Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja da Madre de Deus
Designação
DesignaçãoIgreja da Madre de Deus
Outras Designações / PesquisasIgreja do Convento da Madre de Deus / Museu Nacional do Azulejo / Convento da Madre de Deus (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Lisboa/Penha de França
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo Madre de DeusLisboa Número de Polícia: 4 B
LATITUDE LONGITUDE
38.724679-9.113735
DistritoLisboa
ConcelhoLisboa
FreguesiaPenha de França
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPEm 26-04-2022 foi solicitado à CM de Lisboa parecer sobre a proposta de ZEP, não tendo sido obtida resposta
Despacho de concordância de 28-04-2021 do subdiretor-geral da DGPC
Proposta de 22-04-2021 do Departamento dos Bens Culturais da DGPC
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaImóvel
Localizada em Xabregas, na zona oriental da cidade de Lisboa, a Igreja da Madre de Deus integrava o convento com o mesmo nome, fundado no início do século XVI, parte do qual é ocupado pelo Museu Nacional do Azulejo. O edifício resulta de sucessivas campanhas de obras, que alteraram a configuração original de cariz manuelino.
A igreja desenvolve-se numa planta irregular, composta pela nave retangular e pela capela-mor quadrada, que se ajusta com o volume da sacristia, construído no ângulo esquerdo superior e formando um L invertido. A fachada principal, erigida no pano lateral do templo (como era comum nas igrejas conventuais femininas), apresenta-se dividida em três tramos, marcados por contrafortes e rasgados a espaços regulares por janelas, trilobadas com cogulhos no registo inferior, retangulares com colunelos laterais no superior. No pano central destaca-se o monumental portal manuelino em arco trilobado, precedido por escadaria e delimitado por dois botaréus, que no intradorso exibe um friso escultórico de motivos vegetalistas, e no extradorso é envolvido por cogulhos enquadrando o escudo de Portugal, ladeado no exterior pelas armas da rainha D. Leonor e de D. João II. O frontispício é rematado a toda a volta por platibanda neo-manuelina com elementos alusivos à fundadora do cenóbio. Ainda no exterior, junto à zona do coro-alto, foi erguida a torre sineira, de três registos, com porta em arco apontado com cogulhos, assente sobre colunelos.
O claustro maneirista, adossado à fachada posterior do templo, divide-se em dois andares, apresentando um chafariz ao centro.
O interior da igreja anuncia um programa decorativo de gosto barroco, com teto de caixotões pintado com cenas da Vida da Virgem, executado entre 1670 e 1690 pela oficina de Marcos da Cruz e Bento Coelho da Silveira, painéis azulejares com temas do Velho Testamento, cenas de paisagem e temática franciscana, provenientes da Holanda e colocados em 1686, talha joanina revestindo o coro-alto e o arco cruzeiro, um púlpito em talha rococó e pinturas da autoria de André Gonçalves, colocadas na sacristia e no ante-coro.
História
O Convento da Madre de Deus, ou Real Mosteiro de Enxobregas, foi fundado em 1509 por iniciativa da rainha D. Leonor, mulher de D. João II, estando a igreja primitiva concluída antes de 1522, data em que era representada no Retábulo de Santa Auta (hoje no Museu de Arte Antiga). O templo manuelino teve um erudito programa decorativo, do qual subsistem, para além deste retábulo, pinturas de Quentin Metsys ou composições cerâmicas da oficina dos Della Robia.
Como qualquer casa monástica, a Madre de Deus passou por diversas campanhas que visaram ampliar e redecorar o espaço sacro. Cerca de 1550 D. João III entregou ao arquiteto Diogo de Torralva a reforma do cenóbio, numa obra que se arrastou até finais do século XVI e de que subsiste o claustro. Com o reinado de D. Pedro II e a recuperação da crise pós-Restauração, o convento recebeu novas obras, sobretudo de ornamentação da igreja; a reforma prosseguiu com D. João V, datando deste reinado a talha e o ciclo pictórico da autoria de André Gonçalves. O terramoto de 1755 destruiu parte da estrutura do templo, que rapidamente foi reconstruído.
Com a extinção das Ordens religiosas, o património móvel da Madre de Deus foi disperso entre as coleções régias e o que viria a ser o Museu Nacional de Arte Antiga. A igreja encerrou ao culto em 1868 e o espaço do convento destinou-se a asilo, com a premissa de transformar o templo e as suas dependências num museu.
Porém, só na segunda metade do século XX este projeto seria concretizado; entre 1957 e 1958, com o apoio da Fundação Gulbenkian, foram realizadas as primeiras obras de cariz museológico, por ocasião do V Centenário do Nascimento da Rainha D. Leonor, e em 1965 era finalmente fundado o Museu do Azulejo, sendo nomeado João Miguel dos Santos Simões como seu primeiro diretor.
Catarina Oliveira
DGPC, 2017
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens15
Nº de Bibliografias12

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Azulejaria PortuguesaMECO, JoséEdição1986LisboaLisboa Data do Editor : 1985
Conventos de LisboaCAEIRO, BaltazarEdição1989Lisboa
História da Arte em Portugal. Do Barroco ao RococóBORGES, Nelson CorreiaEdição1986Lisboavol. IX
História da Arte em Portugal - O BarrocoSERRÃO, VítorEdição2003Lisboa
Casa Perfeitíssima. 500 Anos da Fundação do Mosteiro da Madre de DeusCURVELO, AlexandraEdição2009Lisboa
Igreja da Madre de Deus: história, conservação e restauro.AA VVEdição2002Lisboa
A talha barroca de Lisboa (1670-1720). Os artistas e as obras. Tese de doutoramento.FERREIRA, Sílvia MariaEdição2009Lisboa
André Gonçalves. Pintura do Barroco PortuguêsMACHADO, José Alberto GomesEdição1995Lisboa
Urbanismo e arquitecturas. Lisboa dos Descobrimentos. Tese de doutoramentoCARDOSO, António José de Andrade MuñozEdição1995Lisboa
"O espaço nas igrejas dos conventos das clarissas da província dos Algarves". Promontoria, Ano 9, n.º 9, pp. 117-156VALENTE, TeresaEdição2011Faro
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
Dicionário da História de LisboaEdição1994Lisboa

IMAGENS

Igreja da Madre de Deus - Fachada principal (voltada a sul)

Igreja da Madre de Deus - Fachada principal (sul)

Igreja da Madre de Deus - Fachada principal: portal sul

Convento da Madre de Deus/Museu do Azulejo (Lisboa) - pormenor da coleção exposta. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus/Museu do Azulejo (Lisboa) - pormenor da coleção exposta. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa). Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa) - interior da igreja com vista para o coro baixo e coro alto. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa) - nave da igreja. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus/Museu do Azulejo (Lisboa) - pormenor da coleção exposta. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa) - claustro. Maria Ramalho, 2015.

Igreja do Convento da Madre de Deus (Lisboa). Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa) - claustrim. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa) - coro alto. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa) - cafetaria do Museu do Azulejo. Maria Ramalho, 2015.

Convento da Madre de Deus (Lisboa) - claustrim. Maria Ramalho, 2015.

MAPA

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