Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Sé de Viseu
Designação
DesignaçãoSé de Viseu
Outras Designações / PesquisasSé Catedral de Viseu / Catedral de Viseu / Igreja Paroquial de Santa Maria / Igreja de Nossa Senhora da Assunção (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Sé, Catedral
TipologiaSé, Catedral
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViseu/Viseu/Viseu
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Adro da SéViseu Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.659814-7.910835
DistritoViseu
ConcelhoViseu
FreguesiaViseu
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 2-02-1963, publicada no DG, II Série, n.º 42, de 19-02-1963 (sem restrições) (ZEP da Sé de Viseu e do edifício do antigo Seminário)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO sítio onde a Baixa Idade Média implantou a Sé de Viseu conta com uma longa história. Escavações conduzidas por Inês Vaz, junto ao Paço episcopal, revelaram um primitivo templo, aparentemente de tripla ábside e datável da época suevo-visigótica. Os resultados não foram, até ao momento, inteiramente satisfatórios, pelo que o alargamento da área de escavação se assume como prioritário. No processo de reconquista, dois edifícios episcopais aqui terão existido, destacando-se o do século X, altura em que Viseu foi a capital do vasto território entre-Mondego-e-Douro.
A catedral que hoje observamos começou a ganhar forma no século XII, no reinado de D. Afonso Henriques. Sob o impulso do bispo D. Odório, iniciou-se a construção da Catedral românica, de que resta muito pouco. Um capitel vegetalista, datável de finais do século XII (ALVES, 1995, p.12) e, eventualmente, o portal lateral Sul, já do século seguinte e que dá, hoje, acesso ao Claustro, são elementos que poderão pertencer a esse edifício.
Dois séculos depois, com D. Dinis, a cidade atingiu um período áureo, a que não foi alheio o enérgico bispo D. Egas. Em condições favoráveis, procedeu-se a uma renovação profunda do edifício românico, arrancando as obras ainda em finais do século XIII. No entanto, a crise do século seguinte foi nefasta para este estaleiro, arrastando-se a sua actividade até à mudança dinástica de 1383-85. Mesmo tendo à frente o bispo D. João Vicente, homem bem colocado na sociedade quatrocentista, as obras continuaram ainda por muitos anos.
Por outro lado, o Gótico da Sé viseense pouco tem de inovador. Em termos planimétricos, a solução foi de clara continuidade, com um corpo de três naves e três tramos, que recorda mais o Românico beneditino (REAL, 1982) que, propriamente, os espaçosos templos góticos mendicantes e paroquiais. Em altura, a monumentalidade da catedral foi obtida pela robustez das suas paredes-muralhas, recurso também ele mais conotado com o Românico. A própria capela de D. João Vicente revela um vocabulário artístico modesto e, até, arcaizante, ao ponto de Lucena Vale ter equacionado tratar-se da remodelação de uma capela do século XII (VALE, 1944).
O período manuelino, contudo, encarregou-se de dotar a Sé viseense de obras de grande qualidade estética. Quem, hoje, penetra no seu interior, não pode deixar de reparar nas abóbadas manuelinas das naves, que elevam o espaço do corpo e praticamente o uniformizam a uma mesma altura. Esta grande campanha, que, no essencial, aproveitou as estruturas medievais, foi obra do bispo D. Diogo Ortiz de Vilhena e decorreu numa só década, desde a sua nomeação, em 1505, até à sagração do novo templo, em 1516. À frente da diocese, D. Diogo recorreu a um dos mais consagrados arquitectos do ciclo manuelino, João de Castilho, a quem se atribui a reformulação do espaço e a actualização artística do conjunto.
Igualmente determinante foi a acção de D. Miguel da Silva, um dos introdutores do Renascimento em Portugal. Para além de protector do célebre Grão Vasco, é a este prelado que se deve o claustro catedralício, obra renascentista por excelência, com grandes influências da tratadística italiana.
Na Idade Moderna, sucederam-se as obras na Sé, a um ritmo impressionante. Em 1635, uma das torres medievais ruiu, arrastando consigo o portal manuelino de D. Diogo Ortiz. A reconstrução da fachada principal, sob o signo do maneirismo, pautou-se por uma considerável contenção de despesas (ALVES, 1971, p.23), limitando-se a mascarar as amplas massas pétreas de origem medieval.
Na época barroca, praticamente todo o interior foi enriquecido com obras de talha, azulejo e pintura, correspondendo à complexificação devocional característica da época. O órgão, o retábulo-mor (segundo desenho de Santos Pacheco), os painéis azulejares do claustro e a casa do cabido são obras deste período, e revelam como a periférica Sé de Viseu se manteve inserida nas correntes estéticas dominantes do século XVIII.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens52
Nº de Bibliografias32

