Capela de São Pedro de Balsemão | |||||||||||||||||
Designação | |||||||||||||||||
Designação | Capela de São Pedro de Balsemão | ||||||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Capela de São Pedro de Balsemão (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Capela | ||||||||||||||||
Tipologia | Capela | ||||||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||||||
Localização | |||||||||||||||||
Divisão Administrativa | Viseu/Lamego/Lamego (Almacave e Sé) | ||||||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Viseu | ||||||||||||||||
Concelho | Lamego | ||||||||||||||||
Freguesia | Lamego (Almacave e Sé) | ||||||||||||||||
Proteção | |||||||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 7 586, DG, I Série, n.º 138, de 8-07-1921 (ver Decreto) | ||||||||||||||||
ZEP | |||||||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||||||
AFECTACAO | 9913229 | ||||||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A capela de São Pedro de Balsemão é um monumento tão relevante cientificamente quanto problemática é a sua cronologia e forma original. Nos últimos cem anos, a historiografia divide-se em duas propostas cronológicas antagónicas: a época visigótica (séculos VI-VII) e a expansão do reino asturiano (séculos IX-X). Até ao momento, não foi possível confirmar qualquer destas sugestões e, por isso, Balsemão continua a integrar a polémica que tem separado investigadores desde que, há sensivelmente uma década e meia, os ciclos asturiano e moçárabe foram objecto de uma radical revalorização. No local onde o templo se implanta, ou muito próximo, parece ter existido uma uilla romana, como o atestam algumas inscrições, um terminus augustalis do tempo de Cláudio e as aras reaproveitadas como altares (ALARCÃO, 1990, vol.1, p.377). A confirmar-se, algum dia, a relação desta uilla com o templo, teremos mais um exemplo da continuidade de ocupação que caracteriza já um considerável número de sítios no país. A edificação da capela aconteceu num momento ainda indeterminado da Alta Idade Média. Para os defensores de uma cronologia de época visigótica, assume especial importância uma lápide datada de 588 e aparecida na cidade (cf. CORREIA, 1928, p.373). Outros argumentos, invocados por Lampérez y Romea, foram a forma ultrapassada do arco triunfal e o plano basilical adoptado. A partir daqui, e de outros contributos muitas vezes indirectos acerca do que teria sido a arte de época visigótica, a ideia de uma igreja dos séculos VI-VII ganhou forma e foi sucessivamente repetida por nomes marcantes como Schlunk, Fernando de Almeida, Hauschild, etc. Nos últimos anos, todavia, ganhou maior relevo a hipótese de o templo datar de finais do século IX ou, mesmo, já do século X. O primeiro autor a propor esta ideia foi Joaquim de Vasconcelos, há quase cem anos (VASCONCELOS, 1911, p.79), por analogia com a igreja de São Pedro de Lourosa, epigraficamente datada de 912. No entanto, o sucesso do modelo "visigotista", proposto pelos autores anteriormente citados, praticamente inviabilizou esta proposta, só muito recentemente retomada por Real, Ferreira de Almeida, Barroca e Teixeira, entre outros. Com efeito, a identificação de um clípeo (medalhão), de um pé de altar decorado com a tradicional cruz asturiana, de um fragmento de ajimez moldurado e a utilização de impostas de rolo decoradas com motivos cordiformes, são indicadores de uma cronologia avançada, a que o classicismo das formas (tão demonstrado na reutilização de capitéis coríntios tardo-antigos) emprega verdadeiro valor estilístico, aproximando-o de construções como São Pedro de Lourosa (onde também aparece um medalhão circular), a controversa Mesquita-Catedral de Idanha-a-Velha ou a basílica do Prazo (REAL, 1999, p.268). A chegada a um consenso da cronologia de Balsemão está, ainda assim, longe de esgotar todos os problemas, como a sugestão de uma ábside única rectangular, aparentemente mais característica da época visigótica, ou o aparecimento, num silhar, do símbolo dos condes de Portucale, na viragem para o século XII. Nas centúrias seguintes, a igreja foi profundamente transformada. No século XIV, o bispo do Porto, D. Afonso Pires, escolheu-a para sua capela funerária e terá, para isso, "refeito toda a igreja" (ALMEIDA, 2001, p.31). Para além do seu sarcófago, hoje localizado a meio da nave central, não restam vestígios claros dessa reforma, sendo certo, no entanto, que, em 1643, Luís Pinto de Sousa Coutinho integrou-a no seu solar. Data, assim, do século XVII, a grande reforma responsável pelo aspecto actual do monumento. A porta ocidental foi inutilizada e transformou-se radicalmente a meridional que, monumentalizada com algumas lápides e uma escadaria, passou a ser a principal. Reconstruiu-se também a cabeceira e largos trechos do corpo, fazendo com que, o que hoje reconheçamos, seja um edifício seiscentista que aproveitou alguns elementos altimedievais. PAF | ||||||||||||||||
