Mosteiro de Leça do Balio, compreendendo a lâmina sepulcral de bronze | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Mosteiro de Leça do Balio, compreendendo a lâmina sepulcral de bronze | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja do Antigo Mosteiro de Leça do Balio / Igreja de Santa Maria de Leça do Balio (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Mosteiro | ||||||||||||
Tipologia | Mosteiro | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Porto/Matosinhos/Custóias, Leça do Balio e Guifões | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Porto | ||||||||||||
Concelho | Matosinhos | ||||||||||||
Freguesia | Custóias, Leça do Balio e Guifões | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria n.º 187/2024, DR, 2.ª série, n.º 28, de 8-02-2024 (substituiu a planta anexa à portaria anterior) (com ZNA) (ver Portaria) Portaria de 21-09-1957, publicada no DG, II Série, n.º 24, de 29-01-1958 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria n.º 187/2024, DR, 2.ª série, n.º 28, de 8-02-2024 (substituiu a planta anexa à portaria anterior); Portaria de 21-09-1957, publicada no DG, II Série, n.º 24, de 29-01-1958 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9914631 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Uma antiga tradição refere que aqui existiu um primeiro edifício religioso pré-românico, construído no século X, mas de que nenhum elemento chegou até nós. Nos primeiros tempos da nacionalidade, pelos meados do século XII, D. Afonso Henriques doou o couto de Leça à Ordem do Hospital, a primeira Ordem Militar documentada em território português. A construção que actualmente observamos não data do século XII, apesar de, nessa altura, se ter edificado um mosteiro românico. O imponente edifício fortificado que sobreviveu até hoje é uma construção gótica, datado da primeira metade do século XIV, e impulsionado por Fr. Estêvão Vasques Pimentel, falecido em 1336 e que se fez sepultar, em campa rasa, diante do altar. Por essa data, portanto, depreende-se que a cabeceira estaria em adiantado estado de construção, ou mesmo já terminada. São duas as correntes artísticas dominantes neste monumento, aparentemente em contradição estética e funcional entre si, mas, um tanto paradoxalmente, aqui integradas de forma harmoniosa. De um lado, o esquema palnimétrico e volumétrico mendicante aplicado às igrejas. De outro, a máscara de fortificação e de poder que caracteriza exteriormente o edifício. Em planta, o modelo mendicante é claro: três naves, organizadas em cinco tramos, sendo o último uma espécie de transepto inscrito, marcado apenas em altura; a divisão do espaço é feita através de grossos pilares, de perfil cruciforme pelo adossamento de colunas nas suas quatro faces; a cabeceira é tripla, com uma capela-mor mais profunda que os absidíolos, e de secção nascente poligonal. Se a estas características se juntar a cobertura em madeira das naves e o abobadamento em cruzaria de ogivas da cabeceira, temos um conjunto de indicadores que remetem para aquele modelo mendicante, que gozou de enorme sucesso na nossa arquitectura gótica, desde a igreja de Santa Maria do Olival, em Tomar, até praticamente ao século XVI. Exteriormente, contudo, é uma outra linguagem estético-artística que vinga. A existência de merlões a toda a roda do edifício, de um caminho de ronda, de um balcão defensivo sobre o portal principal, ameado e dotado de matacães, e, principalmente, de uma robusta e grandiosa torre a ladear a fachada principal, pelo lado Sul, conferem a este monumento um estatuto ímpar na arquitectura religiosa gótica no nosso país, e colocam-no como principal exemplo do núcleo de igrejas-fortificadas então construídas. Muito se tem já escrito sobre este carácter militar do templo de Leça do Bailio, discutindo-se, especialmente, se se trata de uma igreja-fortificada, se de uma igreja-fortaleza. O que parece claro é que a Ordem dos Hospitalários, em pleno século XIV, optou por um modelo construtivo religioso, de forte carácter militar, numa época em que a linha de fronteira que alimentava o antagonismo reconquistador estava bastante afastado. Tal facto justifica-se pelo objectivo de "representação retórica da força" (PEREIRA, 1995, vol. I, p.388), tão característico de uma Ordem Militar, e tão efectivo numa zona em que os detentores de poder eram ainda as velhas famílias de Infanções. A estrutura militar de