Igreja de Castro de Avelãs | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Igreja de Castro de Avelãs | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Igreja Paroquial de Castro de Avelãs / Igreja de São Bento (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Religiosa / Igreja | ||||||||||||
Tipologia | Igreja | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Religiosa | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Bragança/Bragança/Castro de Avelãs | ||||||||||||
Endereço / Local |
| ||||||||||||
Distrito | Bragança | ||||||||||||
Concelho | Bragança | ||||||||||||
Freguesia | Castro de Avelãs | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Parecer favorável de 28/10/2009 do Conselho Consultivo Proposta de 17/09/2005 da DRP | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 9823125 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | Castro de Avelãs é um dos monumentos mais simbólicos do Nordeste transmontano, ilustrando simultaneamente a arte românica e a vida monacal da região. Em crescendo de importância ao longo de toda a Baixa Idade Média (a partir de uma primeira protecção de D. Afonso Henriques), o mosteiro beneditino, dispondo de um imenso património (OLIVEIRA, 1991), chegou a exercer uma "influência despótica na região de Bragança" (GRAF, vol. 2, 1986, p.31), razão da sua decadência forçada no século XVI. Em 1545, uma bula papal ordenou a extinção da comunidade e a passagem dos seus bens para a futura diocese de Bragança/Miranda. Na sequência deste facto, a população destruiu grande parte da igreja, perdendo-se então, irremediavelmente, o corpo original do templo. Do projecto românico primitivo, subsiste a cabeceira, tripartida e escalonada quer em altura, quer em dimensão. De planta semi-circular de dois tramos, a capela-mor e os absidíolos são uma obra única na nossa arte românica. Ao contrário do que foi comum no Portugal medieval, o material empregue foi o tijolo, matéria de muito menor custo que a pedra. Os muros exteriores são decorados com grandes arcaturas cegas, de arco duplo a pleno centro, que ritmam horizontalmente a totalidade dos alçados. A decoração empregue é estritamente geométrica, com molduras salientes e frisos em dentes de serra. Todas estas características são o resultado de um grupo estilístico românico muito importante em terras leonesas, a que se vem chamando de "Românico Mudejar", precisamente pelas reminiscências islâmicas ao nível da decoração geométrica e do emprego do tijolo como matéria-prima. Manuel Monteiro chamou a atenção para as enormes semelhanças entre a igreja transmontana e o templo de San Tirso de Sahagún (um dos mais emblemáticos mosteiros peninsulares nos séculos XII e XIII), concluindo que este havia sido executado, em tijolo, por albanilles recrutados em Toledo (MONTEIRO, 1950). Carlos Alberto Ferreira de Almeida aprofundou as analogias de Castro de Avelãs a toda a meseta leonesa, de Toro a Valladolid e a Salamanca (ALMEIDA, 1972, p.38; 1986, p.104; 2000, p.126), integrando-a numa corrente estilística mais vasta que percorre todo o românico leonês dos séculos XII a XIV. Mas se, de um ponto de vista estilístico, não restam dúvidas sobre as influências mudejares e leonesas, a cronologia da obra permanece como uma das principais dúvidas, à semelhança de quase todo o nosso Românico. Com efeito, a datação para a cabeceira tem vindo a ser sucessivamente avançada, sem grandes certezas. Se, numa primeira fase da investigação, os finais do século XII apareciam como uma data consensual (MONTEIRO, 1950), na sequência dos apoios do nosso primeiro monarca, as sucessivas abordagens de Ferreira de Almeida situaram a obra no segundo quartel do século seguinte (ALMEIDA, 1986, p.104). A inexistência de paralelos no nosso país tem dificultado uma melhor conclusão e aguarda-se, ainda, um rigoroso estudo ao conjunto remanescente, que inclua uma intervenção arqueológica, uma vez que foram identificados, no local, vestígios de um primitivo estabelecimento de época romana. Certo é que, aquando da sua construção, a igreja detinha grande monumentalidade, pois previa um plano de três naves (de que ainda resta o arranque de uma nave lateral) e uma fachada harmónica com duas torres ladeando um corpo central. Ao que tudo indica, este projecto não foi concluído, provavelmente por ser demasiado ambicioso face às efectivas condições da comunidade. Em todo o caso, a sua importância foi efectiva o suficiente para inspirar a construção do convento mendicante de São Francisco de Bragança, cuja cabeceira primitiva segue fielmente o mesmo modelo. No interior, no absidíolo direito, existe o túmulo de D. Nuno Martins de Chacim, mandado executar cerca de 1262 e decorado unicamente com motivos heráldicos e um epitáfio inacabado (BARROCA, 1996). PAF | ||||||||||||
