Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palácio Palmela
Designação
DesignaçãoPalácio Palmela
Outras Designações / PesquisasPalacete dos Duques de Palmela / Palácio do Duque de Palmela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Palácio
TipologiaPalácio
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Cascais/Cascais e Estoril
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Alameda Duquesa de PalmelaCascais Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.701113-9.413389
DistritoLisboa
ConcelhoCascais
FreguesiaCascais e Estoril
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaPortaria n.º 740-S/2012, DR, 2.ª série, n.º 248 (suplemento), de 24-12-2012 (ver Portaria)
Edital N.º 184/08 de 19-03-2008 da CM de Cascais
Edital N.º 532/04 de 14-04-2004 da CM de Cascais
Despacho de homologação de 2-06-2003 do Ministro da Cultura
Parecer de 7-05-2003 do Conselho Consultivo do IPPAR a propor a classificação como IIP do Palácio Palmela
Proposta de 8-08-2002 da DR de Lisboa do IPPAR para a classificação como IIP do Palácio Palmela (Conceição Velha), incluindo o jardim
Edital de 4-09-1998 da CM de Cascais
Despacho de abertura de 28-06-1998 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de 17-06-1998 da DR de Lisboa do IPPAR para a abertura da instrução de processo de classificação
Proposta de classificação de 11-12-1997 da APCA
Em 9-02-1982 foi solicitado à CM de Cascais o envio de documentação para a instrução do processo de classificação
Proposta de classificação de 9-12-1981 da CM de Cascais
ZEPPortaria n.º 740-S/2012, DR, 2.ª série, n.º 248, de 24-12-2012 (sem restrições) (ZEP do Chalet Faial, do Palácio Palmela e do Forte de Nossa Senhora da Conceição (restos das muralhas)) (ver Portaria)
Aviso n.º 4682/2012, DR, 2.ª série, n.º 63, de 28-03-2012 (ver Aviso)
Parecer favorável de 10-10-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 12-07-2011 da DRC de Lisboa e Vale do Tejo para a fixação da ZEP conjunta do Chalet Faial, do Palácio Palmela e dos restos do Forte de Nossa Senhora da Conceição
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaBeneficiando de um enquadramento paisagístico ímpar, o palácio dos duques de Palmela conserva, ainda hoje, a sua imponência arquitectónica, dentro do neogótico inglês, assumindo-se como uma importante memória da vivência de Cascais entre o final do século XIX e o início da centúria seguinte, quando esta vila se tornou na estância de veraneio da família real e, consequentemente, da corte portuguesa. Ao seu lado, o palácio dos marqueses do Faial (filhos do duque de Palmela), mais tardio, segue uma linha arquitectónica semelhante.
Quando, em 1871, D. Luís iniciou os trabalhos de remodelação da Cidadela, desencadeou um hábito de veraneio que vingou na sociedade da época, pois as principais famílias da corte iniciaram, poucos anos mais tarde, a construção das suas próprias casas. Na realidade, os desenhos para o palácio Palmela datam de 1871 e 1872, e não podemos esquecer que na mesma época os Loulé, outra das maiores famílias do reino, mandou, também, edificar a sua habitação à beira mar (FRANÇA, 2004, p. 182).
O baluarte de Nossa Senhora da Conceição, onde se ergue o palácio, estava então desactivado, e havia sido adquirido pelos Palmela ao Estado, em 1868 ou em 1869 (COLAÇO, ARCHER, 1943, p. 335; FALCÃO, p. 194; ANACLETO, 1992-94, p. 116).
Desenhado por um arquitecto inglês - Thomas Henry Wyatt -, o palácio Palmela deve ser entendido em função dos conhecimentos, viagens e gosto da terceira duquesa, D. Maria de Sousa e Holstein, principal impulsionadora da obra (ANACLETO, 1992-94, p. 117). Família de diplomatas, os Palmela mantinham muitos contactos com Inglaterra, conhecendo, com certeza, todo o desenvolvimento e fortuna alcançado pelo denominado gótico perpendicular inglês, aqui utilizado (ANACLETO, 1994, p. 192).
