, nestes primeiros anos. De planta quadrangular, massas compactas, escassa iluminação e cornijamento composto por modilhões, assume-se, ainda, como uma obra românica, característica das regiões de periferia, que tanto sucesso teve no Norte e Centro do país durante os séculos da Baixa Idade Média. Os escassos elementos decorativos aqui empregues, que se resumem à decoração dos modilhões, assim como o arco ogival que permite o acesso ao interior da capela, partilham desta mesma modéstia de meios e de valores estéticos.
Pelo facto de a actual entrada se situar do lado Norte, e de não se vislumbrarem vestígios de um acesso a ponte, faz pensar numa substancial transformação do templo, em altura desconhecida, mas possivelmente contemporânea da construção da Igreja de São Dinis, que lhe está adossada, em pleno século XIV. Ou, então, esta capela foi construída, de raiz, para deter uma função apenas funerária, ligando-se a um hipotético templo paroquial duocentista, que teria antecedido a construção gótica da Igreja de São Dinis. Estas são, todavia, perspectivas antagónicas, impossíveis de comprovar sem um rigoroso estudo monográfico deste espaço urbano.
O interior, quadrangular, está transformado numa capela funerária, recheada de arcossólios, onde alguns dos mais importantes homens da cidade baixo-medieval se fizeram sepultar. Um dos mais simples túmulos que aqui se encontram tem vindo a ser lendariamente atribuído a Lourenço Viegas, filho de D. Egas Moniz e companheiro de armas do nosso primeiro rei, D. Afonso Henriques, atribuição evidentemente destituída de prova.
Mas o mais importante túmulo que aqui se conserva é o de João Teixeira de Macedo, homem da corte, do Conselho real, que se destacou ao serviço de D. Afonso V, no Norte de África, e de quem obteve o vínculo da capela com o objectivo de a converter em panteão familiar. O túmulo data da viragem para o século XVI, tendo João Macedo falecido em 1506, e adopta uma linguagem artística claramente tardo-gótica, comum nas principais obras do reino da altura. O arcossólio é delimitado lateralmente por pilastras triangulares, rematadas superiormente por florões, que se desenvolvem até um friso de encordoado que define a altura do conjunto. Em baixo, o arcossólio, de arco contracurvado e de carena irregular, abriga o moimento, enquanto que, no espaço livre superior, duas pedras quadrangulares trabalhadas representam um elmo envolvido em motivos vegetalistas e o brasão do tumulado: um escudo esquartelado.
No pavimento, numerosas lápides atestam a vontade de João Teixeira de Macedo em fazer da capela o seu panteão, uma vez que algumas são de seus descendentes, caso de Ascânio Teixeira de Azevedo. No interior, há ainda a registar a presença de algumas pinturas murais, quinhentistas, representando o orago da capela, e que comprovam o sucesso desta modalidade artística durante a primeira metade do século XVI, por terras transmontanas.
PAF
ProcessoVila Velha Cemitério de São Dinis
Abrangido em ZEP ou ZPAlto Douro Vinhateiro
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Tesouros Artísticos de PortugalALMEIDA, José António Ferreira deEdição1976Lisboa
Memórias de Vila RealSOUSA, Fernando deEdição1987Vila Real2 volumes
Memórias de Vila RealGONÇALVES, SilvaEdição1987Vila Real2 volumes
O Gótico vila-realense do século XVGONCALVES, António NogueiraEdição1941Coimbra
"Roteiro arqueológico e artístico do Concelho de Vila Real", Juventude com HistóriaPARENTE, João RibeiroEdição1999Vila Realp. 95

IMAGENS

Capela de São Brás - Enquadramento geral (capela adossada à igreja de São Dinis)

Capela de São Brás - Vista geral

Capela de São Brás - Fachada principal

Capela de São Brás - Fachada posterior

Capela de São Brás - Interior: arcosólio com o túmulo de João Teixeira de Macedo

MAPA

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