todo o conjunto foi também já interpretada como um sinal de arcaísmo do projecto, cujas abundantes massas pétreas contradizem muito do que foi a origem do Gótico. Tal leitura, todavia, apresenta-se hoje demasiado redutora, face ao complexo e erudito programa construtivo que foi seguido. Idênticas cautelas devem ser tomadas em relação aos capitéis das naves. O facto de ostentarem temas historiados, fez com que alguns autores tenham reconhecido um fundo românico na sua execução. No entanto, o Gótico continuou a utilizar a decoração figurativa em capitéis, e ainda que o granito tenha determinado uma maior simplificação das formas, estes capitéis correspondem a uma religiosidade já bem Gótica, como o atesta a crucificação de Cristo, em detrimento da natureza essencialmente divina do filho de Deus, que domina a iconografia românica. PAF | ||||||||||||
Processo | Rua de Santos Lessa | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 13 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 32 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A Arquitectura Gótica em Portugal | CHICÓ, Mário Tavares | Edição | 1981 | Lisboa | |
A arquitectura gótica portuguesa | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"A Arquitectura (1250-1450)", História da Arte Portuguesa, dir. Paulo Pereira, vol. I, pp.335-433 | PEREIRA, Paulo | Edição | 1995 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2002 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal - o Gótico | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2002 | Lisboa | |
Castelos Portugueses | MONTEIRO, João Gouveia | Edição | 2002 | Lisboa | Livro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico. |
Castelos Portugueses | PONTES, Maria Leonor | Edição | 2002 | Lisboa | Livro sem bibliografia Este guia propõe, para um vasto público, uma visão sintética da história da arquitectura militar portuguesa bem como um entendimento aprofundado dos elementos constituintes e funcionais dos castelos românico e gótico. |
"A Ordem do Hospital e a arquitectura militar em Portugal (Sécs. XII a XIV)", 3ºCongresso de Arqueologia Peninsular, vol. VII, 2000, pp.187-209 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Porto | |
A gloriosa história dos mais belos castelos de Portugal | PERES, Damião | Edição | 1969 | Barcelos | |
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422) | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Lisboa | |
"O conjunto monumental de Leça do Balio na época gótica", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.15-21 | ROSAS, Lúcia Maria Cardoso | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"O actual concelho de Matosinhos nas Inquirições de 1258", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.23-39 | BARBOSA, Isabel Lago | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"A Comenda de Leça do Balio (séculos XII-XVI)", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.85-91 | COSTA, Paula Pinto | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"Ainda um convento familiar", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.93-95 | SERÉN, Maria do Carmo | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"O acervo epigráfico do Mosteiro de Leça do Balio", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.97-116 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"Acompanhamento arqueológico na remodelação do edifício da Quinta do Mosteiro: metodologia de intervenção e resultados", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.119-135 | BARROS, Márcia | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"Acompanhamento arqueológico na remodelação do edifício da Quinta do Mosteiro: metodologia de intervenção e resultados", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.119-135 | TEIXEIRA, Ricardo Jorge Coelho Marques Abrantes | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"Acompanhamento arqueológico na remodelação do edifício da Quinta do Mosteiro: metodologia de intervenção e resultados", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.119-135 | SILVA, Teresa | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"Acompanhamento arqueológico na remodelação do edifício da Quinta do Mosteiro: metodologia de intervenção e resultados", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.119-135 | FONSECA, Vítor | Edição | 2004 | Matosinhos | |