Processo | Lugar da Igreja | ||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | |||||||||||||
Outra Classificação | |||||||||||||
Nº de Imagens | 16 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 17 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
---|---|---|---|---|---|
"O Mosteiro beneditino de S. Salvador de Castro de Avelãs no povoamento da região bragançana", Brigantia, vol. XI, nº1/2, pp.33-46 | OLIVEIRA, José Carlos | Edição | 1991 | Bragança | |
"Castro de Avellãs mosteiro benedictino", O Instituto, nº56 | ALVES, Francisco Manuel | Edição | 1909 | Coimbra | |
Memórias arqueológico-históricas do distrito de Bragança: repositório amplo de notícias corográficas, hidro-orográficas, geológicas, mineralógicas, hidrológicas, biobibliográficas, heráldicas (...), 2ªed. | ALVES, Francisco Manuel | Edição | 2000 | Bragança | Publicado a 1909-1948 |
"Arquitectura mudéjar portuguesa: tentativa de sistematização", Mare Liberum, nº8, pp.49-89 | DIAS, Pedro | Edição | 1994 | Lisboa | |
"Primeiras Impressões sobre a Arquitectura românica portuguesa", Revista da Faculdade de Letras do Porto, Série História, nº1, pp.3-56 | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1972 | Porto | |
História da Arte em Portugal - O Românico | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 2001 | Lisboa | |
História da Arte em Portugal, vol. 3 (o Românico) | ALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira de | Edição | 1986 | Lisboa | |
"A igreja românica de Castro de Avelãs", Douro Litoral, 8 Série, 1958 | PASSOS, Carlos de | Edição | 1958 | Porto | |
"O túmulo de D. Nuno Martins de Chacim, no Mosteiro de Castro de Avelãs", Revista da Faculdade de Letras. História, II série, vol. 13, pp. 594 - 614 | BARROCA, Mário Jorge | Edição | 1996 | Porto | |
"O mundo românico (séculos XI-XIII)", História da Arte Portuguesa, vol.1, Lisboa, Círculo de Leitores, 1995, pp.180-331 | RODRIGUES, Jorge | Edição | 1995 | Lisboa | |
A ábside de Castro Avelãs | VITORINO, Pedro | Edição | 1928 | Porto | |
"O românico português Castro de Avelãs", Museu, nº6 | MONTEIRO, Manuel | Edição | 1951 | Porto | |
Portugal roman, vol. II | GRAF, Gerhard N. | Edição | 1986 | ||
"Às ruínas de Castro de Avelãs", Guia de Portugal, vol. V, 3ª edição, 1995, pp.954-956 | DIONÍSIO, Sant'Ana | Edição | 1995 | Lisboa | |
O tombo do Mosteiro de S. Salvador de Castro de Avelãs de 1501-1514 | AFONSO, Ana Maria | Edição | 2000 | Braga | Dissertação de Mestrado em História e Cultura Medievais. Universidade do Minho |
Castro de Avelãs e alguns monumentos similares | MACHADO, Maria da Graça Domingues | Edição | 1974 | Porto | Dissertação de Licenciatura em Arqueologia apresentada à Faculdade de Letras da Universidade do Porto |
"O Românico em Portugal", História de Portugal, dir. José Hermano Saraiva, vol. 2, 1982, pp.305-321 | VASCONCELOS, Flórido de | Edição | 1982 | Lisboa |
Igreja de Castro de Avelãs - Vista geral (fachada lateral direita)
Igreja de Castro de Avelãs - Enquadramento geral (fachada posterior)
Igreja de Castro de Avelãs - Planta com a delimitação e a ZEP propostas pela DRCN e o CC (só em vigor após publicação no DR)
Igreja de Castro de Avelãs - Entrada do adro e fachada principal
Igreja de Castro de Avelãs - Fachada lateral norte
Igreja de Castro de Avelãs - Fachada lateral sul: absidíolo sul
Igreja de Castro de Avelãs - Zona envolvente: antiga residência paroquial e torre sineira
Igreja de Castro de Avelãs - Zona envolvente: remate de torre com sineira
Igreja de Castro de Avelãs - Fachada posterior: vista geral
Igreja de Castro de Avelãs - Fachada lateral sul: pormenor do encontro do absidíolo sul com o corpo da nave
Igreja de Castro de Avelãs - Interior da capela-mor: ático do retábulo-mor e abóbada
Igreja de Castro de Avelãs - Interior da capela-mor: retábulo mor
Igreja de Castro de Avelãs - Interior da capela-mor: pormenor da parede lateral
Igreja de Castro de Avelãs - Fachada posterior (cabeceira)
Igreja de Castro de Avelãs - Fachada posterior: pormenor do aparelho construtivo
Igreja de Castro de Avelãs - Gravura antiga (IPPC)