Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Muralhas de Guimarães
Designação
DesignaçãoMuralhas de Guimarães
Outras Designações / PesquisasMuralhas de Guimarães / Cerca urbana de Guimarães (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Militar / Muralha
TipologiaMuralha
CategoriaArquitectura Militar
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Guimarães/Oliveira, São Paio e São Sebastião
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Avenida Alberto SampaioGuimarães Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.443586-8.291575
DistritoBraga
ConcelhoGuimarães
FreguesiaOliveira, São Paio e São Sebastião
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 4-07-1958, publicada no DG, II Série, n.º 203, de 30-08-1958 (sem restrições)
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEConjunto
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA primeira linha de amuralhamento da cidade de Guimarães aparece-nos muito tarde na História: apenas na viragem para a segunda metade do século XIII, quando, no castelo, dava-se corpo a uma terceira reforma da estrutura militar. A razão para este atraso não é ainda inteiramente conhecida, mas é provável que, até ao século XIV, constituindo Guimarães duas vilas independentes, se tenha optado por, nos dois primeiros séculos da nacionalidade, guarnecer mais fortemente o burgo alto - o núcleo do castelo - em detrimento da vila baixa, organizada em redor da Colegiada.
Foi, então, no século XIII que se dotou os dois burgos de uma única estrutura defensiva, concentrada no castelo, mas alargada à comunidade e às principais instituições religiosas. A extensão desta empreitada encontra-se bem testemunhada pela grande duração das obras, começadas no reinado de Afonso III (por volta de 1265) e terminadas já no século XIV (em 1318). Por outro lado, o programa então definido obrigou à demolição dos dois conventos mendicantes recentemente construídos na cidade (de São Domingos e de São Francisco), facto que prova, também, o estatuto verdadeiramente importante do amuralhamento do núcleo.
Oito portas, e possivelmente nove torres, definiam um circuito militar relativamente extenso, que hoje se desenvolve ao longo de três freguesias. Grande parte do perímetro foi sacrificado, nos séculos XIX e XX, mas conservam-se ainda alguns troços bastante importantes. Um deles, o mais extenso, corre ao longo da actual Avenida Alberto Sampaio, e desenvolve-se praticamente desde o castelo, constituindo, desta forma, uma massa pétrea de inegável impacto urbanístico na Guimarães contemporânea. O segundo está associado à Torre da Alfândega, a principal referência do sector meridional das muralhas, e o elemento militar que mais afastado estava do castelo, facto ainda claramente demonstrado pela sua parcial conservação, em planta e em altura. Outros vestígios existem ainda que testemunham o traçado das muralhas de Guimarães, como os dois arranques que se ligam ao castelo e que representavam o início e o fim da estrutura. Mas onde o perímetro está manifestamente comprovado é na organização das vias, na disposição dos edifícios do centro histórico e nos espaços públicos, rasgados nos séculos XIX e XX, que rodeiam o núcleo principal de Guimarães. Uma breve análise a uma das recentes vistas aéreas da cidade demonstra cabalmente esta situação: ainda que grande parte das muralhas tenham desaparecido, o seu perímetro é uma evidência.
Esta grande campanha estaria, então, concluída na viragem para a terceira década do século XIV. Nos anos seguintes, a dupla muralha de Guimarães resistiu a três cercos: em 1322, quando o Infante D. Afonso guerreava seu pai, D. Dinis; em 1369, quando as tropas de castela, comandadas por Henrique II, invadiram o Entre-Douro-e-Minho; e em 1385, quando D. João I, montou cerco aos resistentes vimaranenses. Este monarca, de resto, revelou grande afecto em relação a esta localidade. A sua marca ficou patente na renovação da Colegiada de Santa Maria, de cuja imagem românica era especial devoto, na promoção de novas construções religiosas (como as arrastadas empreitadas dos conventos mendicantes da cidade), mas também na demolição da muralha interior, que separava os dois burgos. Com este acto, Guimarães passou a estar fisicamente unificada e a natureza algo rival das duas comunidades era, finalmente, suprimida.
As fases de destruição das muralhas de Guimarães estão bastante bem documentadas. No século XIX, à semelhança do que aconteceu com o castelo e com o Paço dos Duques, também as muralhas foram utilizadas como pedreiras para diversos edifícios públicos e privados. Tal facto determinou a destruição de praticamente todas as torres e portas, ilusão de progresso que continuou nos meados do século XX, altura em que novas destruições foram efectuadas em benefício do traçado de mais largas vias rodoviárias.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPEdifício da Misericórdia de Guimarães (conjunto da parte setecentista, incluindo a igreja, a sacristia e os restos da construção inicial)Igreja e Oratórios de Nossa Senhora da ConsolaçãoPrédio na Rua Egas Moniz, 113
Outra ClassificaçãoCentro Histórico de Guimarães e Zona de Couros
Nº de Imagens5
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
O castelo e as muralhas de Guimarães - apontamentos para a sua históriaTEIXEIRA, Fernando JoséEdição2001Guimarães
Guimarães - roteiro turísticoFONTE, Barroso daEdição1995GuimarãesFotografias de José Bastos
"O castelo de Guimarães", Patrimonia, nº1, 1996, pp.17-28BARROCA, Mário JorgeEdição1996
O castelo e as muralhas de Guimarães. Notícia históricaGUIMARÃES, AlfredoEdição1940Porto
"A propósito das antigas muralhas de Guimarães", Revista de Guimarães, nº67, 1957CARDOZO, MárioEdição1957Guimarães
Mil anos a construir PortugalEdição2000GuimarãesCatálogo de exposição

IMAGENS

Muralhas de Guimarães - Linha de ameias da muralha

Muralhas de Guimarães - Seteira integrada na muralha

Muralhas de Guimarães - Troço de muralha e torre de menagem

Muralhas de Guimarães - Vista do troço de muralha

Muralhas de Guimarães - Troço de muralha

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