Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Antiga igreja matriz da Lourinhã
Designação
DesignaçãoAntiga igreja matriz da Lourinhã
Outras Designações / PesquisasIgreja do Castelo / Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lourinhã/Lourinhã e Atalaia
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- no Cemitério MunicipalLourinhã Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.243084-9.315584
DistritoLisboa
ConcelhoLourinhã
FreguesiaLourinhã e Atalaia
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 8 218, DG, I Série, n.º 130, de 29-06-1922 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913929
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaLourinhã foi uma das localidades integradas no reino português após a conquista da Estremadura por D. Afonso Henriques, em 1147. A vila foi doada a D. Jordão, ao que tudo indica um cavaleiro de origem francesa (muito possivelmente um dos cruzados que participaram nas conquistas de Lisboa e das praças vizinhas), que terá patrocinado a construção de um primitivo templo românico, de que, todavia, não chegou qualquer elemento material.
A actual configuração gótica do monumento data de uma reconstrução trecentista, divergindo, no entanto, as opiniões acerca da cronologia exacta dessa empreitada. A opinião mais consensual é a que situa a sua construção no reinado de D. João I. Este monarca, ainda enquanto pretendente ao trono, doou a localidade a D. Lourenço Vicente, arcebispo de Braga e natural da Lourinhã. De acordo com esta perspectiva, a edificação do conjunto teria assim decorrido entre 1384, data da doação régia, e 1397, ano em que o arcebispo faleceu (DIAS, 1994, p.142).
Uma outra interpretação, ainda escassamente explorada, admite que o processo de construção tenha principiado antes e demorado mais tempo até à sua conclusão. De acordo com um trabalho injustamente inédito de Madalena Areal e SILVA, 1995, pp.9-11, parcialmente baseado nas sugestões de Rui Marques CIPRIANO, um dos fechos de abóbada da capela-mor integra o nome "Gonçalves", elemento que pode remeter para um anterior donatário da vila, Martim Gonçalves, ou Nuno Gonçalves, que detiveram a posse da Lourinhã na primeira metade do século XIV. Este último está documentado em 1336, ano aproximado de arranque do edifício gótico, segundo a referida autora. Infelizmente, esta perspectiva, não foi ainda objecto de comprovação por um rigoroso estudo do monumento, devidamente publicado para merecer um juízo crítico da comunidade científica.
O templo é um característico monumento gótico, colocado imediatamente antes da renovação estilística verificada com o arranque do Mosteiro da Batalha. Como igreja matriz, o seu plano revela uma continuidade em relação aos modelos paroquiais que vinham desde o século anterior e que fizeram escola na nossa arquitectura baixo-medieval: nave tripartida, seccionada em quatro tramos por arcos formeiros apontados, antecedida por fachada principal ad triangulum, composta por três panos, sendo o central mais elevado, com portal axial inscrito em alfiz saliente sobrepujado por rosácea; a capela-mor é poligonal, de dois tramos, com alçado nascente organizado em cinco panos reforçados por contrafortes que enquadram janelas de duplo lume quebrado.
As semelhanças deste projecto para com as estremenhas construções de Santa Maria de Sintra ou Santo André de Mafra não têm passado despercebidas (PEREIRA, 1995, p.425; ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.63), assim como uma ainda pouco esclarecida relação com a igreja da Graça de Santarém (DIAS, 1994, pp.142 e 144), construção já claramente vinculada ao ciclo batalhino.
Mas a principal originalidade deste templo reside na escultura dos seus capitéis, reconhecidamente o ponto alto de um movimento naturalista que percorre todo o século XIV português. Mário Chicó, apesar de considerar o templo uma obra claramente posterior, foi sensível à variedade e qualidade de alguns capitéis, por si considerados como "aqueles em que o naturalismo atinge em Portugal a fase de maior perfeição" (CHICÓ, 3ªed., 1981, p.123).
O conjunto monumental passou por fases de adulteração e de enriquecimento, contando-se obras de assinalável impacto nos finais do século XVII e novamente no século XIX, quando o conjunto já ameaçava ruir. O restauro que reverteu a igreja à sua pretensa originalidade foi consumado na década de 30 do século XX, pela mão da DGEMN. Reconstruíram-se janelas e a cachorrada, desobstruiu-se a frontaria de um muro moderno, refez-se a cobertura por comparação com outros monumentos coevos, fizeram-se novas colunas para os portais, regularizou-se o terreno a uma cota não original, etc.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico)DIAS, PedroEdição1986Lisboa
A arquitectura gótica portuguesaDIAS, PedroEdição1994Lisboa
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433PEREIRA, PauloEdição1995Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaAZEVEDO, Carlos deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
A Arquitectura Gótica em PortugalCHICÓ, Mário TavaresEdição1981Lisboa
Apontamentos sobre o Manuelino no Distrito de LisboaBASTOS, Fernando PereiraEdição1990Lisboa
Património religioso edificado do concelho da LourinhãCIPRIANO, Rui MarquesEdição2001Lourinhã
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaFERRÃO, JulietaEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de LisboaGUSMÃO, Adriano deEdição1963LisboaLisboa Data do Editor : 1973
Notas sobre Lourinhã e o seu concelhoVARELLA, José de SousaEdição1937Lourinhã
Lourinhã. Subsídios para uma monografiaPEREIRA, Mário BaptistaEdição1988Lourinhã
Lourinhã. Contribuições para a sua HistóriaPEREIRA, Mário BaptistaEdição1986Lourinhã
"A Matriz da Lourinhã e seus capitéis góticos", Frente Oeste, 10 de MaioBATALHA, AlmeidaEdição1990Atalaia de Cima
Património religioso edificado do concelho da LourinhãSOUSA, Teresa Maria Farto Faria deEdição2001Lourinhã
"Igreja Matriz da Lourinhã", Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 16EdiçãoLisboa

IMAGENS

Antiga igreja matriz da Lourinhã - Vista geral (fachadas lateral esquerda e principal)

Antiga Igreja matriz da Lourinhã - Fachada principal
Autor: Nekkas, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Antiga Igreja matriz da Lourinhã - Planta com a delimitação e a ZGP em vigor

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