Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Paço da Giela
Designação
DesignaçãoPaço da Giela
Outras Designações / PesquisasPaço da Giela (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Paço
TipologiaPaço
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaViana do Castelo/Arcos de Valdevez/Arcos de Valdevez (São Paio) e Giela
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
- -Lugar do Paço Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.849628-8.408214
DistritoViana do Castelo
ConcelhoArcos de Valdevez
FreguesiaArcos de Valdevez (São Paio) e Giela
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEP
Zona "non aedificandi"
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO181501
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaO conjunto apalaçado de Giela constitui um dos mais interessantes exemplos de habitação nobre em meio rural da nossa Idade Média, sendo o aspecto actual o resultado de duas grandes fases construtivas: uma plenamente baixo-medieval e outra de inícios do século XVI.
As suas origens são um tanto obscuras, coincidindo alguns autores na hipótese de ter originalmente pertencido a D. João Domingues, abade de Sabadim, que, ainda no século XIV, terá patrocinado uma primeira construção (ALVES, 1987, p.73). A torre que hoje podemos observar, porém, data já do século XV, da altura em que a propriedade transitou para a posse de Fernão Anes de Lima (1399), por doação de D. João I. Seu filho, Leonel de Lima, foi nomeado Visconde de Vila Nova de Cerveira por D. Afonso V, título que se manteve "como único viscondado durante mais de século e meio" (SILVA, 1995, p.168). Estas circunstâncias provam como a estirpe dos Lima foi a mais importante do Alto Minho ao longo da Dinastia de Avis, a ela se devendo outras obras na região, como o Castelo e Paço de Ponte de Lima, diversos melhoramentos em Cerveira e a ponte de Cabreiro, com a sua monumental inscrição.
A torre é uma estrutura típica de fortis domus, de planta quadrangular regular, com acesso principal no alçado nascente, ao nível do segundo piso. Uma das suas características mais marcantes é o facto de não possuir quaisquer aberturas, à excepção de uma janela que encima o portal e uma fresta do lado Norte, circunstância que lhe confere "uma solidez militar verdadeiramente impressionante" (SILVA, 1995, p.54), reforçada ainda pela existência de um balcão com matacães e pelo remate em ameias. Este facto, que pode ter explicação no relativo conservadorismo das estruturas habitacionais de tipo torre da nossa Baixa Idade Média, pode igualmente dever-se à intenção de transferir para aqui a cabeça do território, uma vez que o paço é "sobranceiro à vila dos Arcos" e está diante "do antigo castelo de Santa Cruz", funcionando a sua torre como uma verdadeira torre "de menagem" (ALMEIDA, 1987, p.135).
Ao longo desse século XV, a torre foi objecto de algumas obras, como se prova pelos vestígios de telhados de construções adossadas, cujos sulcos são ainda visíveis sobre o portal principal (SILVA, 1995, p.54).
No reinado de D. Manuel, a velha fortis domus foi incorporada num grande paço senhorial, esteticamente actualizado em relação à época. Nessa altura, muitas torres baixo-medievais foram integradas em novas construções apalaçadas, ao abrigo de um processo generalizado de "procura do solar de origem de cada família antiga", como resposta à "investigação oficial ordenada pelo Rei" acerca das armas de cada família nobre do reino (SILVA, 1995, p.167).
O paço manuelino integrou a torre na nova estrutura, mas reservou-lhe um carácter meramente simbólico, na medida em que nenhuma passagem foi aberta entre ela o novo corpo habitacional. A reforma deveu-se ao terceiro visconde de Cerveira, D. Francisco de Lima, e as obras estão actualmente balizadas entre 1508 (data de entrada deste nobre no título) e 1527 (altura em que o paço é já referido). A sua organização reflecte as dominantes simples e racionais que estiveram na origem de numerosos paços tardo-medievais nacionais, entre os quais o de D. João I no castelo de Leiria: um corpo rectangular de dois pisos, com sala central mais ampla e ladeada por duas câmaras (SILVA, 1995, p.169).
A fachada principal está voltada a poente, nela se inserindo o portal, de arco quebrado encimado por um brasão dos Lima e resguardado por um corpo saliente onde se integra um balcão no piso superior. Na fachada lateral Sul, abre-se a mais decorada janela, de quádruplo arco quebrado e emoldurada por uma solução rectangular torsa, em cujo eixo superior se situa mais um brasão dos Lima. A sua relevância em relação às restantes poder-se-á explicar por constituir o vão de iluminação da principal câmara do paço (SILVA, 1995, p.169).
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens0
Nº de Bibliografias10

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
A arquitectura manuelinaDIAS, PedroEdição2009Vila Nova de Gaia
Paços Medievais PortuguesesSILVA, José Custódio Vieira daEdição1995Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património
Torres solarengas do Alto MinhoGUERRA, Luís Figueiredo daEdição1925
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...PINHO LEAL, Augusto Soares d'Azevedo Barbosa deEdição1990Lisboa
Solares PortuguesesAZEVEDO, Carlos deEdição1988Lisboa
Nobres Casas de PortugalSILVA, António Lambert Pereira daEdição1958Porto
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem)SEQUEIRA, Gustavo de MatosEdição1900Porto
"O património cultural do Alto Minho (civil e eclesiástico). Sua defesa e protecção", Caminiana, ano IX, nº14, pp.9-80ALVES, LourençoEdição1987Caminha
Brasões da Sala de SintraFREIRE, Anselmo BraancampEdição1930Lisboa
Portugal antigo e moderno: diccionario geographico, estatistico, chorographico, heraldico, archeologico, historico, biographico e etymologico de todas as cidades, villas e freguezias de Portugal e de grande numero de aldeias...FERREIRA, Pedro AugustoEdição1990Lisboa

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