Paço de Sub-Ripas | |||||||||||||
Designação | |||||||||||||
Designação | Paço de Sub-Ripas | ||||||||||||
Outras Designações / Pesquisas | Paço de Sobre-Ripas / Casa e Arco de Sub-Ripas / Palácio de Sub-Ribas / Casa de Sub-Ripas / Paço de Sobre-Ribas (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt) | ||||||||||||
Categoria / Tipologia | Arquitectura Civil / Paço | ||||||||||||
Tipologia | Paço | ||||||||||||
Categoria | Arquitectura Civil | ||||||||||||
Inventário Temático | |||||||||||||
Localização | |||||||||||||
Divisão Administrativa | Coimbra/Coimbra/Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu) | ||||||||||||
Endereço / Local |
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Distrito | Coimbra | ||||||||||||
Concelho | Coimbra | ||||||||||||
Freguesia | Coimbra (Sé Nova, Santa Cruz, Almedina e São Bartolomeu) | ||||||||||||
Proteção | |||||||||||||
Situação Actual | Classificado | ||||||||||||
Categoria de Protecção | Classificado como MN - Monumento Nacional | ||||||||||||
Cronologia | Decreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto) | ||||||||||||
ZEP | Portaria de 7-11-1961, publicada no DG, II Série, n.º 269, de 17-11-1961 (sem restrições) | ||||||||||||
Zona "non aedificandi" | |||||||||||||
CLASS_NAME | Monumento | ||||||||||||
Património Mundial | |||||||||||||
Património Mundial Designação | |||||||||||||
Cadastro | |||||||||||||
AFECTACAO | 12707538 | ||||||||||||
Descrição Geral | |||||||||||||
Nota Histórico-Artistica | A Casa de Sub-Ripas ou Sub-Ribas, construída, como o nome indica, na vertente escarpada de uma ribeira, sobre a riba, é o resultado de sucessivas remodelações quinhentistas impostas a alguns casebres pertencentes ao Lic.º João Vaz, hoje conhecidos pela Casa de Cima ou do Arco, aos quais este proprietário acrescentou uma torre fernandina integrada na muralha medieval de Coimbra, recebida por doação de um tanoeiro de nome Bastião Gonçalves, que a trazia aforrada à Câmara da cidade, por sua vez chamada de Casa de Baixo ou Casa da Torre. O negócio fez-se em Julho de 1514, e as obras terão avançado nesse ano ou no ano seguinte (DIAS, Pedro, 2002, p. 83), após a construção de um arco transversal que fazia, no piso superior, a ligação entre os dois imóveis, atravessando a íngreme Rua de Sub-Ripas. Os dois corpos assim definidos formam o essencial da nova construção, que aproveitou parte dos pisos e paredes já existentes, daí resultando plantas, alçados e organização interior muito irregulares e de feição medieval algo anacrónica, embora constituindo um exemplo típico de construção civil quinhentista. A partir do século XV assistiu-se à progressiva privatização das antigas estruturas defensivas das muralhas, tal como sucederia com a vizinha Torre de Anto, um dos mais importantes vestígios da cerca medieval da cidade, também adaptada a residência através de alterações que incluíam a construção de novos pisos e o rasgamento de vãos. Os portais e janelas destinavam-se por um lado a melhor iluminar as zonas residenciais, mas configuravam também elementos decorativos valiosos para a exibição do estatuto dos proprietários e para o aggiornamento das próprias construções. Em Sub-ripas destacam-se os vãos manuelinos, exibindo a habitual multiplicidade de tipologias: arcos quebrados, redondos, polilobados e conopiais, singelas vergas recortadas, decoração constituída por florões e outros elementos naturalistas tardo-góticos, numa adaptação dos repertórios eruditos então em voga. Este desejo de actualização estética revela-se com mais ênfase na posterior reedificação das casas de Cima, ou do Arco, em 1542-1547, obras já plenamente renascentistas, realizadas na mesma ambiência que via a cidade de Coimbra cobrir-se de obras como a da Porta Especiosa da Sé Velha, executada na década de trinta do século XVI, ou o Jardim e Claustro da Manga. Uma e outra são, de resto, obras de João de Ruão, a quem