Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Igreja Matriz de Barcelos
Designação
DesignaçãoIgreja Matriz de Barcelos
Outras Designações / PesquisasIgreja de Santa Maria Maior, matriz de Barcelos / Igreja Paroquial de Barcelos / Igreja de Santa Maria Maior (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Igreja
TipologiaIgreja
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Barcelos/Barcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Dr. Miguel FonsecaBarcelos Número de Polícia:
Largo do MunicípioBarcelos Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.528611-8.622052
DistritoBraga
ConcelhoBarcelos
FreguesiaBarcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto n.º 14 425, DG, I Série, n.º 228, de 15-10-1927 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 15-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954 (com ZNA)
Zona "non aedificandi"Portaria de 15-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9823125
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA igreja de Santa Maria Maior de Barcelos situa-se num tempo artístico de transição, entre o fim da arte românica e o início do ciclo construtivo gótico. Algumas das soluções construtivas e decorativas aqui empregues participam destas duas artes, que começaram por ser antagónicas, pelo menos na região da Île-de-France, onde nasceu o Gótico, mas que, em zonas periféricas, se mesclaram e interpenetraram, formando um estilo de transição a que muitos chamam românico-gótico.
A iniciativa construtiva deveu-se ao conde D. Pedro, no século XIV, depois de estarem concluídos os exemplos marcantes do Gótico mendicante de Santarém, do Olival de Tomar ou de Santa Clara-a-Velha de Coimbra. O seu aspecto compacto e arcaizante, em consequência da implantação geográfica da velha nobreza românica, deve-se também ao facto de a iniciativa condal trecentista ter-se situado ao nível de uma provável remodelação do edifício, e não de uma construção de raíz.
Várias hesitações construtivas identificadas na igreja parecem apontar para essa realidade remodeladora. O facto de a nave norte ser mais larga que a sul ou de os capitéis parecerem ser maioritariamente do século XIV, por oposição às bases de colunas ainda românicas (C. A. Ferreira de Almeida, 1990, p.43) faz-nos pensar nessa possibilidade. Por outro lado, a história da vila de Barcelos, com foral desde D. Afonso Henriques e sede de condado desde D. Dinis, é uma factor de importância vital para a provável concentração de uma actividade construtiva relevante e que não terá começado certamente apenas no século XIV.
Apesar do aspecto geral românico, a matriz barcelense deve inserir-se já no período gótico, como o portal principal bem o evidencia. Inserido num corpo avançado e ladeado por dois poderosos contrafortes - um elemento claramente comprometido com o românico -, não possui tímpano e os capitéis das arquivoltas são integralmente vegetalistas (C. A. Ferreira de Almeida, 1986b, p.68). Igualmente gótica é a organização espacial interna. Ao que tudo indica, a construção trecentista optou por arcos torais e formeiros, uma solução vigente em alguns edifícios românicos e com uma longa duração na tradição construtiva galega. A atenção que os condes dedicaram à igreja determinou, no entanto, que uma remodelação do século XV suprimisse este esquema e dotasse o interior da Matriz com uma espacialidade vincadamente mendicante (C. A. Ferreira de Almeida, 1990, p.43). Um espaço que numa primeira abordagem poderia significar um dos primeiros testemunhos góticos no Entre-Douro-e-Minho, pertence efectivamente ao século XV, dado que, a juntar às remodelações quinhentistas e setecentistas, apenas vem confirmar a necessidade de um estudo monográfico rigoroso sobre a história da Matriz de Barcelos em relação com a casa ducal.
Nos alvores da Modernidade, a Igreja Matriz de Barcelos era o principal templo da localidade e um dos mais importantes da região. É por este facto que vamos ver aparecer, nesta altura, algumas capelas funerárias privadas e enterramentos isolados no espaço da Matriz-Colegiada. De todos eles, o mais importante é o da família Pinheiro, cujo paço se localiza muito perto do monumento. Este panteão, datável dos meados do século XVI, constitui um dos melhores testemunhos da arte renascentista no Entre-Douro-e-Minho. Outras obras marcaram a transição para a Idade Moderna, como a nova abóbada da capela-mor, obra manuelina, de perfil estrelado, custeada em 1504 por um judeu local, D.Gil da Costa, cujo nome e data constam do bocete central. Posteriormente, todo o interior do templo foi decorado ao gosto barroco, datando dos séculos XVII e XVIII o notável conjunto de retábulos e, principalmente, o integral revestimento das paredes com azulejos azuis e brancos, importados de Lisboa e das grandes oficinas de inícios de Setecentos.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens13
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
BarcelosALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1990Lisboa
"D. Diogo de Sousa salvou a matriz de Barcelos", in Barcellos - Revista, nº1MARQUES, JoséEdição1984Barcelos
"O claustro da Sé de Lisboa: uma arquitectura «cheia de imperfeições»?", Murphy, nº1, pp.18-69FERNANDES, Paulo AlmeidaEdição2006Coimbra
As mais belas igrejas de Portugal, vol. IGIL, JúlioEdição1988Lisboa
Barcelos, Verde MinhoMAGALHÃES, António MartinsEdição1987Barcelos

IMAGENS

Igreja Matriz de Barcelos - Fachada principal: portal

Igreja Matriz de Barcelos - Vista geral (fachadas posterior e lateral esquerda)

Igreja Matriz de Barcelos - Fachada posterior: cabeceira

Igreja Matriz de Barcelos - Interior: nave central e capela-mor

Igreja Matriz de Barcelos - Interior: arco triunfal e capela-mor

Igreja matriz de Barcelos - Planta com a delimitação e a ZEP actualmente em vigor

Igreja Matriz de Barcelos - Fachada principal

Igreja Matriz de Barcelos - Interior: nave central

Igreja Matriz de Barcelos - Fachada principal: portal

Igreja Matriz de Barcelos - Vista geral e envolvente com o Pelourinho de Barcelos (DGEMN)

Igreja Matriz de Barcelos - Fachada principal: portal e rosácea (DGESBA)

Igreja Matriz de Barcelos - Fachada principal

Igreja Matriz de Barcelos - Vista geral e do Pelourinho de Barcelos

MAPA

Abrir

Palacete Vilar de Allen
Rua António Cardoso, nº 175
4150-081 Porto, Portugal
NIF 517 842 920

Tel. +351 226 000 454
geral@patrimoniocultural.gov.pt