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A Talha em PortugalSMITH, Robert C.Edição1962Lisboa
A arte organística em Portugal (vol. I e II)VALENÇA, Pe. ManuelEdição1990Braga
Viseu monumental e artísticoVALE, Alexandre de Lucena eEdição1969Viseu
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
Imagens de ViseuMOREIRA, Francisco de AlmeidaEdição1937Porto
ViseuCORREIA, AlbertoEdição1989Lisboa
Os quadros da Sé de Viseu. Sua relação com os de Santa Cruz de Coimbra e de São João de TaroucaMOREIRA, Francisco de AlmeidaEdição1925Porto
La catedral de Viseu: sus aspectos arquitectónicosMOREIRA, Francisco de AlmeidaEdição1927Porto
A catedral de Viseu e a sua pintura religiosaMOREIRA, Francisco de AlmeidaEdição1936Lisboa
"Sé de Viseu: uma legenda, um erro, uma abóbada", Beira Alta, vol. 3, fasc. 4, Viseu, 1944, pp. 338-342BEIRÃO, António da MottaEdição1944Viseu
"A Catedral de Viseu", Revista Beira Alta, Viseu, 1945VALE, Alexandre de Lucena eEdição1945Viseu
"Elementos para um inventário artístico da cidade de Viseu", Revista Beira Alta, Viseu, vol. XX, 1961VALE, Alexandre de Lucena eEdição1961Viseu
O frontispício e as torres da Catedral de ViseuVALE, Alexandre de Lucena eEdição1971Viseu
"A actividade de Gaspar Ferreira em terras do interior Beirão", Mundo da Arte, n.º 6, Coimbra, Maio de 1982VALE, Alexandre de Lucena eEdição1982Coimbra
"Artistas espanhóis na cidade de Viseu nos séculos XVI e XVII", As relações artísticas entre Portugal e Espanha na época dos Descobrimentos, Coimbra, 1987VALE, Alexandre de Lucena eEdição1987Coimbra
"D. Miguel da Silva e as Origens da Arquitectura do renascimento em Portugal", Mundo da Arte, II série, n.º 1, Lisboa, 1988, pp. 5-23MOREIRA, RafaelEdição1988Coimbra
"Do grotesco ao brutesco. As artes ornamentais e o fantástico em Portugal ( séculos XVI a XVIII )", Portugal e Flandres, Lisboa, 1992, pp. 37-54DACOS, SylvieEdição1992Lisboa
"Do grotesco ao brutesco. As artes ornamentais e o fantástico em Portugal ( séculos XVI a XVIII )", Portugal e Flandres, Lisboa, 1992, pp. 37-54SERRÃO, VítorEdição1992Lisboa
O Mistério Figurado. Análise de uma "Anunciação" do Museu de Grão Vasco, Viseu, 1995CORREIA, AlbertoEdição1995Viseu
Relatório da Inspecção Visual do Claustro da Sé de Viseu, Évora, 1995FERNANDES, Samuel RodaEdição1995Évora
Sé de Viseu. Considerações sobre os seus materiais, técnicas construtivas e a sua transformaçãoFERNANDES, Samuel RodaEdição1995Évora
A Sé Catedral de ViseuALVES, AlexandreEdição1995Viseu
"Manuel da Silva e a difusão do Barroco nas Beiras", Actas VI Simpósio Luso-espanhol da História da Arte, Tomar, 1996, pp. 427-455PIMENTEL, António FilipeEdição1996Tomar
"A Catedral de Viseu", Monumentos, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 8-11ALVES, AlexandreEdição2000Lisboa
"O retábulo-mor da Catedral de Santa Maria de Viseu", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 26-31EUSÉBIO, Maria de FátimaEdição2000Lisboa
"O claustro renascentista da Sé de Viseu: proporção, linguagem, significado", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 20-25LEITE, LuísEdição2000Lisboa
"Intervenções da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais", in Monumentos, n.º13, Setembro de 2000, pp. 102-109FERNANDES, MariaEdição
"O claustro renascentista da Sé de Viseu: proporção, linguagem, significado", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 20-25MACHADO, Ana SoaresEdição2000Lisboa
"O claustro renascentista da Sé de Viseu: proporção, linguagem, significado", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 20-25FINO, SaúlEdição2000Lisboa
"Vasco Fernandes e a Sé de Viseu: os retábulos ao "modo de Itália" e a troca de predelas originais", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 32-43RODRIGUES, DalilaEdição2000Lisboa
"A Arquitectura da Sé Catedral de Viseu", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 12-19RUÃO, CarlosEdição2000Lisboa
"Espaço e tempo na Acrópole de Viseu", Monumentos, n.º 13, Lisboa, Setembro de 2000, pp. 44-51VAZ, João Luís da InêsEdição2000Lisboa
A Arquitectura do Ciclo FilipinoSOROMENHO, MiguelEdição2009Vila Nova de Gaia
A Arquitectura "ao Romano"CRAVEIRO, Maria de LurdesEdição2009Vila Nova de Gaia
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia

