Igreja de Gândara | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de Gândara | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja do Salvador de Cabeça Santa / Igreja de São Miguel da Gândara / Igreja Paroquial de Cabeça Santa / Igreja do Divino Salvador (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Porto/Penafiel/Cabeça Santa | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Porto | ||||||||||||
Concelho | Penafiel | ||||||||||||
Freguesia | Cabeça Santa | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 14 425, DG, I Série, n.º 228, de 15-10-1927 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 6-07-1951, publicada no DG, II Série, n.º 188, de 15-08-1951 (com ZNA) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | Portaria de 6-07-1951, publicada no DG, II Série, n.º 188, de 15-08-1951 | ||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Fundada pela rainha Santa Mafalda (filha de D. Sancho I) pelo segundo quartel do século XIII, a igreja de São Salvador da Gandra (como durante séculos foi conhecida) é uma cópia mais modesta do templo de Cedofeita, no Porto, analogia tão flagrante que levou Manuel Monteiro a considerá-la um "arremedo" do monumento portuense (MONTEIRO, 1952). Com efeito, são numerosos os pontos de contacto entre ambas, restando ainda a dúvida sobre a intenção de, em algumas partes, se ter projectado soluções idênticas às de Cedofeita. Uma delas é a opção pela cobertura de madeira no corpo e na capela-mor, que contraria o integral abobadamento da igreja portuense, discrepância que tem vindo a ser atribuida a uma redução do plano original (GRAF, 1986, vol.1, p.85) ou a uma simplificação construtiva desde o início do projecto (ALMEIDA, 1978, vol.2, p.205). Mas onde as semelhanças entre os dois monumentos são maiores é ao nível da decoração. Um capitel do portal lateral Sul, onde se representaram dois estilizados dragões de corpo de ave, que inclinam o seu pescoço para morder outros seres dispostos inferiormente na composição, é praticamente idêntico a outro do portal principal de Cedofeita (FERRÍN GONZÁLEZ, 2002, pp.173-174), proximidade que levou alguns autores a reconhecer que os mesmos artistas trabalharam em ambos os templos (ALMEIDA, 2001, p.121). Ainda no portal meridional, existe um capitel representando um acrobata de corpo arqueado, formando uma espécie de ponte, que tem sido considerado uma das melhores realizações escultóricas do Românico nortenho. Ora, se as analogias para com a fábrica de Cedofeita são evidentes e ajudam a perceber a itinerância de artistas e de modelos, o templo de Cabeça Santa é, por outro lado, um monumento plenamente contextualizável com a realidade histórico-geográfica da sua região. A modéstia de plano (independentemente de se ter ficado a dever a uma simplificação durante a obra ou anterior a ela) é um elemento de relação para com o Românico da bacia do rio Sousa e do Baixo Tâmega (ALMEIDA, 1986, p.95; 2001, p.121). Por outro lado, algumas esculturas devem-se à expansão dos modelos utilizados no vizinho mosteiro de Paço de Sousa (em particular as que recorrem ao talhe em bisel), revelando um ar mais exótico, que alguns autores não hesitaram em atribuir a uma tradição moçárabe ou mudéjar. Perante estes dados, podem existir duas fases construtivas claramente diferenciáveis, assim se faça um estudo rigoroso do monumento: num primeiro momento, a incorporação de artistas que haviam trabalhado em Cedofeita, incluindo o seu arquitecto; depois, a utilização de mão-de-obra diversa, recrutada um pouco por todo o Norte duriense interior, onde o Românico teve um dos seus últimos focos de sobrevivência. No portal principal, por exemplo, derradeiro elemento a ser executado, verifica-se a coexistência de diversas influências, provável indicador de uma maior heterogeneidade dos lapicidas. Esta diferenciação, a confirmar-se, poderá, ainda, esclarecer se, de facto, o projecto inicial sofreu uma alteração brusca, ou não. O interesse do estudo de Cabeça Santa não se resume à sua fase românica. Um elemento importante será o de entender o porquê de uma igreja dedicada a São Salvador ter passado, em data ainda incerta, a ser conhecida como Cabeça Santa. Com grande probabilidade, aqui existiu uma imagem de grande devoção, a ponto de o templo se diferenciar dos demais pelo seu conteúdo ainda mais sagrado. Por outro lado, nas suas traseiras existe um muito bem preservado conjunto de sepulturas antropomórficas escavadas na rocha, cuja datação é anterior ao templo do século XIII, o que aponta para uma ocupação em plena Alta Idade Média, cujo alcance científico só poderá conseguir-se através de uma investigação mais aprofundada do local. Bastante restaurado pela DGEMN, da época moderna resta apenas a Capela de Nossa Senhora do Rosário, espaço quadrangular do lado Norte, revestido por talha e azulejos barrocos. PAF | ||||||||||||
Processo | A 2 km do cruzamento de Oldrões para Rio de Moinhos. | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 15 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 7 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
Portugal roman, vol. I | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1978 | Porto | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
"La decoración zoomórfica en el románico de la diócesis de Porto: aproximación a un bestiario", I Congresso sobre a Diocese do Porto. Tempos e lugares de memória, vol.1, pp.163-182 | FERRÍN GONZÁLEZ, J. Ramón | Edição | 2002 | Porto | |
Românico do Vale do Sousa | AA. VV. | Edição | 2008 | Lousada |
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada principal
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Vista geral (fachadas lateral sul e posterior)
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada principal: portal
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada principal: pormenor dos capitéis do portal (lado Norte)
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada principal: pormenor dos capitéis do portal (lado Sul)
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada lateral sul: portal
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada lateral sul: pormenor dos capitéis do portal (lado Poente)
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada lateral sul: pormenor dos capitéis do portal (lado Nascente)
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Adro envolvente: afloramento rochoso a nascente da capela-mor
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Adro envolvente: sepulturas escavadas no afloramento rochoso a nascente da capela-mor
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Vista geral da cabeceira e da fachada lateral Sul
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Interior: arco triunfal da capela-mor
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada principal: pormenor de capitel e misula do portal
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Fachada principal
Igreja paroquial de Cabeça Santa - Interior: nave e capela-mor
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