Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Capela ou Ermida de São Sebastião, com todo o seu recheio
Designação
DesignaçãoCapela ou Ermida de São Sebastião, com todo o seu recheio
Outras Designações / PesquisasCapela de São Sebastião / Ermida de São Sebastião (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Capela
TipologiaCapela
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaFaro/Tavira/Tavira (Santa Maria e Santiago)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Campo dos Mártires da Pátria (antigo Campo da Atalaia)Tavira Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
37.122372-7.647022
DistritoFaro
ConcelhoTavira
FreguesiaTavira (Santa Maria e Santiago)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como IM - Interesse Municipal
CronologiaA classificação como VC foi convertida para IM nos termos do n.º 2 do art.º 112.º da Lei n.º 107/2001, publicada no DR, I Série-A, N.º 209, de 8-09-2001
Decreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Situada no Largo do Campo dos Mártires, antigo Campo da Atalaia, zona afastada do centro da cidade, do lado Sul do rio Gilão, a Ermida de São Sebastião corresponde hoje a um pequeno templo de planta longitudinal e nave única, com capela-mor e sacristia anexa. Os volumes surgem escalonados entre a nave e a capela-mor mais elevada. A cobertura é composta por um telhado de duas águas na nave e uma cúpula hemisférica na capela-mor. A fachada principal da Ermida, que surge virada a poente, apresenta-se sem embasamento mas com os ângulos em cantaria aparelhada. Rematada por frontão contracurvado decorado com graciosos relevos em massa, esta fachada ostenta, ainda, um portal de molduras retilíneas, cornija saliente e frontão curvo sobre o qual se abre um óculo. A sacristia, por sua vez, corresponde a um volume acrescentado na fachada Norte, apresentando uma coberta de apenas uma água e um campanário sobre a entrada que se encontra virada a ponte.
Em 1723 o edifício já apresentava sinais de ruína tendo sido reconstruído pelos mestres Diogo Tavares de Ataíde, Manuel Aleixo e, mais tarde, pelo carpinteiro Jacinto Pacheco, fazendo fé nas atas da Câmara datadas de abril de 1745. De facto, os desenhos do frontão e pórtico da fachada principal, bem como das abóbadas de berço ajustam-se ao estilo do célebre mestre-canteiro, Diogo Tavares de Ataíde.
Relativamente às dez telas existentes na capela-mor, sabe-se que foram realizadas em 1759, pelo pintor-dourador Diogo de Mangino, natural de Sevilha mas estabelecido em Tavira após 1754. Estas pinturas constituem, segundo alguns autores (SANTANA, 2008), a mais completa recriação pictórica sobre a vida de São Sebastião existente na arte portuguesa. Destacam-se ainda as pinturas do retábulo da capela-mor, o marmoreado fingido das paredes e os exemplares de imaginária setecentista, nomeadamente as duas esculturas de anjos incensários colocados sobre o arco triunfal. Os motivos em trompe l'oeil produzem um forte efeito cenográfico e ilusionista, revestindo as paredes e emoldurando as pinturas sobre tela que surgem nos seis arcos distribuídos ao longo da nave da igreja. As telas, que representam cenas da vida da Virgem, são datáveis da segunda metade do século XVIII. A sacristia, por seu lado, ostenta um interessante conjunto de painéis de azulejos e um arcaz seiscentista.


História
Considerado um templo com origem nos finais do período medieval, época marcada por grandes epidemias, foi dedicado ao culto do mártir São Sebastião tido como grande protetor contra a peste. Encontrando-se o templo em muito mau estado nos inícios do século XVIII, o rei D. José I concede à confraria de São Sebastião, em 1753, o benefício perpétuo de certas rendas da Feira de São Francisco, contribuindo, desta forma, para a angariação de fundos que permitissem levar avante a execução da decoração dos interiores.
No ano 2000 iniciaram-se um conjunto de obras destinadas à consolidação e restauro das pinturas da nave que se encontravam em mau estado de conservação, continuando estes trabalhos em 2004, com a intervenção no retábulo-mor, pinturas sobre tela, imaginária, azulejos e pavimentos.
Até aos inícios do século XX realizava-se em Tavira, no dia 19 de janeiro, a procissão de São Sebastião, sendo a imagem do Santo transportada desde a Ermida, até à Igreja Matriz de Santa Maria. No dia seguinte, data oficial de comemoração deste Santo, a imagem era novamente levada em procissão pelos oficiais do corpo militar da cidade sendo acompanhada por música da banda do regimento.

Maria Ramalho/DGPC/2016 com o apoio de Célia Teixeira e Daniel Santana/C. M. Tavira.
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens8
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Notícias Históricas de Tavira, 1242 / 1840, 3ª ed.VASCONCELOS, Damião Augusto de BritoEdição1999Tavira
Tavira, Cidade das IgrejasSANTANA, DanielEdição2010Tavira
Guia de Visita da Ermida de São Sebastião de TaviraSANTANA, DanielEdição2008Tavira
Tavira e o seu Termo. Memorando HistóricoANICA, Arnaldo CasimiroEdição1993Tavira
Roteiro das igrejas de TaviraLAMEIRA, FranciscoEdição1996
Roteiro das Igrejas, Ermidas e Capelas de TaviraEdição2008Tavira

IMAGENS

Ermida de São Sebastião - Fachada principal, 2006.

Ermida de São Sebastião - Enquadramento geral, 2006.

Ermida de São Sebastião - Cabeceira (fachada posterior), 2006.

Ermida de São Sebastião (Tavira) - localização do imóvel na vista aérea. C.M.Tavira, 2014.

Ermida de São Sebastião (Tavira) - retábulo da capela-mor. Foto Nerve, 2008.

Ermida de São Sebastião (Tavira) - fachada principal. Foto Nerve, 2008.

Ermida de São Sebastião (Tavira) - vista do interior. Foto Nerve, 2008.

Ermida de São Sebastião (Tavira) - fachada Norte e sacristia. Foto Nerve, 2008.

MAPA

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