Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Fonte das Figueiras (vulgarmente dita «Fonte Mourisca»)
Designação
DesignaçãoFonte das Figueiras (vulgarmente dita «Fonte Mourisca»)
Outras Designações / PesquisasFonte das Figueiras / Fonte Mourisca / Chafariz das Figueiras (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Fonte
TipologiaFonte
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaSantarém/Santarém/União de Freguesias da cidade de Santarém
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Calçada das FigueirasSantarém Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
39.237923-8.682576
DistritoSantarém
ConcelhoSantarém
FreguesiaUnião de Freguesias da cidade de Santarém
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 27-04-1946, publicada no DG, II Série, n.º 111, de 15-05-1946 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 27-04-1946, publicada no DG, II Série, n.º 111, de 15-05-1946
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913729
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaLocalizada num ponto estratégico da cidade medieval, dentro do perímetro muralhado mas mantendo ligações privilegiadas com os núcleos ribeirinhos, a Fonte das Figueiras é um dos raros exemplos que chegaram até hoje de arquitectura civil gótica e de abastecimento de água às populações na Idade Média portuguesa.
Neste panorama extremamente fragmentário, os paralelos funcionais e artísticos mais imediatos estabelecem-se com a Fonte de Nossa Senhora da Conceição, em Atouguia da Baleia, - cujo arco principal é quebrado e o registo superior era coroado de ameias - e com o Chafariz dos Canos de Torres Vedras - cuja construção é contemporânea, provavelmente dos derradeiros anos do reinado de D. Dinis -.
Planimetricamente, a Fonte das Figueiras segue um modelo com outros exemplos em solo nacional e que, pensamos, ter tido efectivo sucesso neste tipo de equipamentos civis durante a nossa Baixa Idade Média: planta quadrangular delimitada por cunhais que sustentam um alpendre ameado, com arco quebrado aberto em cada alçado, sendo o principal de maior amplitude. O mesmo esquema encontramos na já citada Fonte de Nossa Senhora da Conceição e, praticamente um século depois, na Fonte quatrocentista da Vila de Ourém. As circunstâncias que permitiram a sua edificação são igualmente pouco comuns no panorama medieval português. Como se comprova pela presença de duas pedras de armas nos alçados mais importantes da fonte (a S. e a O.), a obra ficou a dever-se à acção conjunta do Município e do Rei, "D. Dinis, senão mesmo (...) D. Afonso IV" (CUSTÓDIO, 1996, p.57). Este facto, que faz com que o monumento ostente "o valor simbólico da protecção régia às obras municipais" (SERRÃO, 1990, p.38), contribuiu certamente para a excelente qualidade dos seus elementos constitutivos, produto de mão-de-obra especializada e com experiência na vasta dinâmica construtiva que por essa altura animava Santarém.
Particularmente interessante deste ponto de vista qualitativo é a acção de um mestre canteiro específico - de nome, ao que tudo indica, Ioannis, "pela forma alfabetiforme da sua sigla" -, responsável por um dos mais belos capitéis do monumento - conhecido como o "capitel dos três florões" - e que é presumivelmente o mesmo canteiro que trabalha no claustro do Convento de São Francisco de Santarém, onde uma sigla em tudo idêntica aparece numa mísula (TEIXEIRA, 1994, pp.182-183).
A qualidade artística da Fonte das Figueiras reparte-se também por toda a equipa que trabalhou ao lado deste canteiro-escultor, como se comprova pela diversidade decorativa dos elementos vegetalistas que ornam os capitéis. Esta variedade de formas foi já objecto de análise por parte de Francisco Teixeira (TEIXEIRA, 1994, p.184), e ainda que os paralelos estilísticos mais imediatos não sejam facilmente identificáveis - em especial pela dificuldade que hoje sentimos em caracterizar o Gótico lisboeta -, a Fonte das Figueiras insere-se plenamente no percurso artístico que a escultura vegetalista de capitéis trilhou ao longo do século XIV, desde os ensaios ainda imperfeitos do claustro da Sé de Lisboa até ao exemplo acabado da igreja Matriz da Lourinhã, seguindo a linha evolutiva traçada por Mário Chicó (CHICÓ, 1954, pp.118-120).
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens14
Nº de Bibliografias4

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Inventário Artístico de Portugal, Distrito de SantarémSEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1949LisboaLocal de Edição - Lisboa Publicado a 1949 Data do Editor : 1949
SantarémSERRÃO, VítorEdição1990Local de Edição - Lisboa
"III. Fonte das Figueiras (vulgo «Fonte Mourisca»)", Património Monumental de SantarémCUSTÓDIO, JorgeEdição1995
História e Monumentos de SantarémSARMENTO, ZeferinoEdição1993Local de Edição - Santarém

IMAGENS

Fonte das Figueiras - Vista geral, tirada de Oeste

Fonte das Figueiras - Escudo real na face Oeste

Fonte das Figueiras - Escudo das armas de Santarém na face Sul

Fonte das Figueiras - Arco principal, aberto na face Sul

Fonte das Figueiras - Interior: arco fundeiro da fonte, aberto do lado Norte (no pano de muralha)

Fonte das Figueiras - Vista geral e ruínas do pano de muralha

Fonte das Figueiras - Pormenor de capitel do arco principal, lado Este

Fonte das Figueiras - Pormenor de capitel dos três florões

Fonte das Figueiras - Pormenor de capitel dos três florões e sigla de canteiro (Ioannis)

Fonte das Figueiras - Interior: abóbada de cruzaria que cobre a fonte

Fonte das Figueiras - Tanque rectangular que se desenvolve a Este da fonte (vista de Oeste)

Fonte das Figueiras - Localização dos dois escudos nas faces principais da fonte

Fonte das Figueiras - Pormenor dos suportes com coluna

Fonte das Figueiras - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 111, de 15-05-1946 - Planta do diploma

MAPA

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