Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Muralhas do Castelo de Portalegre
Designação
DesignaçãoMuralhas do Castelo de Portalegre
Outras Designações / PesquisasCastelo de Portalegre / Fortificações de Portalegre (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Castelo
TipologiaCastelo
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPortalegre/Portalegre/Sé e São Lourenço
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- -Portalegre Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.291013-7.430677
DistritoPortalegre
ConcelhoPortalegre
FreguesiaSé e São Lourenço
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 8 217, DG, I Série, n.º 130, de 29-06-1922 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaFundado por D. Dinis após 1290, o altaneiro Castelo de Portalegre denota a importância estratégica que já então a vila assumia na defesa da fronteira alto-alentejana, facto que explica o florescente desenvolvimento económico nos séculos da Baixa Idade Média.
A fortaleza localiza-se na secção nascente da cidade. Apesar de consideravelmente transformada, mantém a sua torre de menagem, de planta quadrangular irregular e integrada na muralha, protegendo, com certeza, o acesso principal, como foi comum na arquitectura gótica militar. O castelo apresenta uma planta algo heterodoxa, composta por uma "figura geométrica irregular de oito lados, grosseiramente arredondada" (BUCHO, DGEMN on-line). Resta, ainda, a torre Norte, actualmente a que tem maior altura e se apresenta como verdadeiro símbolo cenográfico do passado medieval da cidade.
O sistema de muralhas que envolvia a primitiva fortificação gótica encontra-se, também, bastante adulterado; não obstante, o seu perímetro é ainda facilmente reconstituível, uma vez que os eixos de circulação obedeceram à espacialidade urbana então gerada e ainda restam alguns importantes troços. No seu conjunto, a cerca desenha um perímetro arredondado, tão irregular quanto longo, que tem a particularidade de envolver o próprio castelo. Doze torres uniam a estrutura amuralhada e oito portas (do Postigo, do Alegrete, de Elvas, da Devesa, do Espírito Santo, do Bispo e de São Francisco) permitiam o acesso ao interior. Destas, restam três, destacando-se a do Alegrete, embora também substancialmente adulterada: "maciça, de arco de volta perfeita em túnel, viu o seu topo arranjado em terraço enquanto se rasgavam quatro janelas quadradas no piso superior" (RODRIGUES e PEREIRA, 1988, p.17). A mais importante porta medieval era, contudo, a da Devesa, do lado Norte, cuja configuração original apresentava duas poderosas torres a ladeá-la.
Durante a época moderna, a cintura amuralhada sofreu obras de reforço. Do século XVI é a abóbada da torre de menagem, polinervada e concebida para se ajustar ao espaço irregular que cobre. Ainda que não existam provas seguras, é possível que o primitivo sistema gótico, de cruzaria, apresentasse sinais preocupantes de ruína, face à irregularidade do espaço a abobadar. A mais importante campanha, todavia, aconteceu no século XVII, no contexto defensivo das guerras da Restauração. Ao que tudo indica, as obras iniciaram-se logo em 1641 e estavam concluídas cinco anos depois. Estes dados são elucidativos quanto à importância da fortaleza e do castelo nesses anos de guerra entre Portugal e Espanha. Os fortins de São Cristóvão, São Pedro e da Boavista ilustram essa decisiva campanha, pela sua localização em estrela, adiante das muralhas medievais, mas ligando-se a elas, numa tentativa de modernização e de melhorar a eficácia de todo o sistema.
Estas obras, todavia, não impediram que, nos princípios do século XIX, as tropas espanholas ocupassem a cidade. O tempo ditou a perda de funcionalidade do castelo, e as novas exigências do urbanismo contemporâneo determinaram a ruína e a destruição de muitas partes do velho sistema militar medieval. Data, precisamente, dos últimos dois séculos as principais alterações. A campanha restauradora que a DGEMN aqui empreendeu, na década de 60 do século XX, dotou partes da cerca de alguma monumentalidade, desafogando-a de construções privadas anexas e reconstituindo-se em altura alguns parapeitos e ameias.
"Do urbanismo da cidade medieval pouco subsiste" (RODRIGUES e PEREIRA, 1988, p.14). Em todo o caso, restam algumas portas góticas aplicadas a residências privadas na secção Noroeste do burgo, zona menos tocada pelas campanhas construtivas posteriores e onde ainda é possível reconhecer parte do imaginário medieval primitivo.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCasa AmarelaConvento de Santa ClaraSé de Portalegre
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Roteiro dos Monumentos Militares PortuguesesALMEIDA, João deEdição1948Lisboa
Inventário Artístico de Portugal - vol. I (Distrito de Portalegre)KEIL, LuísEdição1943Lisboa
PortalegreRODRIGUES, JorgeEdição1988Lisboa
PortalegrePEREIRA, PauloEdição1988Lisboa
O centro histórico da cidade de PortalegreGARRAIO, IsildaEdição2002Portalegre
Subsídios para uma monografia de PortalegreTRANSMONTANO, Maria TavaresEdição1997Portalegre
Portalegre na História militar de PortugalSILVA, Aurélio NunesEdição1950Coimbra
Herança cultural e práticas do restauro arquitectónico em Portugal durante o Estado Novo: intervenção nas fortificações do Distrito de PortalegreBUCHO, DomingosEdição2000Évora

IMAGENS

Muralhas do Castelo de Portalegre - Caminho de ronda (adarve) e pátio interior, 2006.

Muralhas do Castelo de Portalegre - Muralhas e torre de menagem, 2006.

Muralhas do Castelo de Portalegre - Interior da torre de menagem: tecto abobadado do piso superior.2006.

Muralhas do Castelo de Portalegre. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre - Porta de Alegrete. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre - alminha na Porta de Alegrete. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre - Porta de Alegrete. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre - silos medievais. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre. Maria Ramalho, 2017.

Muralhas do Castelo de Portalegre. Maria Ramalho, 2017.

MAPA

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