Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Túmulo de D. Rodrigo Sanches (Grijó)
Designação
DesignaçãoTúmulo de D. Rodrigo Sanches (Grijó)
Outras Designações / PesquisasTúmulo de D. Rodrigo Sanches, no claustro do Mosteiro de Grijó / Mosteiro de Grijó e Túmulo de D. Rodrigo Sanches / Mosteiro de São Salvador (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Túmulo
TipologiaTúmulo
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Vila Nova de Gaia/Grijó e Sermonde
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- Mosteiro de GrijóGrijó Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.028698-8.579584
DistritoPorto
ConcelhoVila Nova de Gaia
FreguesiaGrijó e Sermonde
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12737527
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO túmulo de D. Rodrigo Sanches é, talvez, o mais antigo exemplar dos monumentos funerários portugueses a possuir estátua jacente, se exceptuarmos o túmulo dito de D. Urraca, presente na Igreja do Mosteiro de Alcobaça, sobre o qual existem dúvidas de identificação e cronologia.
O bastardo régio, filho de D. Sancho I, morto em combate nas Lides de Gaia (1245), às mãos de Martim Gil de Soverosa, só veio a receber tumulação monumental alguns anos mais tarde, por vontade de sua imã, D. Constança Sanches. Sendo esta filha de D. Sancho I uma monja do Convento das Donas de Coimbra, e sendo o túmulo do cavaleiro esculpido em calcário brando das pedreiras de Coimbra, os diferentes autores que escreveram sobre esta obra, tendem a ver o sarcófago de Rodrigo Sanches como uma realização das chamadas oficinas de Coimbra que, a partir do século XIII, deixam mostras da sua qualidade em túmulos como os dos bispos D. Egas Fafes e D. Tíburcio (Sé Velha de Coimbra).
Na actualidade, devido à inserção do túmulo em arcossólio numa das paredes do claustro do mosteiro, situação que ocorreu no século XVII, apenas é visível uma das faces da arca e a tampa, com a sua estátua jacente e outras figuras que a acompanham.
O tratamento plástico das composições figurativas e arquitectónica é essencialmente de perfil românico. A estátua jacente, que preenche a tampa sepulcral, é pouco volumosa e tratada nos recortes anatómicos de forma estilizada e idealizada. A cabeça assenta sobre duas almofadas sem decoração e o rosto mostra o cabelo escorrido com as madeixas desenhadas por finas estrias, os olhos ovais e desproporcionados em grandeza em relação ao tamanho do rosto, bem como as orelhas salientes, idênticas às que o escultor lavrou nas figuras da arca. O bastardo veste longa túnica atada na cintura, sobre a qual foi esculpido o manto. Com as duas mãos, segura o pomo da espada que se estende sobre o corpo e na qual se enrola o cinto. A ladear a cabeça da estátua jacente, de ambos os lados, dois anjos (ou querubins), auxiliam ao trânsito da alma: um em oração e outro transportando, numa toalha, a alma do defunto sob a forma de uma criança desnuda. Esta característica é um exemplar inicial de uma "iconografia do trânsito" que haveria de se tornar frequente durante os séc. XIII e XIV. Aos pés, pese o mau estado de conservação, pode ver-se um grupo de querubins.
Na face visível da arca, representa-se a figura de Cristo, ao centro, sentado e segurando o Livro dos Evangelhos, secundado pelos elementos do Tetramorfo. A sua figura é majestática e rígida, seguindo modelos românicos. A ladeá-lo, dispõem-se, sobre arcaria de volta perfeita assente m capitéis zoomórficos e vegetalistas, as figuras dos apóstolos, apresentando algum movimento que lhes é conferido pelas indumentárias e posição das cabeças. Uma destas figuras está coroada e a sua identificação não é definitiva.
Note-se, como "marca de autor", as grande e salientes orelhas das diferentes figuras, sinal claro da oficina que aqui trabalhou.

Carla Varela Fernandes
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra ClassificaçãoMosteiro de Grijó
Nº de Imagens2
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"A escultura gótica. Primeiras manifestações em Portugal", História da Arte em Portugal, vol. IVDIAS, PedroEdição1986Lisboa
A escultura em Portugal (séculos XII-XV)SANTOS, Reinaldo dosEdição1948Lisboa
Epigrafia medieval portuguesa (862-1422)BARROCA, Mário JorgeEdição2000Lisboa
Obras - Estudos de História da Arte, vol. III (Pintura e Escultura)CORREIA, VergílioEdição1956Coimbra
"O descanso eterno. A tumulária", História da Arte Portuguesa, vol.1, pp.435-455MACEDO, Francisco Pato deEdição1995Lisboa
História da Arte em PortugalLACERDA, Aarão deEdição1942Porto

IMAGENS

Mosteiro de Grijó - Fachada principal da igreja

Mosteiro de Grijó - Claustro: túmulo de D. Rodrigo Sanches

MAPA

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