O arquitecto ter-se-á deslocado a Cascais com o objectivo de conhecer o local, uma vez que todo o cenário envolvente era sentido como fundamental na concepção do projecto. A entrega dos 30 desenhos (dos quais subsistem 16) terá ocorrido em 1873, iniciando-se os trabalhos ainda nesse ano ou no seguinte (ANDRADE, 1964, p. 304; COUTINHO, 1980, p. 121; ANACLETO, 1992-94, p. 120). A preocupação com o exterior encontra-se bem expressa na profusão de janelas e mirantes e nas bay-windows que se observam no palácio, procurando potenciar ao máximo a implantação junto ao mar. A planta é assimétrica, quase "espontânea", muito ao gosto dos arquitectos ingleses (dando ideia de recuperação de uma casa antiga e não de uma construção recente), desenvolvendo-se em volumes diferenciados, com telhados pontiagudos, e utilizando os materiais da região, como era prática em terras anglo-saxónicas (ANACLETO, 1994, p. 192). A fachada principal perde preponderência e todo o conjunto apresenta uma quase total ausência de elementos decorativos. Excepção feita à porta principal, sobrepujada pelo brasão de armas dos duques. No interior, um átrio ordena a distribuição vertical e horizontal do edifício (ANACLETO, 1992-94, p. 118).
Ao projecto inicial juntaram-se, na década de 80, outras intervenções, ao que se pensa, da autoria do arquitecto e mestre de obras José António Gaspar (ANACLETO, 1992-94, p. 121). Este, acrescentou dois corpos facetados e dois prismáticos, ao alçado Poente, com o objectivo de criar um espaço destinado a capela, não consignado no projecto de Thomas Henry Wyatt. A deficiência da obra levou a que, entre 1890 e 1895, os duques de Palmela encarregassem José Luís Monteiro de renovar esta ala, o que o arquitecto fez, subindo um piso nos corpos adossados ao edifício, e eliminando as coberturas dos dois prismas seguintes (ANACLETO, 1992-94, p. 122).
Na próxima travessa da Conceição, foi erguido, a partir de 1895, um edifício de apoio para cocheira e cavalariças, sob risco de Cesar Ianz.
Em redor da casa, desenvolvia-se um parque, relativamente arborizado e com alguns tanque e lagos, actualmente muito reduzido na sua antiga extensão.
(Rosário Carvalho)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Um caso singular no goticismo nacional: o palacete Palmela", Arquivo de Cascais, Boletim Cultural do Município, n.º 11, pp. 103-147ANACLETO, ReginaEdição1994Cascais
O Neomanuelino ou a reinvenção da arquitectura dos Descobrimentos.ANACLETO, ReginaEdição1994Lisboa
História da Arte em Portugal - O Pombalismo e o RomantismoFRANÇA, José-AugustoEdição2004Lisboa
CascaisSILVA, Raquel Henriques daEdição1988Lisboa
Cascais, vila da corte: oito séculos de históriaANDRADE, Ferreira deEdição1964Cascais
Memórias da linha de CascaisCOLAÇO, Branca de GontaEdição1943Cascais
Memórias da linha de CascaisARCHER, MariaEdição1943Cascais

IMAGENS

Palácio Palmela - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

Palácio Palmela - Porta principal

Palácio Palmela - Pedra de armas encimando a porta principal

Palácio Palmela - Interior da capela: pormenor

Palácio Palmela - Enquadramento geral de nascente

Palácio Palmela - Planta com a delimitação e a ZP que esteve em vigor até ser fixada a ZEP

Palácio Palmela - Corpo da capela

Palácio Palmela - Enquadramento geral de sul (Baía de Cascais)

Palácio Palmela - Vista geral de nascente

Palácio Palmela - Vista geral de poente

Palácio Palmela - Fachada norte: acesso

Palácio Palmela - Fachada norte: vista geral

MAPA

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