Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja matriz de Atouguia da Baleia
Designação
DesignaçãoIgreja matriz de Atouguia da Baleia
Outras Designações / PesquisasIgreja de São Leonardo, matriz de Atouguia da Baleia / Igreja Paroquial de Atouguia da Baleia / Igreja de São Leonardo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLeiria/Peniche/Atouguia da Baleia
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo de São LeonardoAtouguia da Baleia Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.339135-9.325242
DistritoLeiria
ConcelhoPeniche
FreguesiaAtouguia da Baleia
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 37 450, DG, I Série, n.º 129, de 16-06-1949 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12699926
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de São Leonardo de Atouguia da Baleia é uma das principais realizações góticas que definem o que se convencionou chamar Gótico Paroquial, um fenómeno construtivo que percorreu grande parte do país, em particular as principais localidades do litoral, durante os reinados de D. Dinis e D. Afonso IV, entrando, mesmo, pelas primeiras décadas do século XV.
Com efeito, são muitas as afinidades que se podem encontrar entre estes templos, em cujo grupo se incluem igrejas como as de Santa Maria de Sintra, Santo André de Mafra, Santa Maria do Castelo de Tavira, Matrizes de Alcochete ou de Caminha, etc. São invariavelmente templos de três naves escalonadas, seccionadas por arcos formeiros apontados. A fachada principal forma uma espécie de triângulo, com corpo central a dois registos (abrindo-se, no primeiro, o portal, normalmente inscrito em gablete e, no segundo, ampla rosácea), enquanto que a cabeceira é tripartida, com capela-mor de dois tramos, o último poligonal, e absidíolos de esquema idêntico, porém de menores dimensões.
A construção do conjunto anda atribuída à transição para o século XIV e, estilisticamente, alguns autores reconhecem nela indícios de arcaísmo, em particular ao nível dos capitéis (DIAS, 1994, p.100, na linha de outros autores), embora esta apreciação mereça ser revista num século XIV bastante heterogéneo em termos decorativos. Sintoma disso mesmo é a inusitada qualidade do baixo-relevo da Natividade, um frontal de altar realizado no século XIV, único no país e pleno de naturalismo, apesar da rigidez natural do pano de fundo.
Pouco depois de terminada a obra, a igreja começou a ser enriquecida com enterramentos por parte dos mais importantes senhores locais. De 1371 é a inscrição de Domingos Bartolomeu, vassalo do rei e corregedor da Estremadura, que se fez sepultar na nave central. No século XV, a igreja tornou-se um monumento emblemático da principal estirpe que governou a vila, os Condes de Atouguia. O primeiro conde, D. Álvaro Gonçalves de Ataíde, jaz na capela que mandou construir pelos meados do século. E, na década de 60, contam-se importantes realizações, como o coro-alto, obra patrocinada pela Condessa de Atouguia, D. Guiomar de Castro, "pela alma do senhor conde", como indica a inscrição comemorativa da iniciativa.
No início do século XVI, a matriz de Atouguia era uma importante igreja da Estremadura, a ponto de ser novamente enriquecida com empresas vincadamente manuelinas. A principal é o portal da sacristia, em arco canopial regular. No exterior da capela-mor, o coroamento passou a integrar ameias, uma solução característica do ciclo artístico de D. Manuel.
Nas décadas seguintes, o interior foi esteticamente actualizado, com inclusão de pinturas murais (de que restam escassos elementos), mas a história da igreja acompanhou, de perto, a da própria vila: a partir do momento em que Atouguia perdeu importância, em benefício de Peniche, a igreja ressentiu-se, não mais voltando a ser objecto de grandes reformas, o que permitiu que tivesse chegado até aos nossos dias em relativo bom estado de conservação.
O restauro do conjunto ocorreu na década de 70 do século XX (uma fase já tardia na actividade emblemática da DGEMN) e iniciou-se pela consolidação de património integrado, no caso as pinturas murais e o painel da natividade. Houve, no entanto, uma efectiva preocupação em aplicar o "velhinho" conceito de "unidade de estilo", o que determinou a demolição do coro-alto, por exemplo, entre outras obras consideradas pós-medievais.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
Inventário Artístico de Portugal, vol. V (Distrito de Leiria)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1955Lisboa
Peniche na história e na lendaCALADO, MarianoEdição1991Peniche
"Atouguia da Baleia: um polo histórico, um centro vivo", I Seminário do Património da Região Oeste, pp.60-69MARTINS, Adolfo António da SilveiraEdição1996Bombarral
"O claustro da Sé de Lisboa: uma arquitectura «cheia de imperfeições»?", Murphy, nº1, pp.18-69FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2006Coimbra

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