Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja de São Martinho de Crasto
Designação
DesignaçãoIgreja de São Martinho de Crasto
Outras Designações / PesquisasMosteiro de Crasto / Igreja Paroquial de Crasto / Igreja de São Martinho (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Ponte da Barca/Crasto, Ruivos e Grovelas
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- acesso pela EN 101, ao km 30- Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.774877-8.430323
DistritoViana do Castelo
ConcelhoPonte da Barca
FreguesiaCrasto, Ruivos e Grovelas
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDeclaração de Rectificação n.º 10-E/96, DR, I Série-B, n.º 127, de 31-05-1996 (rectificou a designação para "São Martinho de Castro") (ver Declaração)
Decreto n.º 2/96, DR, I Série-B, n.º 56, de 6-03-1996 (Designou como "São Marinho de Castro") (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaDocumentado na segunda metade do século XI (COSTA, 1959, vol. 2, p.195), o mosteiro de Crasto foi totalmente reformulado no século XII, numa campanha não isenta de dúvidas acerca da marcha das obras e dos elementos remanescentes que a ela pertencem. A atribulada história deste cenóbio durante a época moderna é também um factor imprescindível à rigorosa análise do templo, que agrava a dificuldade em datar convenientemente as partes constituintes do conjunto.
Os problemas de catalogação estão bem evidenciados na produção historiográfica dedicada ao monumento. Carlos Alberto Ferreira de Almeida, por exemplo, começou por equacionar um estaleiro activo no século XIII, mas incorporando elementos de uma anterior construção (ALMEIDA, 1978, vol. 2, p.215). Posteriormente, recuou as suas propostas, situando o essencial do labor construtivo nas décadas finais do século XII e em associação com a indicação de Aguiar Barreiros (1926), que havia visto, nos estatutos de uma confraria que funcionava na igreja, a data de 1182, como a da sagração do templo (ALMEIDA, 1986, p.64).
A história da edificação românica de Crasto, todavia, recua à primeira metade do século XII, altura em que a primitiva comunidade foi entregue aos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. De 1136 era uma discutida inscrição comemorativa do arranque das obras - entretanto desaparecida, mas que, por analogias com outras semelhantes de Neiva e de Refóios do Lima não deve motivar dúvidas quanto à sua real existência (BARROCA, 2000, p.1235). Seria esta empreitada a que se estaria concluída pela década de 80 desse século e, pretensamente, a que fora sagrada pelo arcebispo de Braga, D. Godinho.
Infelizmente, as múltiplas transformações por que o conjunto passou dificultam uma mais rigorosa classificação da obra. A servir de suporte à cornija exterior, existe um capitel que, presumivelmente, deveria pertencer ao portal principal, e do arco triunfal original reaproveitaram-se algumas aduelas nas paredes da capela-mor (ALMEIDA, 1986, p.64). São realizações modestas, onde se pode identificar um fundo bracarense (ALMEIDA, 2001, p.98), patente, por exemplo, nas folhas lanceoladas que recordam modelos utilizados na primeira fase da igreja de São Cláudio de Nogueira (c.1145), ela própria dotada de arco triunfal com arquivolta de lanceolados.
O elemento mais interessante do templo é a torre quadrangular que se adossa à fachada principal, integrando-a. Trata-se de uma solução característica dos templos românicos patrocinados pelos Agostinhos, cuja função inicial tinha conteúdo defensivo mas que, com o passar dos anos, se prestou a outros usos, como os funerários (REAL, 1982). A torre ocidental de Crasto é, à semelhança da sua igreja, uma obra simples, de planta quadrangular e de dois pisos, com aberturas nas quatro faces do andar superior, profundamente mutiladas quando a estrutura passou a servir de torre sineira, e com acesso apenas pelo interior do templo ou, em alternativa, pelas áreas claustrais (IDEM, p.128). Tal como se encontra, parece ter tido reformulações medievais, provavelmente no século XIII (GRAF, 1986, vol.2, p.32), quando o carácter defensivo terá dado lugar a outra funcionalidade.
A possibilidade de ter existido uma campanha reformadora no século XIII é ainda uma hipótese válida. Ferreira de Almeida atribuiu uma datação duocentista ao conjunto ao verificar o aspecto tardio dos modilhões. E o facto de, entre eles, existir um capitel reaproveitado parece ser um indicador importante nesse sentido. Bastante melhor conhecidas são as obras patrocinadas no século XVI, embora nos pareça que alguns autores exageraram a sua amplitude. Sabe-se que a nave foi prolongada para ocidente, devendo atribuir-se a essa época as anomalias de junção entre o corpo do templo e a torre que Manuel Real notou (IDEM, p.128). Na época barroca, alteou-se a capela-mor para receber o retábulo de estilo nacional, abriram-se novas janelas e reorganizaram-se as entradas laterais.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens1
Nº de Bibliografias13

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"A organização do espaço arquitectónico entre beneditinos e agostinhos no século XII", Arqueologia, nº6, pp.118-132REAL, Manuel LuísEdição1982Porto
Alto MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1987Lisboa
História da Arte em Portugal - O RomânicoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2001Lisboa
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
Arquitectura Românica de Entre Douro e MinhoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1978Porto
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331RODRIGUES, JorgeEdição1995Lisboa
Portugal roman, vol. IIGRAF, Gerhard N.Edição1986
Arquitectura religiosa do Alto Minho, 2 vols.ALVES, LourençoEdição1987Viana do Castelo
"Igrejas e Capelas românicas da Ribeira Lima", Caminiana, ano IV, nº7, pp.47-118ALVES, LourençoEdição1982Caminha
Egrejas e Capelas Românicas de Ribeira LimaBARREIROS, Manuel de AguiarEdição1926Porto
"Terra da Nóbrega: notas históricas", O Instituto, nº57ABREU, João Gomes deEdição1910Coimbra
Inventário artístico da região Norte - II, nº3 (Concelho de Ponte da Barca)Edição1973

IMAGENS

Igreja de São Martinho de Crasto - Vista geral da igreja

MAPA

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