se devem igualmente atribuir os baixos-relevos das paredes exteriores da Casa de Cima, situada nas imediações da oficina deste artista de origem francesa (DIAS, Pedro, 2002, p. 83). A maior parte dos relevos consta de uma série de medalhões marmóreos, com bustos alegóricos, constituindo um programa humanista e de estética classicizante que compõe, em conjunto com a casa tardo-gótica da Torre, um perfeito exemplo do ecletismo na arquitectura portuguesa da primeira metade de Quinhentos. Nesta conjugação de linguagens e de ritmos destaca-se o portal da fachada principal, vão de verga recta e dimensões modestas, cujo grande impacto é conferido pela imponente moldura decorativa, de ombreiras redondas, com colunas torsas onde correm boleados, e uma arquivolta esculpida com grossos aros de corrente, envolvida por uma torsade semelhante a um possante calabre de pedra, ambos rematados ao centro pela aposição de uma pedra de armas, hoje incompleta, com as chagas de Cristo. Sobre o portal ergue-se um grande arco redondo, composto por duas voltas de decoração geométrica de inspiração românica, a enquadrar uma cruz de troncos podados. Remata o arco um lançamento conopial terminando em florão. Este portal, ainda que arcaizante em relação ao corpo fronteiro, é revelador da ousadia e originalidade que pode atingir uma obra de encomenda particular e carácter civil, de inegável impacto estético e urbanístico. SML | ||||||||||||
Processo | |||||||||||||
Abrangido em ZEP ou ZP | Arco Pequeno de AlmedinaCerca de Coimbra, designadamente o Arco de AlmedinaIgreja de São Tiago | ||||||||||||
Outra Classificação | Universidade de Coimbra - Alta e Sofia | ||||||||||||
Nº de Imagens | 15 | ||||||||||||
Nº de Bibliografias | 10 |
TITULO | AUTOR(ES) | TIPO | DATA | LOCAL | OBS. |
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A arquitectura manuelina | DIAS, Pedro | Edição | 2009 | Vila Nova de Gaia | |
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel I | DIAS, Pedro | Edição | 2002 | Lisboa | |
Coimbra - guia para uma visita | DIAS, Pedro | Edição | 2003 | Coimbra | |
A Obra Silvestre e a Esfera do Rei | PEREIRA, Paulo | Edição | 1990 | Coimbra | |
"Sub-Ripas", in Arquivo Coimbrão, vol. VII | GAIO, Manuel da Silva | Edição | 1943 | Coimbra | |
Palácios e solares portuguezes (Col. Encyclopedia pela imagem) | SEQUEIRA, Gustavo de Matos | Edição | 1900 | Porto | |
A Arquitectura do Renascimento em Portugal | HAUPT, Albrecht | Edição | 1986 | Lisboa | |
"O Palácio de Sub-Ribas", in revista Munda, nº 35, Maio de 1998, pp. 15-18 | MAMEDE, Eduardo Proença | Edição | 1998 | Coimbra | Ed. Grupo de Arqueologia e Arte do Centro |
Património Edificado com Interesse Cultural - Concelho de Coimbra | Câmara Municipal de Coimbra - Departamento de Cultura | Edição | 2009 | Coimbra | |
Casa de Sub-Ripas/Coimbra, Boletim da Direcção Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais, nº 131, Lisboa, 1990 | Edição | 1990 | Lisboa |
Paço de Sub-Ripas - Fachada da "casa de baixo"
Paço de Sub-Ripas - "Casa de cima" e arco de passagem
Paço de Sub-Ripas - Portaria publicada no DG, II Série, n.º 269, de 17-11-1961 - Texto e planta do diploma
Paço de Sub-Ripas - Vista geral (DGEMN, 1939)
Paço de Sub-Ripas - Vista parcial (DGEMN, 1939)
Paço de Sub-Ripas - Interior de sala (DGEMN, 1939)
Paço de Sub-Ripas - Fachada da "casa de baixo"
Paço de Sub-Ripas - Fachada da "casa de baixo: pormenor da fachada
Paço de Sub-Ripas - Fachada da "casa de baixo": pormenor de janela
Paço de Sub-Ripas - Fachada da "casa de baixo": portal
Paço de Sub- Ripas - Fachada da "casa de baixo" e arco de passagem da "casa de cima"
Paço de Sub-Ripas - Fachada da "casa de baixo" vista a partir do arco de passagem
Paço de Sub-Ripas - "Casa de cima" e arco de passagem para a "casa de baixo"
Paço de Sub-Ripas - Vista parcial da torre
Paço de Sub-Ripas - Vista geral
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