Igreja matriz de Estômbar, incluindo os retábulos e azulejos que revestem o seu interior, bem como as duas notáveis colunas com o fuste esculpido, adossadas ao interior da parede de entrada | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja matriz de Estômbar, incluindo os retábulos e azulejos que revestem o seu interior, bem como as duas notáveis colunas com o fuste esculpido, adossadas ao interior da parede de entrada | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja de São Tiago, matriz de Estombar / Igreja Paroquial de Estômbar / Igreja São Tiago Maior (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Faro/Lagoa/Estombar e Parchal | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Faro | ||||||||||||
Concelho | Lagoa | ||||||||||||
Freguesia | Estombar e Parchal | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto n.º 29/84, DR, I Série, n.º 145, de 25-06-1984 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12699926 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A igreja Matriz de Estômbar é o produto da mais coerente oficina manuelina do Barlavento algarvio, responsável também pelas igrejas da Misericórdia de Silves e de São João de Alvor (RAMOS, 1996, p.111). O templo foi muito adulterado ao longo dos tempos, em particular após o terramoto de 1755, mas conserva ainda abundantes motivos de interesse para todos aqueles que se dedicam ou pretendem descobrir o Manuelino algarvio. O portal principal é a peça que melhor testemunha a fase dos inícios do século XVI. De arco de volta perfeita, limitado por duas arquivoltas, os seus capitéis são decorados com ampla folhagem (de tipologia semelhante à que encontramos no portal axial da igreja de Alvor), de que sobressaem representações dos típicos green men - compostas por máscaras humanas de cujas bocas saem hastes vegetalistas com frutos pendentes -, bem como de crocodilos lutando entre si. Entre as colunas, o espaço disponível foi também ocupado por decoração fitomórfica de recorte cuidado, mas as aduelas que compõem a parcela entre arquivoltas não possuem qualquer ornamentação, facto que, a juntar ao motivo concheado (vieira) que remata o portal, são indícios da cronologia tardia da obra e do novo marco estilístico, renascentista, que começava já a vingar na província (CORREIA, 1985, p.17). Outras marcas tardo-manuelinas importantes são dadas pelos portais laterais (o setentrional de perfil recto e o meridional de arco apontado), cuja decoração vegetalista segue o esquema do portal principal, preenchendo os capitéis e o espaço entre colunas, mas deixando vazias as aduelas entre arquivoltas. No interior, conservam-se ainda duas colunas de inícios do século XVI, que têm a particularidade de os seus fustes serem profusamente decorados, "o que é único no Algarve e, no seu género, muito pouco comum no panorama nacional" (RAMOS, 1996, p.118). De acordo com este último autor, a abundância de representações humanas nestas colunas, que se situam à entrada da igreja (músicos, guerreiros, crianças, eclesiásticos, populares), mais não são que o retrato "colectivo de uma comunidade no exercício combinado das suas cerimónias rituais" e assemelham-se ao que se executou no portal axial da matriz de Alvor (IDEM, p.118). Não se sabe a razão de uma tão grande alteração na restante construção do templo, que apresenta uma feição estilística entre o Renascimento e o Maneirismo. À excepção das colunas interiores junto à fachada principal, os restantes elementos estruturais que definem os 4 tramos do corpo tripartido do corpo da igreja, bem como o seu arco triunfal, são lisos e apresentam capitéis dóricos, onde descarregam arcos formeiros de volta perfeita. É possível que tenham existido paragens no processo construtivo, mas o mais natural é que, pela segunda metade do século, escassos anos depois de edificado o templo, se tenha procedido a uma campanha reformuladora, ainda de contornos obscuros. O actual aspecto geral do monumento muito deve ao século XVIII. Em 1709, Custódio Mesquita contratou a realização do retábulo-mor de talha dourada, a ele se atribuindo também outras obras da igreja, como o retábulo da capela de Nossa Senhora da Conceição (LAMEIRA, 2000, pp.163-164). Ligeiramente posteriores, mas ainda inseridos no ciclo barroco do reinado de D. João V e na ampla produção oficinal lisboeta, são os painéis de azulejos azuis e brancos que cobrem as paredes laterais da capela-mor. Em 1755, o terramoto provocou alguns danos, contando-se o desabamento das torres da fachada principal. Elas haveriam de ser reconstruídas nos anos seguintes, pelo menos até 1763, datando dessa última campanha o actual figurino dos registos superiores da frontaria. Alvo de restauro na década de 60 do século XX (em que se conta o entaipamento de algumas frestas que podiam bem corresponder à primitiva edificação), a igreja é um dos monumentos manuelinos mais importantes do Algarve. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 7 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 7 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A arquitectura religiosa do Algarve de 1520 a 1600 | CORREIA, José Eduardo Horta | Edição | 1987 | Lisboa | |
"O manuelino algarvio", O Algarve da Antiguidade aos nossos dias, pp.227-232 | RAMOS, Manuel Francisco Castelo | Edição | 1999 | ||
A talha no Algarve durante o Antigo Regime | LAMEIRA, Francisco | Edição | 2000 | Faro | |
Itinerário do Barroco no Algarve | LAMEIRA, Francisco | Edição | 1988 | ||
"Decoração arquitectónica manuelina na região de Silves (séculos XV-XVI)", Revista Xelb, nº3, 1996, pp.79-142 | RAMOS, Manuel Francisco Castelo | Edição | 1996 | Silves | |
O lugar de Santiago de Estômbar no século XVI | VIOLA, Alda Rodrigues | Edição | 1994 | Estômbar | |
A Igreja de Santiago de Estômbar | SIMÕES, João Miguel | Edição | 2008 | Lagoa |
Igreja Matriz de Estômbar - Interior da capela-mor: retábulo-mor
Igreja Matriz de Estômbar - Interior: Capela das Almas (capela lateral do lado da Epístola)
Igreja Matriz de Estômbar - Interior: Capela do Senhor Jesus Crucificado (capela lateral do lado do Evangelho)
Igreja Matriz de Estômbar - Interior: coluna junto da entrada (lado do Evangelho)
Igreja Matriz de Estômbar - Fachada principal
Igreja Matriz de Estômbar - Interior: nave central e capela-mor
Igreja Matriz de Estômbar - Fachada lateral sul: porta travessa
Palacete Vilar de Allen
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