Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio de Mateus
Designação
DesignaçãoPalácio de Mateus
Outras Designações / PesquisasSolar de Mateus / Casa de Mateus / Museu da Fundação da Casa de Mateus (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) / Jardins do Solar de Mateus (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Solar
TipologiaSolar
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaVila Real/Vila Real/Mateus
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo Morgados de MateusVila Real Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.296831-7.712411
DistritoVila Real
ConcelhoVila Real
FreguesiaMateus
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaTodos os estudos referentes ao Solar de Mateus são unânimes em considerá-lo uma das obras mais significativas no quadro da arquitectura civil portuguesa, do período barroco. Na realidade, e apesar das muitas questões de autoria que permanecem por esclarecer, certo é que, neste sumptuoso solar, podemos observar um dos modelos arquitectónicos de maior erudição, que tira partido de uma planta em U, dinamizada pelos pátios e escadarias, e não apenas pelos elementos decorativos da fachada, como acontece em grande parte dos imóveis desta época. Aqui estão presentes todos os elementos que caracterizam a arquitectura barroca, nomeadamente, a simetria, a axialidade, os frontões interrompidos, as balaustradas, as escadarias e os elevados pináculos.
Não se sabe ao certo em que data começou a ser construído, mas em 1743 o então arcebispo D. José de Bragança foi informado de que António José Botelho Mourão havia demolido um palácio para, no seu lugar, construir um outro muito melhor (MATOS, 1930). Razão pela qual se pensa que, nesta data, a edificação do Solar estaria em fase adiantada.
Por outro lado, esta cronologia coincide com a época em que o arquitecto italiano Nicolau Nasoni trabalhou na igreja de Santa Eulália da Cumeeira (1739), pertencente ao morgadio de Mateus, e o intervalo de cerca de dois anos em que não se sabe onde esteve, antes de regressar ao Porto, em data próxima de 1743 (SMITH, 1966, p. 97). Estes dados consolidam a atribuição do Solar de Mateus a Nasoni, uma vez que a aproximação entre este imóvel, ou partes dele, e os restantes trabalhos do arquitecto é bastante evidente. Contudo, Robert Smith defendeu que, tendo em consideração o curto período em que Nasoni esteve em Mateus, apenas lhe pode ser atribuída a concepção da escadaria e pátio de entrada ("fechado" pela balaustrada em granito), com passagem directa de carruagens para o jardim posterior, num modelo devedor dos palácios italianos que Nasoni com certeza conhecia.
Também a dupla escadaria, os vãos dos patamates e a cornija da fachada se aproximam de muitas outras edificações dos arredores do Porto, da autoria de Nasoni, como o Palácio do Freixo, a casa de Ramalde, a igreja de São João Novo, entre outras (SMITH, 1966, pp. 97-98).
Todavia, o excesso de decoração que se adivinha na fachada de Mateus, bem como a inserção de elementos estranhos a Nasoni (de que a flor de lis das janelas do patamar é um exemplo) levam a considerar que, mesmo as composições do arquitecto podem ter sido executadas posteriormente, com algumas divergências e afastamento relativamente aos desenhos de Nasoni (SMITH, 1966, p. 100).
Mais recentemente, tem vindo a ser ligado a Mateus o nome de António Pereira, um outro arquitecto portuense que terá trabalhado com Nasoni no Porto e que foi o responsável pelo traçado do palácio de São João Novo (ALVES, 1990, pp. 241-249).
A capela, no prolongamento de um dos corpos da fachada, apresenta inúmeras semelhanças, ao nível da composição da frontaria, com a igreja Nova de Vila Real, onde trabalhou José de Figueiredo Seixas, natural de Viseu, e que é considerado um dos artistas que "prolongou de certo modo a lição do artista toscano" (PEREIRA, 1995, p. 72).
Actualmente, a Casa de Mateus é administrada pela Fundação com o mesmo nome, fundada em 1971, e dirigida pela família, organizando diversas actividades de âmbito cultural (cursos de música e concertos, exposições, o prémio literário D. Dinis, congressos e seminários), para além de conservar a biblioteca e o museu.
Rosário Carvalho
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPAlto Douro Vinhateiro
Outra Classificação
Nº de Imagens6
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1900Porto
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Nicolau Nasoni, arquitecto do PortoSMITH, Robert C.Edição1966
A heráldica do Solar de Mateus, Sep. Armas e Troféus, nº 6GUERRA, Luís de BivarEdição1977
"Late Baroque and Rococo in North Portugal", Sep. de Armas e Troféus, 2ª série, tomo IV, nº 1, 1963BURY, JohnEdição1963
"O barroco do século XVIII", História da Arte Portuguesa, vol.3PEREIRA, José FernandesEdição1995Lisboapp. 51-181.
A casa de MateusMATOS, Armando deEdição1930Gaia
O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa
"António Pereira: arquitecto do Palácio de São João Novo", in Boletim Cultural, 2ª série, vol. 7/8, pp. 241-249ALVES, Joaquim J. FerreiraEdição1990Porto
Cozinhas. Espaço e ArquitecturaPEREIRA, Ana MarquesEdição2006Lisboa

IMAGENS

Palácio de Mateus - Fachada lateral: janelas e varandas

Palácio de Mateus - Fachada principal: escadaria e corpo central

Palácio de Mateus - Fachada principal da capela

Palácio de Mateus - Vista geral (fachada principal)

Palácio de Mateus - Vista geral (fachada principal, lago e edifícios adjacentes)

Palácio de Mateus - Fachada principal

MAPA

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