Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Palacete do Visconde de Vilar de Allen, jardins e auditório
Designação
DesignaçãoPalacete do Visconde de Vilar de Allen, jardins e auditório
Outras Designações / PesquisasPalacete do Visconde de Vilar de Allen / Edifício da Delegação Norte da Secretaria de Estado da Cultura, SEC (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Edifício
TipologiaEdifício
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Porto/Lordelo do Ouro e Massarelos
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Ruben APorto Número de Polícia: 210
Rua António CardosoPorto Número de Polícia: 175-185
LATITUDE LONGITUDE
41.155924-8.642382
DistritoPorto
ConcelhoPorto
FreguesiaLordelo do Ouro e Massarelos
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MIP - Monumento de Interesse Público
CronologiaDeclaração de retificação n.º 785/2012, DR, 2.ª série, n.º 117, de 19-06-2012 (retificou a localização) (ver Declaração)
Portaria n.º 192/2012, DR, 2.ª série, n.º 861, de 3-05-2012 (ver Portaria)
Despacho de homologação de 6-01-2006 da Ministra da Cultura
Parecer favorável de 13-01-2005 do Conselho Consultivo do IPPAR
Proposta de 30-01-2004 da DR do Porto do IPPAR para a classificação como MIP
Despacho de abertura de 3-09-1996 do vice-presidente do IPPAR
Proposta de abertura de 30-08-1996 da DR do Porto do IPPAR
Processo iniciado em 1980
ZEPPortaria n.º 192/2012, DR, 2.ª série, n.º 86, de 3-05-2012 (sem restrições) (ver Portaria)
Anúncio n.º 14710/2011, DR, 2.ª série, n.º 198, de 14-10-2011 (ver Anúncio)
Parecer favorável de 31-05-2011 da SPAA do Conselho Nacional de Cultura
Proposta de 13-01-2011 da DRC do Norte
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12736127
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaFoi mandada construir, nos últimos anos da década de 1920, pelo 3º Visconde de Villar d'Allen para sua residência, coincidindo com uma época em que o Porto assistia ao surgimento de uma série de palacetes, que imprimiram à cidade uma marca burguesa. Com ligações à Casa Ramos Pinto (através de laços matrimoniais e comerciais), Joaquim Ayres de Gouveia Allen, engenheiro de formação e cônsul da Bélgica no Porto, é definido como um "misto de aristocrata e capitalista" (CARDOSO, 1997, p.541). O projecto para a sua casa de habitação foi concebido pelo arquitecto José Marques da Silva (1869-1947).
Os primeiros desenhos estavam concluídos em Abril de 1927, mas o casal Allen foi introduzindo múltiplas alterações ao projecto inicial que, de forma genérica, se prendiam com o hall de distribuição do espaço interno e com a localização da capela, que se pretendia de acesso directo ao exterior, sendo que todas estas questões acabaram por se reflectir na própria concepção das fachadas, também sucessivamente alteradas. Na sua Dissertação de Doutoramento, António Cardoso analisa este programa, considerando o Petit Trianon, de Versalhes, como o modelo principal da Casa Allen, numa escolha cuja responsabilidade imputa ao encomendador, e da qual resultou uma "imagem mitigada e adulterada de um Petit Trianon, agora portuense, numa linguagem academizante e involutiva" (IDEM).
A planta estrutura-se em torno do hall central, a que se acede através da fachada principal, virada para a rua, e da fachada Sul, cuja monumentalidade acaba por inverter a importância dos alçados, quase anulando o principal. A capela abre-se no alçado Norte, que se articula em três corpos diferenciados.
Ambas as fachadas, de aparelho rusticado, caracterizam-se pela simetria na abertura dos vãos, pelos remates em platibanda, que quase cobrem o telhado, e pelos pórticos, numa linguagem de cariz neoclássico. De acordo com António Cardoso, reside na concepção destes alçados, de leitura equívoca em relação ao interior, uma das novidades do projecto: "a suposta ambiguidade das fachadas significava, afinal, a sua visão totalizadora, uma nova concepção do projecto, e uma nova forma de abordagem" (IDEM, p.543). Os jardins, que aproveitam três frentes da casa, distribuem-se da seguinte forma: na entrada e na área lateral Sul, respeitam um esquema racional, e na zona posterior invocam a influência inglesa.
Naturalmente, os projectos para habitações particulares revestem-se de algumas pré determinações, impostas pelos proprietários; facto de grande significado para a análise e contextualização da obra. No que respeita à Casa Allen encontramos vários destes particularismos e, quer de um ponto de vista da integração do edifício no conjunto de obras de Marques da Silva, quer num contexto da própria cidade, a verdade é que o imóvel acaba por se salientar, reflectindo o gosto do seu encomendador. De facto, os eclectismos, e neste caso, os de sabor neoclássico, prolongaram-se, no nosso país, até à década de 1920 mas, de acordo com António Cardoso, a marca ecléctica e neoclássica da Casa Allen constituiu uma expressão academizante no conjunto da obra de Marques da Silva. Por outro lado, nestes anos 20, o imóvel é quase uma excepção na própria dinâmica de opções arquitectónicas da cidade do Porto. Muito embora possamos encontrar pontos de contacto com a Casa de Serralves, do mesmo autor, as linhas art déco desta última assumem-se como um dos mais significativos exemplos desta estética no nosso país (TOSTÕES, 1995, p.520), afastando-se dos modelos da Casa Allen. Em todo o caso, não deixa de constituir um importante marco arquitectónico e urbanístico da cidade do Porto.
Mais recentemente, em 1991, foi construída, nos seus jardins, a Casa das Artes, projecto do Eduardo Souto Moura (com data de 1980). A qualidade desta arquitectura, com as características fachadas cegas deste autor, mas abrindo-se para a cidade com a fachada em vidro, a Norte, mereceu a Souto Moura o Prémio Secil. (RC)
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias5

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal: Cidade do PortoQUARESMA, Maria Clementina de CarvalhoEdição1995Lisboa
O Arquitecto José Marques da Silva e a Arquitectura no Norte do País na primeira metade do Séc. XXCARDOSO, AntónioEdição1997Porto
"Arquitectura Portuguesa do Século XX", in História da Arte Portuguesa (dir. Paulo Pereira), vol. 3TOSTÕES, Ana CristinaEdição1995Lisboa
"Quintas da Paróquia de Campanhã", Boletim Cultural da C. M. do PortoMARTINS, Pe. A. Tavares,Edição1969Portovol. XXXII
Campanhã: Estudos MonográficosEdição1991Porto

IMAGENS

Palacete do Visconde de Vilar de Allen, jardins e auditório - Interior do palacete: escadaria

Palacete do Visconde de Vilar de Allen, jardins e auditório - Planta com a delimitação do monumento em vias de classificação, da ZP em vigor e da proposta de ZEP que entrará em vigor aquando da publicação no DR (já foi entretanto classificado)

Palacete do Visconde de Vilar de Allen, jardins e auditório - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

Palacete do Visconde de Vilar de Allen, jardins e auditório - Jardim e fachada do palacete

Palacete do Visconde de Vilar de Allen, jardins e auditório - Fachada principal do palacete

MAPA

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