Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja, sacristia, claustro e respectiva fonte e cruzeiro de Paço de Sousa
Designação
DesignaçãoIgreja, sacristia, claustro e respectiva fonte e cruzeiro de Paço de Sousa
Outras Designações / PesquisasIgreja do Salvador, matriz de Paço de Sousa / Igreja Matriz de Paço de Sousa / Mosteiro do Salvador de Paço de Sousa / Mosteiro de Paço de Sousa / Igreja Paroquial de Paço de Sousa / Igreja do Salvador (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaPorto/Penafiel/Paço de Sousa
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Lugar do Mosteiro Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.165742-8.344309
DistritoPorto
ConcelhoPenafiel
FreguesiaPaço de Sousa
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 67/97, DR, I Série-B, n.º 301, de 31-12-1997 (alterou a designação para "Igreja, sacristia, claustro e respectiva fonte e cruzeiro de Paço de Sousa") (ver Decreto)
Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (classificou a "Igreja de Paço de Sousa, compreendendo o túmulo de Egas Moniz") (ver Decreto)
ZEPPortaria n.º 397/2014, DR, 2.ª série, n.º 103, de 29-05-2014 (sem restrições) (ver Portaria)
Anúncio n.º 13638/2012, DR, 2.ª série, n.º 210, de 30-10-2012 (ver Anúncio)
Despacho de homologação de 28-01-2008 da Ministra da Cultura
Parecer favorável de 1-07-2007 do Conselho Consultivo do IGESPAR,I.P.
Proposta de 30-01-2007 da DR do Porto
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9913229
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO principal mosteiro medieval da bacia do rio Sousa possui uma história rica, que tem o seu início muito antes da construção do edifício que, na actualidade, subsiste. Em 956, uma primeira comunidade familiar foi aqui fundada por D. Tructesindo Galindiz e sua mulher, Animia, sobre os restos do que se pensa ter sido uma uilla romana, mas de que não se detectaram ainda vestígios materiais. Sensivelmente um século depois, o cenóbio foi objecto de grandes reformas, no contexto proto-românico que caracteriza as décadas finais do século XI na diocese de Braga. Em 1088, com a presença solene do bispo D. Pedro, o novo templo foi sagrado.
As dúvidas acerca da cronologia exacta a atribuir às diferentes partes do conjunto iniciam-se com essa sagração. Sabemos que, nos inícios do século XII, o mosteiro estava já na posse dos Beneditinos que, com certeza, patrocinaram a construção do actual edifício, mas a data exacta desta vasta campanha e, sobretudo, o ritmo das obras não estão, ainda, suficientemente esclarecidos. De acordo com RODRIGUES, 1995, p.244, as obras não se terão iniciado antes de 1166, e prolongaram-se extraordinariamente, avançando lentamente sobre todo o século XIII e entrando, mesmo, no XIV (ALMEIDA, 1986, p.90).
Segundo a interpretação de Carlos Alberto Ferreira de Almeida, a empreitada românica iniciou-se pela fachada principal (e não pela cabeceira, como era habitual), porque terá havido a necessidade de se manter "boa parte da igreja anterior, enquanto se não adiantasse o corpo da nova", por forma a não se interromper o culto (ALMEIDA, 2001, p.118). Desta forma, o autor identificou três fases essenciais, bastante espaçadas no tempo, correspondendo a três diferentes impulsos construtivos: frontaria; corpo e cabeceira. Os argumentos que utilizou são de aceitar nas suas linhas essenciais, uma vez que, entre estes patamares de obra, existem suficientes elementos estilísticos diferenciadores.
Apesar destas discrepâncias, e das numerosas influências artísticas que aqui podemos identificar (assuntos que, pela sua complexidade, não podemos aqui desenvolver), o plano arquitectónico subordina-se à tipologia de templo beneditino de três naves, seguido em Portugal nos séculos XII e XIII (REAL, 1982): corpo tripartido em naves de quatro tramos, separadas por arcos diafragmas e cobertas por tecto de madeira; cabeceira igualmente tripartida, escalonada, com paredes testeiras redondas, e interior abobadado. Infelizmente, a capela-mor foi substituída, em 1741, pela actual, de planta rectangular e muito mais profunda, assim como desapareceu a capela de D. Egas Moniz, mandada destruir em 1605. Outras transformações ocorreram na época moderna, alterando-se, por completo, a fisionomia das áreas monacais e, principalmente, na década de 30 do século XX, quando se procedeu ao restauro de todo o conjunto.
No interior da igreja, conserva-se o mais importante túmulo românico nacional: o monumento funerário de D. Egas Moniz, tutor de D. Afonso Henriques e principal impulsionador do mosteiro, em cujas imediações possuía paço. A actual configuração da obra é o resultado de duas épocas distintas, uma realizada na segunda metade do século XII, pouco depois da morte deste nobre (1146) e outra pelos meados do século XIII (ALMEIDA, 2001, p.166), altura em que se terá refeito o túmulo.
Iconograficamente, é plena de actualidade com o que então se fazia noutros reinos da Europa ocidental, representando-se nela cenas da vida do tumulado, o passamento da sua alma e a deposição na terra. Por corresponder a uma atitude individual da história de Egas Moniz, merece destaque a viagem que empreendeu a Toledo, para se entregar a Afonso VII, a quem havia prestado vassalagem no cerco de Guimarães, atitude de verdadeiro e fiel membro da nobreza, que o fez abandonar o seu anterior senhor, Afonso Henriques. Num dos topos, representa-se o passamento da sua alma, simbolizada numa pequena figura nua, que sai da boca do seu corpo já sem vida.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPCasa e Quinta da Companhia
Outra Classificação
Nº de Imagens22
Nº de Bibliografias25

