Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Casa de Azevedo e capela
Designação
DesignaçãoCasa de Azevedo e capela
Outras Designações / PesquisasCasa da Torre das Pedras / Quinta da Corredoura e capela / Casa de Azevedo (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Casa
TipologiaCasa
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/São João da Pesqueira/Paredes da Beira
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua da CorredouraParedes da Beira Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
DistritoViseu
ConcelhoSão João da Pesqueira
FreguesiaParedes da Beira
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IM - Interesse Municipal
CronologiaA classificação como VC foi convertida para IM nos termos do n.º 2 do art.º 112.º da Lei n.º 107/2001, publicada no DR, I Série-A, N.º 209, de 8-09-2001
Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA antiga Casa da Torre das Pedras e a capela de Nossa Senhora da Assunção constituem, respectivamente, um importante testemunho arquitectónico com cerca de 9 séculos de história, e 250 anos de culto e tradição religiosa por parte dos habitantes da região.
Estudos recentes sobre o edifício habitacional permitiram identificar cinco fases construtivas, a primeira das quais remonta ao século XI e a última ao século XIX (PINTO, 1997, p. 48). Tal como a sua designação indica, este imóvel teve início numa torre, que foi o primeiro modelo de casa nobre, e o mais utilizado na época medieval, no nosso país. De acordo com os dados disponíveis, teria sido edificada por D. Rozendo (neto de Ramiro II de Leão), responsável pela conquista de Paredes aos muçulmanos, que aí depositou as três chaves do castelo, inaugurando uma iconografia que não mais abandonaria a casa. A esta primeira fase, com a torre e um edifício anexo de dimensão reduzida, seguiu-se a construção de um outro corpo, na continuação do primeiro, muito possivelmente, no decorrer dos séculos XII e XIII. Nas centúrias seguintes, assistiu-se ao prolongamento deste volume, e à eventual demolição da zona superior da antiga torre.
No século XVII, o imóvel expandiu-se para o lado oposto, formando uma planta mais quadrangular. Remonta a esta época a transferência da entrada para a escadaria da fachada principal, tal como hoje a conhecemos.
A centúria de Setecentos trouxe consigo a substituição do antigo oratório pela capela, dedicada a Nossa Senhora da Assunção, que se liga à casa por um corpo construído também nesta época, tal como a casa do capelão, ao lado do templo. Por fim, no século XIX foi acrescentado um volume de dimensão reduzida.
Acede-se à propriedade através de um portão com as armas dos Azevedos e com as iniciais que devem corresponder ao casal que, à época, detinha a quinta - António de Lemos e Azevedo e D. Priscila de Albuquerque Barata (IDEM, p. 46).
Se o edifício, primeiro ligado aos Távoras e depois aos Azevedos, conforme se pode observar nos vários símbolos heráldicos da casa, é importante por toda a tradição histórica que encerra, a capela é o espaço arquitectónico que mais se destaca, pelo barroquismo das suas formas, cujo traçado tem vindo a ser atribuído a Nicolau Nasoni. Os argumentos apontados para a defesa desta ideia partem das características do templo, do trabalho escultórico observado quer no exterior quer na capela-mor, e ainda das relações existentes entre o proprietário da casa, José António de Azevedo Vieira, e o bispo do Porto com o qual Nasoni desenvolveu estreitos laços, D. Jerónimo de Távora e Noronha. Paralelamente, nos anos em que o edifício foi erguido - 1738 e 1745 -, o artista italiano executou várias obras na região, onde se deslocou por diversas vezes (IDEM, p. 65 e ss.). Da mesma forma, a execução, ou a direcção dos trabalhos, é imputada ao mestre António Pereira, cuja ligação a Nasoni é também conhecida (IDEM, p. 66).
A fachada, mais depurada, é aberta pelo portal, rematado por frontão com as armas da família, no tímpano. No interior, ganha especial importância a capela-mor, com os seus três altares a ocupar a totalidade deste espaço, num trabalho realizado em pedra da região, e de um lavor de extraordinária execução, onde o horror ao vazio, próprio do barroco, está bem presente. O retábulo-mor, é de talha policromada, e nos dois restantes encontram-se os túmulos dos mártires S. Félix e S. Paulo, cuja presença motivou o culto neste templo, e a instauração de privilégios e indulgências, dependendo a capela directamente do Papa Benedito XIV, que enviou, ainda e entre outras oferendas, 1017 relíquias, colocadas em relicários.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias3

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
São João da Pesqueira: monografia do concelhoMONTEIRO, J. GonçalvesEdição1993São João da Pesqueira
Paredes da Beira: uma casa, uma capelaPINTO, José Lima de SousaEdição1997Carcavelos

IMAGENS

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