Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Ruínas de Almofala, conhecidas pela designação de Casarão da Torre
Designação
DesignaçãoRuínas de Almofala, conhecidas pela designação de Casarão da Torre
Outras Designações / PesquisasTorre de Almofala / Torre das Águias / Torre dos Frades (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArqueologia / Cidade
TipologiaCidade
CategoriaArqueologia
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaGuarda/Figueira de Castelo Rodrigo/Almofala e Escarigo
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- na margem direita da ribeira de Aguiar, próximo do cruzamento da estrada Figueira de Castelo Rodrigo-Vermiosa com a de AlmofalaAlmofala Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
40.869738-6.882529
DistritoGuarda
ConcelhoFigueira de Castelo Rodrigo
FreguesiaAlmofala e Escarigo
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 129/77, DR, I Série, n.º 226, de 29-09-1977 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMESítio
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaMais vulgarmente conhecida por "Casarão da Torre", "Torre dos Frades" e "Torre das Águias" (ou Turris Aquilaris), as "Ruínas de Almofala" terão sido primeiramente referidas pelo general João de Almeida (1873-1953) (GARCIA, J. M., 1965, p. 223), historiador e investigador local, autor do Roteiro dos Monumentos Militares , e sobre quem, em 2004, a autarquia da Guarda promoveu uma exposição bio-bibliográfica intitulada "João de Almeida Pensador da Portugalidade", numa confirmação do empenho e do papel, frequentemente de relevo, assumidos por entidades locais e/ou regionais mais sensíveis às temáticas patrimoniais e munidas dos imprescindíveis conhecimentos à identificação, no terreno, de algumas das suas tipologias.
Mas se é a este autor que se deve a interpretação de Almofala como torre de alvenaria que servira de atalaia em plena Idade Média, sublinhando, então, a possibilidade de integrar a torre de menagem de uma fortaleza medieval, foi na sequência das escavações arqueológicas empreendidas no local, entre finais dos anos oitenta e noventa do século XX, que se obteve um quadro mais aproximado à realidade primeva da sua edificação.
Com efeito, as investigações conduzidas à época (maioritariamente coordenadas por Helena Frade) revelaram testemunhos da provável existência de uma antiga cidade romana, até então desconhecida, que teria sido capital da civitas (a unidade político-administrativa romana, por excelência, correspondendo, grosso modo, ao actual conceito distrital, atendendo, sobretudo, à área que normalmente abrangia) dos Cobelcos, um povo do qual não se detinha quaisquer referências. Uma situação que obrigaria, no fundo, a reavaliar a distribuição das cidades existentes durante a presença romana no actual território português, ainda que aquela possibilidade não devesse propriamente surpreender, uma vez que, à semelhança dos restantes recessos portugueses, também aqui o processo de romanização alcançou alguma visibilidade.
Estamos, por conseguinte, perante os vestígios da Civitas Cobelcorum, como se comprovará pelo conteúdo de uma ara epigrafada dedicada ao deus Júpiter.
Com os primeiros níveis de ocupação atribuídos ao século I d. C., a estrutura conhecida por "Torre de Almofala" (orientada a nascente e ultrapassando os nove metros de altura) seria, na realidade, um templo romano transformado em atalaia, servindo de torre de vigia já no final da Idade Média e em plena modernidade, entre as centúrias de XV e XVII, num exemplo paradigmático de como, perdidos há muito os seus significado e utilização originais, as edificações abandonadas acabariam quase sempre por ser reutilizadas em nome de uma compreensível e lógica economia de recursos, neste caso, materiais. O templo romano terá, então, terminado "[...] seus dias como Torre [...] sentinela avançada e posto de vigília da velha praça-forte leoneza, a bem portuguesa vila muralhada de Castelo Rodrigo [...]." (CABRAL, 1965, p. 425).
A memória dos seus primeiros construtores e fruidores manteve-se, porém, nalguns materiais construtivos, a exemplo do podium (e respectivos cunhais) interiormente reforçado com um muro de xisto, com cerca de dois metros e sessenta e cinco de altura, construído com silhares graníticos, ao qual se acedia através de uma escadaria desenvolvida a partir da fachada nascente, a julgar pelos vestígios das respectivas fundações, aparelhadas do mesmo modo.
Do espólio recolhido, sobressaem fragmentos de cerâmica romana, designadamente de terra sigillata hispânica, datada do século IV, a par de fracções de estatuária que se encontraria na área ocupada pelo templo. Além destes, foram encontrados elementos cerâmicos reportáveis aos períodos de ocupação medieval e moderna (vide supra), altura em que foram também reutilizados trechos arquitectónicos romanos nas edificações então erguidas, destinadas a quem competia manter a torre operacional.
[AMartins]
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias7

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"A Torre de Almofala (Figueira de Castelo Rodrigo)", Actas das 4ª Jornadas ArqueológicasFRADE, Maria Helena SimõesEdição1991Lisboapp. 353-360
"Notas arqueológicas do concelho de Figueira de Castelo Rodrigo", Beira AltaBORGES, Júlio AntónioEdição2003Viseuvol. LXII, fasc. 1 e 2, pp. 239-268
"Torre das Águias", Beira AltaGARCIA, José MariaEdição1965Viseuvol. XXIV, fasc. II, pp. 223-233
"La Torre de Almofala et son integration urbaine", 14º Congreso International de Arqueologia Clasica. Pre-actasFRADE, Maria Helena SimõesEdição1993Tarragonavol. 2, p. 131
"Novos elementos sobre o templo romano de Almofala", ConimbrigaFRADE, Maria Helena SimõesEdição1991Coimbran.º 29, pp. 91-101
"A Torre de Aguiar ou «Turris Aquilaris»", Beira AltaCABRAL, A.. A. DinisEdição1965Viseuvol. XXIV, fasc. IV, pp. 425-432
"O Templo Romano de Almofala", Beira AltaRODRIGUES, Adriano VascoEdição1965Viseuvol. XXIV, fasc. IV, pp. 433-435

IMAGENS

MAPA

Abrir

Palácio Nacional da Ajuda
1349-021 Lisboa
T.: +351 21 361 42 00
NIF 600 084 914
dgpc@dgpc.pt