Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Anta do Crato
Designação
DesignaçãoAnta do Crato
Outras Designações / PesquisasAnta 1 do Couto dos Andreiros / Anta 1 do Couto dos Endreiros (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Anta
TipologiaAnta
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Crato/Crato e Mártires, Flor da Rosa e Vale do Peso
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- Monte dos Andreiros- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.268069-7.624077
DistritoPortalegre
ConcelhoCrato
FreguesiaCrato e Mártires, Flor da Rosa e Vale do Peso
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914630
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA par da exploração dos povoados de altura, predominantemente datáveis da Idade do Ferro - os denominados castros ou citânias -, foram os monumentos megalíticos os testemunhos do passado mais remoto da presença humana no actual território português que mereceram maior atenção por parte de quem se dedicava à jovem ciência arqueológica, seguindo uma tradição há muito enraizada noutros países, nomeadamente em Inglaterra e em França, para citarmos apenas estes dois países, nalguns dos quais acabariam por ser politicamente utilizados, nomeadamente para estruturar pretensões de foro regionalista e/ou nacionalista.
Não terá sido este, propriamente, o caso ocorrido em Portugal, ainda que se registasse, em determinados momentos, uma certa necessidade de comprovar a anterioridade de exemplares megalíticos existentes em território nacional relativamente aos registados em solo espanhol, muito provavelmente em face de algumas pretensões de conotação iberista assomadas já durante o segundo quartel do século XIX (Cf. MARTINS, A. C., 2005).
Não podemos esquecer, em todo o caso, que as diversas tipologias megalíticas sobressaiam, a maioria das vezes, de modo acentuado na paisagem envolvente, sendo, por conseguinte, de fácil identificação, ao mesmo tempo que suscitavam uma curiosidade natural decorrente de todo um desconhecimento relativo à utilização primeva da maioria das respectivas tipologias, envoltas durante séculos nas mais díspares especulações e fabulações. Ademais, os sepulcros megalíticos, ou seja, os dólmenes - ou antas (como serão mais conhecidos em parte expressiva das nossas regiões) - atraíam sobremaneira a curiosidade de cientistas e diletantes, não apenas pela sua estrutura, como, sobretudo, pelo espólio associado que seria alcançado com a sua investigação, a par do facto de se pretender estabelecer uma cronologia com base na análise construtiva, seguindo o princípio evolucionista linear, então predominante no seio da comunidade científica ocidental.
A verdade é que as antas acabaram por ocupar um lugar central nas actividades arqueológicas dos percursores da Arqueologia conduzida em Portugal entre finais de oitocentos, princípios de novecentos, figurando de modo destacado na primeira lista de estruturas antigas a merecerem, entre nós, a classificação de "monumento nacional", com todas as implicações legais acarretadas por uma medida similar a tantas outras em vigor noutros estados europeus.
Ao que se sabe, o exemplar megalítico funerário erguido durante o Neo-calcolítico, conhecido por "Anta do Crato", mereceu desde cedo a atenção dos nossos primeiros geólogos e pioneiros dos estudos pré-históricos, conduzidos em solo nacional a partir de meados do século XIX, por iniciativa da emblemática Commissão dos Serviços Geológicos, na sequência de uma primeira formada, a pedido do Governo, pela "Real Academias das Ciências", ainda em 1848.
De facto, foi um dos seus reputados membros, o lente de Mineralogia e Geologia da Escola Politécnica Francisco, António Pereira da Costa (1809-1889), quem a identificou primeiramente, em 1868, cabendo ao fundador da referencial Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos Portuguezes e um dos mais activos divulgadores do exercício arqueológico entre nós, bem como da relevância da institucionalização da salvaguarda monumental, o arquitecto J. Possidónio N. da Silva (1806-1896) (Cf. Id., 2003), a sua relocalização, ocorrida já em 1890.
Classificada, justamente, em 1910, nas vésperas da implantação republicana, o dólmen apresenta-se constituído por câmara sepulcral de planta poligonal, com três metros de diâmetro e dois de altura máxima, composta de cinco dos esteios que a estruturavam na origem ainda in situ. O corredor de acesso ao seu interior encontra-se destruído, a exemplo da mamoa - ou tumulus -, que cobriria o monumento na totalidade.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Possidónio da Silva (1806-1896) e o Elogio da Memória. Um Percurso na Arqueologia de OitocentosMARTINS, Ana CristinaEdição2003LisboaData do Editor : 2003
"300 Sítios arqueológicos visitáveis em Portugal", Al-madanRAPOSO, JorgeEdição2001Almada2.ª série, n. º10, pp.100-157
"A consolidação do sistema agro-pastoril", Nova História de PortugalJORGE, Susana de OliveiraEdição1990Lisboapp. 102-162
A Associação dos Arqueólogos Portugueses na senda da salvaguarda patrimonial. Cem anos de transformação (1863-1963). Texto policopiado. Tese de Doutoramento em Letras.MARTINS, Ana CristinaEdição2005LisboaTese de Doutoramento defendida na Reitoria da Universidade de Lisboa em Junho de 2006. Tese impressa em dois volumes: - I - aparato crítico; - II - aparato iconográfico.

IMAGENS

Anta do Crato - Vista geral

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