Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Edifício do antigo seminário de Viseu, depois Paço dos Bispos de Viseu, vulgarmente conhecido pelo nome de «Colégio»
Designação
DesignaçãoEdifício do antigo seminário de Viseu, depois Paço dos Bispos de Viseu, vulgarmente conhecido pelo nome de «Colégio»
Outras Designações / PesquisasMuseu Nacional de Grão Vasco / Paço dos Três Escalões / Paço dos Bispos de Viseu / Edifício do Seminário (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Seminário
TipologiaSeminário
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Viseu/Viseu
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Adro da Sé, contíguo à Sé CatedralViseu Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.660129-7.910839
DistritoViseu
ConcelhoViseu
FreguesiaViseu
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 9 953, DG, I Série n.º 171, de 31-07-1924 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 2-02-1963, publicada no DG, II Série, n.º 42, de 19-02-1963 (sem restrições) (ZEP da Sé de Viseu e do edifício do antigo Seminário)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaEm 1563 um decreto do Concílio de Trento estabeleceu que todas as Catedrais deveriam patrocinar a edificação de um colégio, para a educação de grupos de jovens vocacionados para a vida eclesiástica.
Em Viseu, o Seminário Conciliar foi instituído em 1587 pelo bispo D. Nuno de Noronha, que destinou um espaço dentro do seu Paço para a edificação do colégio, com a invocação de Nossa Senhora da Esperança. As obras iniciaram-se no ano de 1593, e no ano seguinte D. Nuno de Noronha foi transferido para a diocese da Guarda, ficando a obra a cargo do novo bispo, o dominicano D. Frei António de Sousa.
Não se conhecem dados sobre o autor da traça do edifício, embora a obra apresente "uma estética arquitectónica castelhana" (RUÃO, Carlos,2000,p.16). Em 1613 a campanha de obras era dirigida por Domingos Rodrigues, sabendo-se que o espaço interior do seminário não estava ainda terminado em 1639.
O edifício possui planta quadrangular, que se desenvolve à volta de dois pátios internos, evoluindo em três ou quatro registos, consoante a inclinação do terreno onde está implementado. As quatro fachadas do edifício assemelham-se na sua estrutura, com a disposição simétrica de diversas janelas nos pisos superiores. O último piso é separado por um friso que percorre todo o edifício. O remate superior do conjunto é feito por cornija, com gárgulas de canhão e pináculos nos ângulos.
Na fachada principal destaca-se o portal, ladeado por duas colunas estriadas, encimadas por arquitrave e cartela com inscrição em epígrafe, alusiva aos bispos que iniciaram a obra, ladeada por duas pedras de armas e rematada por um nicho com a imagem de Nossa Senhora da Esperança, padroeira do seminário. O conjunto é rematado por frontão triangular.
O espaço interior do colégio desenvolve-se em torno de dois espaços, o pátio interior fronteiro à entrada principal, e um claustro que dá acesso à Sé, um espaço quadrangular de três registos executado no século XVII (CORREIA, Alberto,2000,p.64).
O edifício do Seminário apresenta uma estrutura maneirista, muito semelhante à arquitectura solarenga dos finais do século XVI. O edifício desenvolve-se num volume sólido e austero, despido de decoração, em que a disposição simétrica das fenestrações marca o ritmo das fachadas.
Ao longo das centúrias seguintes, o edifício sofreu algumas vicissitudes, nomeadamente ao nível estrutural. Ainda no ano de 1635 o desmoronamento da Torre dos Sinos, na Sé, provocou danos na fachada do Seminário que confina com a catedral, e em 1710 a queda de um raio, na mesma torre, provocou a queda de algumas paredes e varandas. Três anos depois, um incêndio no edifício destruiu mais algumas dependências.
A partir de 1810, com as Invasões Francesas, o edifício foi cedido para aquartelamento e hospitais, e em 1824 o Seminário seria transferido para a Congregação do Oratório de São Filipe Néri. Depois de 1849 o edifício foi doado à cidade, e a partir dessa data o espaço foi utilizado para a instalação de diversas instituições públicas.
Em 1911 o edifício do Seminário foi incorporado nos bens nacionais, e dois anos depois, a 31 de Dezembro de 1913, um decreto governamental instituiu um Museu Regional de Arte no local, para assegurar a salvaguarda de diversas peças quinhentistas, tais como as tábuas do retábulo da capela-mor. O museu, denominado Museu Grão Vasco, foi inaugurado em 1918, ocupando apenas algumas dependências do colégio. Só em 1924 o museu ocupou todo o espaço do edifício.
Em 2000, foi executado um projecto de remodelação do Museu Grão Vasco, coordenado pelo arquitecto Eduardo Souto de Moura, visando a transformação do espaço museológico, mas com o cuidado de preservar, o mais possível, o espaço exterior do edifício (MOURA, Eduardo Souto de, 2000).
Catarina Oliveira
IPPAR/2005
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens12
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Guia de Portugal, Beira II - Beira Baixa e Beira AltaDIONÍSIO, Sant'AnaEdição1984Lisboa
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
"A Arquitectura da Sé Catedral de Viseu", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 12-19RUÃO, CarlosEdição2000Lisboa
Roteiro arqueológico do concelho de ViseuVAZ, João Luís da InêsEdição1987Viseu
"O Seminário Conciliar de Viseu. Das origens à actualidade (1587-1987)", Beira Alta, vol. XLVIII, nº 1 e 2ALVES, AlexandreEdição1989Viseu
"D. Gonçalo Pinheiro, Bispo de Viseu. Breve Roteiro de uma vida", Beira Alta, vol. XLIX, nº 1 e 2COUTO, Aires Pereira doEdição1990Viseu
"O Museu Grão Vasco. A permanência do diálogo", Grão Vasco e a pintura europeia do RenascimentoCORREIA, AlbertoEdição1992Lisboa
"Museu de Grão Vasco. Uma existência múltipla", Monumentos, nº 13CORREIA, AlbertoEdição2000Lisboa
"Projecto de remodelação do Museu Grão Vasco", Monumentos, nº 13MOURA, Eduardo de SoutoEdição2000Lisboa
A Arquitectura do Ciclo FilipinoSOROMENHO, MiguelEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Museu de Grão Vasco (Antigo seminário) - Fachada principal: portal sul

Museu de Grão Vasco (Antigo seminário) - Claustro: arcadas poente e norte

Museu de Grão Vasco - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 42, de 19-02-1963 - Texto e planta do diploma

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Fachadas lateral poente e principal

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Enquadramento geral

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Fachada principal: portal sul

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Fachada principal

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Enquadramento geral de norte (a partir do rio Pavia)

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Enquadramento geral da cidade de Viseu (a partir do rio Pavia)

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Fachada lateral poente

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Zona envolvente a norte: casa do arco da Rua Escura (onde morou o bispo D. João Vicente)

Museu de Grão Vasco (antigo seminário) - Fachada posterior norte

MAPA

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