Igreja de São Cristóvão de Rio Mau | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de São Cristóvão de Rio Mau | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja Paroquial de Rio Mau / Igreja de São Cristóvão / Igreja Velha (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Porto/Vila do Conde/Rio Mau e Arcos | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Porto | ||||||||||||
Concelho | Vila do Conde | ||||||||||||
Freguesia | Rio Mau e Arcos | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | |||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9823125 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A pequena igreja de Rio Mau tem sido uma das mais debatidas obras românicas do nosso país, pela qualidade e importância das realizações escultóricas que congrega. Quer o complexo programa iconográfico dos capitéis da cabeceira, quer as representações dos tímpanos dos três portais são manifestações maiores da nossa arte do século XII e princípios de XIII e a sua análise tem conferido ao monumento um estatuto singular no panorama da arte românica em Portugal. O mosteiro já existia em 1103, estando dedicado a São Cristóvão, pelo que é de admitir que a sua fundação se tenha verificado nas derradeiras décadas do século XI, altura em que a liturgia romano-cluniacense entrou no antigo reino de Leão, substituindo as anteriores determinações hispânicas, com a consequente renovação de oragos e de cultos. Os vestígios materiais mais antigos, todavia, não são de época tão recuada e estão catalogados a partir de 1151, ano em que o sacerdote Pedro Dias terá patrocinado a obra românica, de acordo com uma inscrição comemorativa do arranque dos trabalhos, localizada "no ângulo sudeste do interior da ábside" (MONTEIRO, ed. 1980, p.313). Desta primeira época data a cabeceira, verdadeira obra maior do nosso românico, apesar de, em termos volumétricos e planimétricos, não se afastar de muitas outras edificações modestas contemporâneas, de escassa altura, com dois tramos abobadados. Ela "ficou a dever-se a um artista que conhecia perfeitamente a escultura galega" (REAL e ALMEIDA, 1990, p.1488), facto que coloca esta obra em plena zona de expansão do românico do Alto Minho, constituindo, mesmo, o melhor exemplo desse vocabulário regional em terras a Sul do rio Lima. O principal interesse desta parcela do edifício reside nos seus capitéis, que veiculam um programa iconográfico de difícil explicação e ainda longe de totalmente esclarecido. O que mais tem suscitado interesse por parte dos investigadores é o capitel do lado Sul do arco triunfal, decorado nas suas três faces: um jogral na frente voltada à nave; dois homens prendendo uma mulher na principal e uma mulher transportando uma figura com um bastão nas mãos na última. "Vários autores debruçaram-se sobre esta peça mas nenhuma das interpretações defendidas (...) se parece coadunar totalmente com a estrutura iconográfica do capitel" (BARROCA, 1992, p.118). Desde um episódio da Chanson de Roland, à evocação de São Cristóvão, passando pela alusão a um ataque viking (RODRIGUES, 1995, p.275) ou ao desastre de Badajoz de D. Afonso Henriques (OLIVEIRA, 1964), não foi ainda possível chegar a um consenso e, igualmente importante, uma leitura que se insira no conjunto iconográfico mais vasto. A nave do templo e os seus três portais pertencem já a um momento posterior em relação à cabeceira. Carlos Alberto Ferreira de Almeida situou a conclusão dos trabalhos já no século XIII, pelas características do portal Sul (ALMEIDA, 2001, p.102) e aqui assinala-se uma alteração da orientação da empreitada, com a introdução de temas vincadamente beneditinos (REAL e ALMEIDA, 1990, p.1488). No tímpano do portal Norte existe a "única cena de luta representada num tímpano" românico português (FERRÍN GONZÁLEZ, 2002, p.170), um grifo e um dragão, numa provável alusão a Cristo contra Satanás (RODRIGUES, 1995, p.308). Mais importante é o tímpano do portal principal, onde se retratou um bispo (com báculo e a mão direita erguida, como que abençoando) ladeado por dois diáconos e pelos símbolos do Sol e da Lua, possível representação de Santo Agostinho, autor da Regra dos Cónegos Regrantes, a quem pertencia a obra. Em 1443, o mosteiro foi extinto e anexo ao de São Simão da Junqueira. Com escassas obras ao longo da época moderna, e perdidas as dependências monásticas, só nos finais da década de 60 do século XX se procedeu ao seu restauro. O coro-alto, presumivelmente barroco, foi demolido em 1980, adquirindo o templo, então, o aspecto que mantém até hoje. PAF | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 5 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 18 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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"O Românico português na perspectiva das relações internacionais", Românico em Portugal e na Galiza, pp.30-48 | REAL, Manuel Luís | Edição | 2001 | Lisboa | |
"Influências da Galiza na arte românica portuguesa", Actas das II Jornadas luso-espanholas de História Medieval, vol. IV, pp.1483-1526 | REAL, Manuel Luís | Edição | 1990 | Porto | |
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56 | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1972 | Porto | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
Arquitectura Românica de Entre Douro e Minho | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1978 | Porto | |
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
"O Românico em Portugal", História de Portugal, dir. José Hermano Saraiva, vol. 2, 1982, pp.305-321 | VASCONCELOS, Flórido de | Edição | 1982 | Lisboa | |
"O Românico português. A igreja de S. Cristóvão de Rio-Mau", Museu, nº4 (1945), pp.5-25, republ. Dispersos, pp.312-327 | MONTEIRO, Manuel | Edição | 1980 | Braga | |
"Influências da Galiza na arte românica portuguesa", Actas das II Jornadas luso-espanholas de História Medieval, vol. IV, pp.1483-1526 | ALMEIDA, Maria José Perez Homem de | Edição | 1990 | Porto | |
Portugal roman, vol. II | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
A escultura românica das igrejas da margem esquerda do Rio Minho, 2 vols. | ROSAS, Lúcia Maria Cardoso | Edição | 1987 | Porto | |
A arte romanica em Portugal | VASCONCELOS, Joaquim de | Edição | 1918 | Porto | |
"28. Capitel historiado"; "29. Capitel historiado"; "Comentário das peças nºs 28 e 29", Nos confins da Idade Média, catálogo de exposição, pp.118-119 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1992 | Porto | |
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422) | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 2000 | Lisboa | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
As mais belas igrejas de Portugal, vol. I | GIL, Júlio | Edição | 1988 | Lisboa | |
"Um passo da história portuguesa num capitel românico", Bracara Augusta, vol. 16-17, pp.149-155 | OLIVEIRA, António de Sousa (Júnior) | Edição | 1964 | Braga | |
"La decoración zoomórfica en el románico de la diócesis de Porto: aproximación a un bestiario", I Congresso sobre a Diocese do Porto. Tempos e lugares de memória, vol.1, pp.163-182 | FERRÍN GONZÁLEZ, J. Ramón | Edição | 2002 | Porto | |
Vila do Conde | MIRANDA, Marta | Edição | 1998 | Lisboa |
Igreja de São Cristóvão de Rio Mau - Enquadramento geral (fachada principal)
Igreja de São Cristóvão de Rio Mau - Fachada principal: portal
Igreja de São Cristóvão de Rio Mau - Fachada principal: tímpano do portal com figuras em relevo
Igreja de São Cristóvão de Rio Mau - Fachada lateral esquerda (norte): portal
Igreja de São Cristóvão de Rio Mau - Fachada lateral direita (sul): portal
Palacete Vilar de Allen
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