IMAGENS

Sé de Viseu - Fachada principal

Sé de Viseu - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 42, de 19-02-1963 - Texto e planta do diploma

Sé de Viseu - Interior: capela-mor

Sé de Viseu - Interior da capela-mor: cadeiral do lado do Evangelho

Sé de Viseu - Claustro: quadra central

Sé de Viseu - Interior: nave central e coro-alto

Sé de Viseu - Fachada posterior (nascente): corpo da capela-mor e absidíolos

Sé de Viseu - Interior: corredor de acesso à sacristia

Sé de Viseu - Interior: nave central e coro-alto

Sé de Viseu - Interior: capela colateral do lado da Epístola (onde esteve o quadro de São Pedro de Grão Vasco)

Sé de Viseu - Corpo lateral sul: Varanda dos Cónegos

Sé de Viseu - Interior da capela-mor: cadeiral do lado do Evangelho

Sé de Viseu - Claustro: galeria do lado nascente

Sé de Viseu - Interior: abóbadas da nave central ("abóbada dos nós")

Sé de Viseu - Enquadramento geral (vista de poente)

Sé de Viseu - Claustro: galeria do lado poente

Sé de Viseu - Interior: nave lateral do lado da Epístola

Sé de Viseu - Interior: abóbada do sub-coro

Sé de Viseu - Interior: nave central e capela-mor

Sé de Viseu - Claustro: capela do Cristo Morto (galeria do lado norte)

Sé de Viseu - Interior da capela-mor: retábulo-mor

Sé de Viseu - Fachada principal: corpo central

Sé de Viseu - Interior: nave central e capela-mor

Sé de Viseu - Claustro: galeria do lado sul

Sé de Viseu - Claustro: quadra central

Sé de Viseu - Claustro: quadra central

Sé de Viseu - Claustro: arcadas

Sé de Viseu - Interior: baptistério

Sé de Viseu - Interior: retábulo colateral do lado da Epístola (braço sul do transepto)

Sé de Viseu - Interior: púlpitos na zona do cruzeiro

Sé de Viseu - Fachada sul: "torre do relógio"

Sé de Viseu - Interior da capela-mor: tecto com pintura mural

Sé de Viseu - Fachada posterior (nascente): corpo da sacristia

Sé de Viseu - Interior: nave central e coro-alto

Sé de Viseu - Interior: braço norte do transepto

Sé de Viseu - Vista geral de poente

Sé de Viseu - Claustro: pormenor do grupo escultórico da capela do Cristo Morto

Sé de Viseu - Claustro: galeria do lado norte

Sé de Viseu - Fachada principal

Sé de Viseu - Claustro: túmulo do Bispo D. João Vicente (galeria do lado nascente)

Sé de Viseu - Interior: baptistério

Sé de Viseu - Interior: púlpito (do lado do Evangelho)

Sé de Viseu - Claustro: quadra central

Sé de Viseu - Claustro: portal lateral de acesso à igreja

Sé de Viseu - Claustro: capela do Crucificado (galeria do lado sul)

Sé de Viseu - Varanda dos Cónegos (sobre o troço da muralha do antigo castelo)

Sé de Viseu - Claustro: interior da capela de D. João Vicente (galeria do lado nascente)

Sé de Viseu - Fachada posterior (nascente)

Sé de Viseu - Interior: capela tumular de Lourenço Coelho Leitão (braço sul do transepto)

Sé de Viseu - Claustro: galeria do lado poente

Sé de Viseu - Claustro: galeria do lado nascente: vestígios do antigo claustro e porta de acesso ao baptistério

Sé de Viseu - Claustro: capela da Anunciação (galeria do lado norte)

MAPA

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