Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Cruzeiro de Loures
Designação
DesignaçãoCruzeiro de Loures
Outras Designações / PesquisasCruzeiro de Loures (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Religiosa / Cruzeiro
TipologiaCruzeiro
CategoriaArquitectura Religiosa
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaLisboa/Loures/Loures
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Largo da IgrejaLoures Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
38.832315-9.179408
DistritoLisboa
ConcelhoLoures
FreguesiaLoures
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO cruzeiro manuelino de Loures, localizado diante da igreja matriz da cidade, formando um eixo axial com o seu portal principal, é uma das mais importantes peças de arquitectura religiosa do actual concelho e, simultaneamente, uma das mais antigas. A sua cronologia, ainda que desconhecido o ano exacto de construção, inscreve-se no que se convencionou chamar ciclo manuelino, datando, por isso, das primeiras décadas do século XVI.
Esteticamente, trata-se de uma obra com alguns rasgos de monumentalidade e de eruditismo, características visíveis, sobretudo, no perfil octogonal dos três degraus do soco e do reconstruído fuste da coluna, a que se deve juntar a decoração da base e do capitel. Aquela é de forma oitavada, "com plinto e escócia facetada com anéis" (NOÉ, 1991 e MARQUES, 2001, DGEMN on-line), característica do período manuelino; este é em forma de cesto e encontra-se totalmente relevado por abundante folhagem de tradição tardo-gótica. O remate é em forma de cruz latina de terminações arredondadas, decorada com pequenas incisões de folhagem estilizada que contrasta com a ampla decoração do capitel.
Tal como hoje o podemos ver, este cruzeiro é o resultado de uma reconstrução levada a cabo em 1939 por intermédio do Padre Álvaro Proença, uma das mais importantes figuras que se dedicaram ao estudo da história local de Loures. Antes disso, em 1848, e porque o cemitério da localidade era efectuado diante da igreja matriz, o cruzeiro foi deslocado para uma das extremidades do adro, por forma a facilitar e ganhar mais espaço para sepulturas. Em 1910, durante os dias de revolta que marcaram a implantação do regime republicano, o cruzeiro foi vandalizado e partido, ficando os seus restos dispersos pelas imediações da igreja.
Coube então ao Padre Álvaro Proença, dezanove anos depois de o monumento ter sido desmantelado, o seu restauro possível. Essa intervenção, de que se salienta a feitura de um novo fuste, foi relativamente rigorosa e aproveitou os pedaços remanescentes da estrutura. Ela integrou-se numa renovação urbanística e monumental mais vasta, que actuou sobre o adro da igreja matriz, finalmente desimpedido de sepulturas e limpo por ocasião das festividades de Nossa Senhora do Cabo, que se celebraram nesse ano em Loures. Em 1940, e aproveitando a visita pastoral do Cardeal Patriarca de Lisboa, o cruzeiro foi solenemente benzido.
Mas não terminou ainda aqui a atribulada história do monumento. Em Novembro de 1967, uma violenta inundação destruiu o adro da igreja matriz e, com ele, parte do cruzeiro. Ele foi, uma vez mais, desmontado e de novo recolocado um ano depois. Esta sucessão de vicissitudes por que o monumento passou revela bem o grau frágil deste tipo de estruturas, a que devemos também acrescentar os pelourinhos. Tal como o vizinho cruzeiro de Frielas, implantado numa curva de uma das mais movimentadas estradas do concelho, também o de Loures esteve e está sujeito às mais variadas ameaças, a maior parte por incúria humana. O carácter de obra de referência mínima na paisagem, sem protecções naturais de arquitectura (alguns cruzeiros, por exemplo, possuem alpendres originais ou posteriores) ou de relação próxima com outras construções, pressupõe cuidados redobrados na sua conservação e valorização, sendo, muitas vezes, a deslocação da obra uma das mais sensatas atitudes. Não é este ainda o caso, mas a atribulada história do cruzeiro ao longo do século XX é bem elucidativa do cuidado a ter para a sua preservação.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZPIgreja matriz de Loures
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias6

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
"Cruzeiros de Portugal" - Separata da Revista Brotéria, vol. XIV, fasc. 2 e 3, Fev-Mar. 1932CHAVES, LuísEdição1932Lisboa
Admirável Igreja Matriz de LouresLEAL, Joaquim José da Silva MendesEdição1909Lisboa
Cruzeiros de Portugal: contribuições para o seu catálogo descriptivo, Sep. do Boletim da Real Associação dos Architectos Civis e Archeologos PortuguezesVITERBO, Francisco M. de SousaEdição1910Lisboa
Subsídios para a História de LouresPROENÇA, ÁlvaroEdição1940Loures
Loures: Tradição e MudançaMARQUES, Manuel Gustavo FernandesEdição1986Loures
"Património artístico do Concelho de Loures", Vida Rural, nº700, 15 de OutubroEdição1966

IMAGENS

Cruzeiro de Loures - Vista geral

Cruzeiro de Loures. C.M.Loures, 2016.

Cruzeiro de Loures. C.M.Loures, 2016.

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