Antiga igreja matriz da Lourinhã | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Antiga igreja matriz da Lourinhã | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja do Castelo / Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Lisboa/Lourinhã/Lourinhã e Atalaia | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Lisboa | ||||||||||||
Concelho | Lourinhã | ||||||||||||
Freguesia | Lourinhã e Atalaia | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 8 218, DG, I Série, n.º 130, de 29-06-1922 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9913929 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Lourinhã foi uma das localidades integradas no reino português após a conquista da Estremadura por D. Afonso Henriques, em 1147. A vila foi doada a D. Jordão, ao que tudo indica um cavaleiro de origem francesa (muito possivelmente um dos cruzados que participaram nas conquistas de Lisboa e das praças vizinhas), que terá patrocinado a construção de um primitivo templo românico, de que, todavia, não chegou qualquer elemento material. A actual configuração gótica do monumento data de uma reconstrução trecentista, divergindo, no entanto, as opiniões acerca da cronologia exacta dessa empreitada. A opinião mais consensual é a que situa a sua construção no reinado de D. João I. Este monarca, ainda enquanto pretendente ao trono, doou a localidade a D. Lourenço Vicente, arcebispo de Braga e natural da Lourinhã. De acordo com esta perspectiva, a edificação do conjunto teria assim decorrido entre 1384, data da doação régia, e 1397, ano em que o arcebispo faleceu (DIAS, 1994, p.142). Uma outra interpretação, ainda escassamente explorada, admite que o processo de construção tenha principiado antes e demorado mais tempo até à sua conclusão. De acordo com um trabalho injustamente inédito de Madalena Areal e SILVA, 1995, pp.9-11, parcialmente baseado nas sugestões de Rui Marques CIPRIANO, um dos fechos de abóbada da capela-mor integra o nome "Gonçalves", elemento que pode remeter para um anterior donatário da vila, Martim Gonçalves, ou Nuno Gonçalves, que detiveram a posse da Lourinhã na primeira metade do século XIV. Este último está documentado em 1336, ano aproximado de arranque do edifício gótico, segundo a referida autora. Infelizmente, esta perspectiva, não foi ainda objecto de comprovação por um rigoroso estudo do monumento, devidamente publicado para merecer um juízo crítico da comunidade científica. O templo é um característico monumento gótico, colocado imediatamente antes da renovação estilística verificada com o arranque do Mosteiro da Batalha. Como igreja matriz, o seu plano revela uma continuidade em relação aos modelos paroquiais que vinham desde o século anterior e que fizeram escola na nossa arquitectura baixo-medieval: nave tripartida, seccionada em quatro tramos por arcos formeiros apontados, antecedida por fachada principal ad triangulum, composta por três panos, sendo o central mais elevado, com portal axial inscrito em alfiz saliente sobrepujado por rosácea; a capela-mor é poligonal, de dois tramos, com alçado nascente organizado em cinco panos reforçados por contrafortes que enquadram janelas de duplo lume quebrado. As semelhanças deste projecto para com as estremenhas construções de Santa Maria de Sintra ou Santo André de Mafra não têm passado despercebidas (PEREIRA, 1995, p.425; ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.63), assim como uma ainda pouco esclarecida relação com a igreja da Graça de Santarém (DIAS, 1994, pp.142 e 144), construção já claramente vinculada ao ciclo batalhino. Mas a principal originalidade deste templo reside na escultura dos seus capitéis, reconhecidamente o ponto alto de um movimento naturalista que percorre todo o século XIV português. Mário Chicó, apesar de considerar o templo uma obra claramente posterior, foi sensível à variedade e qualidade de alguns capitéis, por si considerados como "aqueles em que o naturalismo atinge em Portugal a fase de maior perfeição" (CHICÓ, 3ªed., 1981, p.123). O conjunto monumental passou por fases de adulteração e de enriquecimento, contando-se obras de assinalável impacto nos finais do século XVII e novamente no século XIX, quando o conjunto já ameaçava ruir. O restauro que reverteu a igreja à sua pretensa originalidade foi consumado na década de 30 do século XX, pela mão da DGEMN. Reconstruíram-se janelas e a cachorrada, desobstruiu-se a frontaria de um muro moderno, refez-se a cobertura por comparação com outros monumentos coevos, fizeram-se novas colunas para os portais, regularizou-se o terreno a uma cota não original, etc. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 3 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 13 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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História da Arte em Portugal, vol. IV (O Gótico) | DIAS, Pedro | Edição | 1986 | Lisboa | |
A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433 | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2002 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2002 | Lisboa | |
A Arquitectura Gótica em Portugal | CHICÓ, Mário Tavares | Edição | 1981 | Lisboa | |
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa | AZEVEDO, Carlos de | Edição | 1963 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1973 |
Notas sobre Lourinhã e o seu concelho | VARELLA, José de Sousa | Edição | 1937 | Lourinhã | |
Lourinhã. Subsídios para uma monografia | PEREIRA, Mário Baptista | Edição | 1988 | Lourinhã | |
Lourinhã. Contribuições para a sua História | PEREIRA, Mário Baptista | Edição | 1986 | Lourinhã | |
"A Matriz da Lourinhã e seus capitéis góticos", Frente Oeste, 10 de Maio | BATALHA, Almeida | Edição | 1990 | Atalaia de Cima | |
Património religioso edificado do concelho da Lourinhã | SOUSA, Teresa Maria Farto Faria de | Edição | 2001 | Lourinhã | |
Apontamentos sobre o Manuelino no Distrito de Lisboa | BASTOS, Fernando Pereira | Edição | 1990 | Lisboa | |
Património religioso edificado do concelho da Lourinhã | CIPRIANO, Rui Marques | Edição | 2001 | Lourinhã | |
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa | FERRÃO, Julieta | Edição | 1963 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1973 |
Monumentos e Edifícios Notáveis do Distrito de Lisboa | GUSMÃO, Adriano de | Edição | 1963 | Lisboa | Lisboa Data do Editor : 1973 |
"Igreja Matriz da Lourinhã", Boletim da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 16 | Edição | Lisboa |
Antiga igreja matriz da Lourinhã - Vista geral (fachadas lateral esquerda e principal)
Antiga Igreja matriz da Lourinhã - Fachada principal
Autor: Nekkas, em colaboração com Wiki Loves Monuments
Antiga Igreja matriz da Lourinhã - Planta com a delimitação e a ZGP em vigor
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