"A «última morada» de Leça do Balio: História e Património", Matesinus, nº5 (Actas das III Jornadas de História e Património Local - 2003), pp.147-155 | QUEIROZ, Francisco | Edição | 2004 | Matosinhos | |
Memoria historica da Antiguidade do Mosteiro de Leça, chamado do Balio | BARBOSA, António do Carmo Velho de | Edição | 1852 | Porto | |
"Mosteiro de Santa Maria de Leça do Balio", Archivo Pittoresco, ano IV, pp.257-259 | BARBOSA, Inácio de Vilhena | Edição | 1861 | Lisboa | |
"A igreja do Mosteiro de Leça, os Paços do Balio e as capelas da baliagem numa descrição de 1734", Boletim da Biblioteca Pública Municipal de Matosinhos, vol.11, pp.35-60 | BRANDÃO, Domingos de Pinho | Edição | 1964 | Matosinhos | |
Leça do Balio no tempo dos cavaleiros do Hospital | COSTA, Paula Pinto | Edição | 2001 | Lisboa | |
Leça do Balio no tempo dos cavaleiros do Hospital | ROSAS, Lúcia Maria Cardoso | Edição | 2001 | Lisboa | |
O Mosteiro de Leça do Balio | DUARTE, Arnaldo | Edição | 1940 | Porto | |
Santa Maria de Leça do Balio | FREITAS, Eugénio de Andrea da Cunha e | Edição | 1958 | Porto | |
"A igreja de Leça do Balio", O Tripeiro, sér. 5, nº8, pp.177-178 e nº9, pp.206-208 | FRONTEIRA, Joaquim | Edição | 1946 | Porto | |
Notas sobre a Anunciação da lápide de bronze de Leça do Balio", O Tripeiro, Sér. V, ano XIII, nº5, pp.142-146 e nº6, pp.171-173 | GONÇALVES, Flávio | Edição | 1956 | Porto | |
A Anunciação na arte medieval em Portugal. Estudo iconográfico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1983 | Porto | |
"A igreja de Leça do Balio", A arte e a Natureza em Portugal, vol.2 | MAGALHÃES, Luís de | Edição | 1903 | Porto | |
"A igreja do Bailiado de Leça", Boletim da Associação Cultural Amigos do Porto, 2ª sér., vol.2, pp.23-41 | OLIVEIRA, António de Sousa (Júnior) | Edição | 1972 | Porto | |
"Mosteiro de Leça do Balio", Arte, ano 3, nº30-32 | VASCONCELOS, Joaquim de | Edição | 1907 | Porto | |
"A lápide de bronze de Leça do Balio", A Arte Portuguesa, nº1, pp.5-6 | VASCONCELOS, Joaquim de | Edição | 1882 | Porto | |
"A lâmina de bronze de Leça do Balio", Revista de Arqueologia, vol.3, pp.307-314 | VITORINO, Pedro | Edição | 1938 | Lisboa | |
Resenha Historica e Archeologia do Mosteiro de Lessa do Bailio | CARNEIRO, José Augusto | Edição | 1899 | Porto | EDITOR E PROPRIETARIO / JOSÉ LOPES DA SILVA De acordo com Subs. P/Bibliografia da História Local Portuguesa, p. 52: "Interessante estudo histórico e arqueológico do Mosteiro de Leça do Bailio. Contem pequena biografia de todos os prelados do Mosteiro e uma resenha genealógica de D. Frei Cristóvão de Cernache, cuja família se ligou posteriormente aos Noronhas e aos Távoras; Frei Esteves de Vasques Pimentel que veio a ligar-se à família Pereira e uma resenha genealógica da casa de Bragança. Contem ainda uma notícia histórica de D. Nuno Álvares Pereira." |
"O claustro da Sé de Lisboa: uma arquitectura «cheia de imperfeições»?", Murphy, nº1, pp.18-69 | FERNANDES, Paulo Almeida | Edição | 2006 | Coimbra | |
Mosteiro de Leça do Bailio. Boletim da DGEMN, nº1 | Edição | 1935 | Lisboa |
Mosteiro de Leça do Bailio - Fachada principal da igreja
Mosteiro de Leça do Bailio - Fachada principal: rosácea
Mosteiro de Leça do Bailio - Vista geral (fachadas principal e lateral direita)
Mosteiro de Leça do Bailio - Fachada lateral Sul e vista parcial da zona conventual
Mosteiro de Leça do Bailio - Fachada lateral direita: remate da face Sul do transepto e cabeceira
Mosteiro de Leça do Bailio - Interior da igreja: lâmina sepulcral de bronze colocada numa parede lateral do absidíolo Norte, evocativa de Frei Estêvão Vasques Pimentel
Mosteiro de Leça do Bailio - Interior da igreja - nave central e capela-mor
Mosteiro de Leça do Bailio - Interior da igreja: capitéis da coluna da nave central com representação de Adão e Eva
Mosteiro de Leça do Bailio - Interior da igreja: arcosólio com túmulo de D. Frei Gaspar Coelho
Mosteiro de Leça do Bailio - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 24, de 29-01-1958 - ZEP do Mosteiro e do cruzeiro
Planta anexa à portaria 187/2004 que substitui a planta anexa à portaria de 21-09-1957 - ZEP do Mosteiro e Cruzeiro de Leça do Balio
Mosteiro de Leça do Bailio - Interior da igreja: inscrição no túmulo de D. Frei Gaspar Coelho
Mosteiro de Leça do Bailio - Interior: pormenor do túmulo de D. Frei João Coelho com inscrição lavrada ao longo da tampa ("Diogo Pires o Moço fez")
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