Processo | |||||||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Alto Douro Vinhateiro | ||||||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||||||
Nº de Imagens | 12 | ||||||||||||||||
Nº de Bibliografias | 20 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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O legado islâmico em Portugal | MACIAS, Santiago | Edição | 1998 | Lisboa | |
Arte visigótica em Portugal | ALMEIDA, Fernando de | Edição | 1962 | Lisboa | |
"O disco de Sabante e a influência da arte asturiana na área galaico-portuguesa", Carlos Alberto Ferreira de Almeida. In Memoriam, vol. II, pp.261-274 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1999 | Porto | |
2000 anos de Arte em Portugal | PEREIRA, Paulo | Edição | 1999 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
"Inscrições romanas de Balsemão", Beira Alta, vol.41, pp.257-268 | VAZ, João Luís da Inês | Edição | 1982 | Viseu | |
O legado islâmico em Portugal | TORRES, Cláudio | Edição | 1998 | Lisboa | |
Capela de São Pedro Balsemão | TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques Abrantes | Edição | 2003 | Lisboa | |
"Contribuição para o estudo dos testemunhos pré-românicos de Entre-Douro-e-Minho ajimezes, gelosias e modilhões de rolos", Actas do Congresso Internacional, IX Centenário da Dedicação da Sé de Braga, Vol. I, pp.101-145 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1990 | Braga | |
A arquitectura pré-românica em Portugal. São Pedro de Balsemão e São Pedro de Lourosa | PESSANHA, José | Edição | 1927 | Coimbra | |
A igreja de Lourosa da Serra | CORREIA, Vergílio | Edição | 1912 | Lisboa | |
Três túmulos | CORREIA, Vergílio | Edição | 1924 | Lisboa | |
"Arte visigótica", História de Portugal, dir. Damião Peres, Barcelos, Portucalense, 1928, pp.363-388 | CORREIA, Vergílio | Edição | 1928 | ||
História da Arte em Portugal | LACERDA, Aarão de | Edição | 1942 | Porto | |
"L'art pre-roman au Portugal", XVI Congrès International d'Histoire de l'Art, pp.125-140 | MONTEIRO, Manuel | Edição | 1949 | Lisboa | |
"Arte visigótica", História da Arte em Portugal, vol. I, 1986, pp.149-169 | HAUSCHILD, Theodor | Edição | 1986 | Lisboa | |
"Eclectismo. Classicismo. Regionalismo. Os caminhos da arte cristã no Ocidente peninsular entre Afonso III e al-Mansur", Muçulmanos e Cristãos entre o Tejo e o Douro (sécs. VIII a XIII), pp.293-310 | FERNANDES, Paulo Almeida | Edição | 2005 | Palmela | |
A igreja pré-românica de São Pedro de Lourosa, Dissertação de Mestrado em Arte, Património e Restauro | FERNANDES, Paulo Almeida | Edição | 2002 | Lisboa | |
A escultura em Portugal, vol.1 | SANTOS, Reynaldo dos | Edição | 1948 | Lisboa | |
Iglesias mozárabes | GÓMEZ-MORENO, Manoel | Edição | 1919 | Madrid | |
Igreja de São Pedro do Balsemão: algumas notas | BOTELHO, Simão Morais | Edição | 1977 | Lamego |
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: face lateral do túmulo de D, Afonso Pires, Bispo do Porto
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: vista parcial (da actual porta principal para a capela-mor)
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: arco triunfal da capela-mor
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: arcaria setentrional do corpo, vista do arco triunfal
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: arco triunfal e retábulo-mor
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior da capela-mor: pormenor do tecto de caixotões
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: retábulo colateral com imagem de Nossa Senhora da Expectação
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: pormenor da testeira do túmulo de D. Afonso Pires, Bispo do Porto, com representação do Calvário
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior da capela-mor: arco triunfal e nave central
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: eixo da nave central com o túmulo de D. Afonso Pires, Bispo do Porto
Capela de São Pedro de Balsemão - Interior: túmulo de D. Afonso Pires, Bispo do Porto
Capela de São Pedro de Balsemão - Fachada principal (vista geral)