Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Ponte sobre o Cávado
Designação
DesignaçãoPonte sobre o Cávado
Outras Designações / PesquisasPonte de Barcelos / Ponte sobre o Rio Cávado (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Ponte
TipologiaPonte
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Barcelos/Barcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro); Barcelinhos
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
-- entre Barcelos e BarcelinhosBarcelos Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.527362-8.622301
DistritoBraga
ConcelhoBarcelos
FreguesiaBarcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro); Barcelinhos
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 15-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954 (com ZNA) (ZEP da igreja matriz, do Paço dos Duques de Bragança, do Palácio. solar dos Pinheiros e da ponte sobre o Cávado)
Zona "non aedificandi"Portaria de 15-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO9914629
Descrição Geral
Nota Histórico-ArtisticaA ponte que liga Barcelos a Barcelinhos é um dos monumentos mais evocadores desta cidade e, paralelamente, uma das mais importantes pontes baixo-medievais nacionais, apenas ultrapassada pelas monumentais obras do rio Lima, junto a Ponte da Barca e Ponte de Lima. A sua construção teve lugar no século XIV, durante o governo condal de D. Pedro, filho bastardo de D. Dinis, autor do célebre Livro de Linhagens e conde de Barcelos entre 1314 e 1354, que se fez sepultar em monumental túmulo no Mosteiro de São João de Tarouca. De acordo com Carlos Alberto Ferreira de Almeida, a ponte estaria já em construção em 1325, altura em que é mencionada num legado testamentário, e teria sido terminada em 1328 (ou pouco antes), pois é desse ano a instituição da capela de Santa Maria da Ponte, do lado de Barcelinhos, "o que só é compreensível com a sua abertura ao trânsito" (ALMEIDA, 1990, p.31).
É uma estrutura imponente, como não poderia deixar de ser face à necessidade de vencer a relativa altura das margens do Cávado nesta secção do seu curso. Ao contrário do que foi habitual na Baixa Idade Média, em que as pontes tendem a ser de cavalete de dupla rampa, em Barcelos adoptou-se o perfil horizontal, opção plenamente justificada pela longa travessia imposta. Ainda assim, os dois arcos médios são ligeiramente mais elevados que os restantes quatro, o que sugere um ligeiro cavalete. A técnica construtiva não se diferencia muito do que foi seguido durante o período românico (IDEM, p.31). Os seus arcos são praticamente de volta perfeita, executados com aduelas compridas e estreitas e de ligeira irregularidade no extradorso. O sistema complementar de estruturação privilegiou a construção de talhamares triangulares a montante e quadrangulares a jusante, mas ainda sem olhais, opção que se tornará mais frequente no século XV, em particular nas longas pontes sobre o rio Lima. Finalmente, o tabuleiro apoia-se em grossas linhas de cachorrada que, por sua vez, sustentam também as guardas.
Numa das principais vilas do reino, a execução deste empreendimento certamente conferiu maior importância à localidade, por onde passava já o principal caminho Norte-Sul do entre-Douro-e-Minho medieval. Como fonte de atracção de homens, mercadorias e comércio, a sua exploração pelos condes barcelenses está directamente ligada à enorme prosperidade da vila na segunda metade do século XIV e apogeu na primeira metade do seguinte, quando se construíram diversos elementos de impacto, como as muralhas e o paço ducal, ele próprio tutelar sobre a ponte.
A ligação (física mas também simbólica) entre o paço e a ponte levou a que os condes edificassem uma torre de dois pisos, que controlava a passagem pelo lado Norte. No piso inferior, era rasgada por três amplas arcadas, uma delas virada ao tabuleiro e as outras permitindo a passagem para nascente e poente. Desta estrutura não restam mais que os alicerces onde se encostava a muralha, mas foi ainda desenhada por A. Augusto Pereira, numa pintura datada de 1856. A cronologia desta obra apresenta ainda algumas dúvidas, mas deverá corresponder ao condado de D. Fernando, estando em construção no ano de 1482 (ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.127).
Ao longo dos séculos, a intensidade de tráfego e a sua importância estratégica motivaram diversas obras de consolidação e de beneficiação. As mais importantes tiveram lugar nos séculos XVII (concretamente em 1628, altura em que o tabuleiro foi regularizado e alargado) e XIX. Esta última campanha está datada de 1881 e, para além do alargamento da zona transitável, procedeu-se ao desmantelamento das ameias quatrocentistas que corriam ao longo das guardas. Com este desmonte, a que se junta o desmoronamento da torre Norte em 1800, a velha ponte de Barcelos perdeu todo o seu carácter fortificado, mas conserva-se como elemento notável do passado medieval da cidade.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens3
Nº de Bibliografias9

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Guia ilustrado de BarcelosLEITÃO, JoaquimEdição1908
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
O Concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado (1948), 2ªed. fasimiliadaFONSECA, Teotónio daEdição1987Barcelos
BarcelosALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1990Lisboa
A gloriosa história dos mais belos castelos de PortugalPERES, DamiãoEdição1969Barcelos
"O paço do Conde de Barcelos", Barcellos Revista, 2ª Série, nº 2VALE, Clara Pimenta doEdição1991Barcelos
"O Paço dos Condes de Barcelos", Barcelos Património, nº 4, pp.7-38FLORES, Joaquim António de MouraEdição1996Barcelos
Barcelos, Verde MinhoMAGALHÃES, António MartinsEdição1987Barcelos
"O antigo Palácio dos Duques de Bragança em Barcelos", Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, vol. VII, pp.28-29VALENTE, VascoEdição1940Lisboa

IMAGENS

Ponte sobre o Cávado - Planta com a delimitação e a ZEP actualmente em vigor

Ponte sobre o Cávado - Vista geral, tirada de Barcelinhos para Barcelos.

Ponte sobre o Cávado - Vista parcial dos arcos

MAPA

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