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
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"O Românico português na perspectiva das relações internacionais", Românico em Portugal e na Galiza, pp.30-48REAL, Manuel LuísEdição2001Lisboa
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História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico)ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1986Lisboa
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Três túmulosCORREIA, VergílioEdição1924Lisboa
História da Arte em PortugalLACERDA, Aarão deEdição1942Porto
A escultura em Portugal (séculos XII-XV)SANTOS, Reinaldo dosEdição1948Lisboa
Paço de Sousa. Resumo históricoMENDES, ManuelEdição1987Paço de Sousa
"Mónio Ermiges, abade de Paço de Sousa", Bracara Augusta, vol. 30, separataSOUSA, José João Rigaud deEdição1976Braga
"Livro dos Testamentos do Mosteiro de Paço de Sousa", Bracara Augusta, vol. 24, separataSOUSA, José João Rigaud deEdição1972Braga
"Livro dos Testamentos do Mosteiro de Paço de Sousa", Bracara Augusta, vol. 24, separataMONTEIRO, Maria TeresaEdição1972Braga
"The tombs at Paço de Sousa", Art Studies, nº4, pp.149-153AGUIAR, José Monteiro deEdição1926Londres
Homenagens a Egas Moniz no seu túmulo no Mosteiro de Paço de Sousa. Saudações de boas-vindasCARVALHO, Diogo Augusto Lemos deEdição1940Porto
Memórias do Mosteiro de Paço de Sousa e index dos documentos de arquivoMEIRELES, António da AssunçãoEdição1942Lisboa
Memórias do Mosteiro de Paço de Sousa e index dos documentos de arquivoPIMENTA, AlfredoEdição1942Lisboa
"A igreja de Paço de Sousa", Ilustração Moderna, pp.281-287VITORINO, PedroEdição1927Porto
"Penafiel Antiga. Subsídios para a futura Monografia do Concelho", Boletim da Câmara Municipal de Penafiel, pp.49-132AGUIAR, José Monteiro deEdição1936Penafiel
"Paço de Sousa, O românico nacionalizado", Belas Artes, nº 8, pp.5-21MONTEIRO, ManuelEdição1943Lisboa
"O Túmulo de Egas Moniz", Boletim dos amigos do Porto, vol. IV, tomo I, 1966, separataFONSECA JÚNIOR , A. Nascimento daEdição1966Porto
"O Mosteiro de Roriz na arte românica do Douro Litoral", Actas do Colóquio de História Local e Regional (1979), separataREAL, Manuel LuísEdição1982Santo Tirso
"O Mosteiro de Roriz na arte românica do Douro Litoral", Actas do Colóquio de História Local e Regional (1979), separataSÁ, PedroEdição1982Santo Tirso
Românico do Vale do SousaAA. VV.Edição2008Lousada
Igreja de Paço de Sousa, Boletim da DGEMN, n.º 17Edição1939Lisboa

IMAGENS

Igreja de Paço de Sousa - Vista geral de Noroeste

Igreja de Paço de Sousa - Fachada principal: tímpano do portal principal

Igreja de Paço de Sousa - Fachada principal: rosácea

Igreja de Paço de Sousa - Fachada principal: capitéis do lado Sul do portal principal

Igreja de Paço de Sousa - Fachada principal: capitéis do lado Norte do portal principal

Igreja de Paço de Sousa - Fachada lateral Sul: porta travessa

Igreja de Paço de Sousa - Fachada lateral Sul

Igreja de Paço de Sousa - Claustro: quadra central e fachada lateral Sul da igreja

Igreja de Paço de Sousa - Fachada posterior: absidíolo lateral Norte

Igreja de Paço de Sousa - Fachada posterior: volumes junto ao cruzeiro (absidíolo norte)

Igreja de Paço de Sousa - Interior: túmulo de Egas Moniz (face longa alusiva à viagem para Toledo)

Igreja de Paço de Sousa -Túmulo de Egas Moniz (trânsito da alma)

Igreja, sacristia, claustro e respectiva fonte e cruzeiro de Paço de Sousa - Planta com a delimitação e a ZEP em vigor

Igreja de Paço de Sousa - Fachada lateral Sul

Igreja de Paço de Sousa - Planta com a delimitação, a ZP em vigor e a ZEP proposta pela DRP e o CC do IGESPAR (a ZEP só entra em vigor após publicação da portaria no DR)

Igreja de Paço de Sousa - Claustro: remate da fonte e fachada lateral Sul da igreja

Igreja de Paço de Sousa - Fachada principal

Igreja de Paço de Sousa - Interior: nave e capela-mor

Igreja de Paço de Sousa - Claustro: fonte na quadra central

Igreja de Paço de Sousa - Claustro e fachada lateral Sul

Igreja de Paço de Sousa - Fachada principal

Igreja de Paço de Sousa - Vista geral

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