Pesquisa de Património Imóvel

DETALHES

Paço dos Duques de Bragança
Designação
DesignaçãoPaço dos Duques de Bragança
Outras Designações / PesquisasPaço dos Duques de Bragança (ruínas) - designação do diploma de classificação / Paço dos Condes de Barcelos (ruínas) / Paço dos Condes de Barcelos (Ver Ficha em www.monumentos.gov.pt)
Categoria / TipologiaArquitectura Civil / Paço
TipologiaPaço
CategoriaArquitectura Civil
Inventário Temático
Localização
Divisão AdministrativaBraga/Barcelos/Barcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro)
Endereço / Local
RUA LOCAL ZIP REF
Rua Dr. Miguel Fonseca (antiga Rua Duques de Bragança)Barcelos Número de Polícia:
LATITUDE LONGITUDE
41.528116-8.622099
DistritoBraga
ConcelhoBarcelos
FreguesiaBarcelos, Vila Boa e Vila Frescainha (São Martinho e São Pedro)
Proteção
Situação ActualClassificado
Categoria de ProtecçãoClassificado como MN - Monumento Nacional
CronologiaDecreto de 16-06-1910, DG, n.º 136, de 23-06-1910 (ver Decreto)
ZEPPortaria de 15-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954 (com ZNA) (ZEP da igreja matriz, do Paço dos Duques de Bragança, do Palácio. solar dos Pinheiros e da ponte sobre o Cávado)
Zona "non aedificandi"Portaria de 15-10-1953, publicada no DG, II Série, n.º 8, de 11-01-1954
CLASS_NAMEMonumento
Património Mundial
Património Mundial Designação
Cadastro
AFECTACAO12707538
Descrição Geral
Nota Histórico-Artistica"Altaneiras, impondo-se sobre a ponte e o rio ou a quem venha da margem sul do Cávado, as velhas ruínas do paço condal de Barcelos lembram também o castelo que, de alguma forma, também foram" (ALMEIDA, 1990, p.36). No ponto mais elevado da cidade, em posição dominante sobre o rio, o paço condal foi (é) o edifício mais importante de toda a localidade, tutelando o espaço e os homens desta área ao longo dos séculos.
A sua construção remonta ao século XV e não pode ser dissociada das muralhas, inserindo-se num processo de renovação (e imposição do poder) levado a cabo pelo 8º conde barcelense, D. Afonso, filho bastardo de D. João I e também 1º duque de Bragança, em cuja condição promoveu a construção dos paços de Chaves e de Guimarães (ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.109). As obras, todavia, continuaram pelos seus sucessores, em particular o seu filho, D. Fernando (a quem José Custódio Vieira da SILVA, 1995, p.146 atribui a edificação) e só terão sido concluídas em vida do 10º conde, também chamado D. Fernando, já na década de 80. Apesar de em estado ruinoso há largos séculos, este paço é um bom testemunho das construções nobres apalaçadas do final da Idade Média, em que uma significativa parte dos castelos recebeu alas residenciais para os seus alcaides e/ou proprietários, num processo de engrandecimento dessas antigas fortalezas, que passaram a caracterizar-se também por uma panóplia inventiva de soluções arquitectónicas de função residencial.
O paço foi muito adulterado ao longo dos tempos, mas ainda é possível reconstituir genericamente a sua fisionomia original, graças, sobretudo, a imagens antigas como o desenho de Duarte d'Armas (dos inícios do século XVI) e a uma pintura de António Augusto Pereira, datada de 1856. Ele tinha "cinco corpos adossados entre si, quatro deles com espaços turriformes, de planta quase quadrada, e um quinto espaço rectangular, de dimensões mais generosas" (ALMEIDA e BARROCA, 2002, p.110). Desse conjunto, restam apenas a Sala principal (que detinha uma área de 128m2 e possuía lareira central) e outros dois compartimentos, tendo-se perdido totalmente a ala setentrional, que se ligava à igreja-colegiada através de um passadiço. Na década de 80 do século XV o conde D. Fernando promoveu várias obras, entre as quais se conta a torre que controlada o acesso à ponte sobre o Cávado, obra de dois andares, cujo piso superior estava integrado no paço (IDEM, pp.111-112).
De acordo com o desenho de 1856, é possível ver um paço compacto, de grande simetria na sua face voltada a Sul (aquela que se virava ao rio), composta por longo corpo central de mais de três registos, a que se associavam outros corpos laterais e um último a Norte. De acordo com a análise efectuada por Mário Barroca, era um paço ainda algo arcaizante, mais característico da arquitectura do primeiro quartel do século XV que de da década de 80 (certamente pelo aspecto mais de fortaleza que de residência apalaçada), sendo o período de laboração balizado entre 1401 (ano em que D. Afonso foi empossado no título condal) e 1427 (data de uma escritura assinada no próprio paço).
A história da sua ruína conta já com mais de quatro séculos. Em 1609 já estava em muito mau estado e, um século depois, os cónegos da Colegiada pediram autorização ao rei para utilizar a sua pedra na renovação da Igreja Matriz. Em 1800 ruiu a torre que defendia a ponte e a partir de 1808 a autarquia começou a desmantelá-lo, não apenas para aplicar a pedra a outras edificações, mas também pelo perigo de derrocada. Em 1903, Ernesto Korrodi projectou um inventivo restauro que pretendia reverter o conjunto a uma monumentalidade idealizada, mas só em 1920 é que o espaço adquiriu nova funcionalidade, instalando-se nas suas ruínas o Museu Arqueológico de Barcelos, espaço de memória do concelho e que ainda se mantém, agora como imagem de marca da história recente e passada da cidade.
PAF
Processo
Abrangido em ZEP ou ZP
Outra Classificação
Nº de Imagens11
Nº de Bibliografias14

BIBLIOGRAFIA

TITULO AUTOR(ES) TIPO DATA LOCAL OBS.
Guia ilustrado de BarcelosLEITÃO, JoaquimEdição1908
História da Arte em Portugal - o GóticoALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição2002Lisboa
História da Arte em Portugal - o GóticoBARROCA, Mário JorgeEdição2002Lisboa
Paços Medievais PortuguesesSILVA, José Custódio Vieira daEdição1995Lisboa Tipo : Colecção - Arte e Património
O Concelho de Barcelos Aquém e Além Cávado (1948), 2ªed. fasimiliadaFONSECA, Teotónio daEdição1987Barcelos
BarcelosALMEIDA, Carlos Alberto Ferreira deEdição1990Lisboa
Manuelino. À descoberta da arte do tempo de D. Manuel IDIAS, PedroEdição2002Lisboa
Solares Portugueses - Introdução ao Estudo da Casa NobreAZEVEDO, Carlos deEdição1969Lisboa
"O paço do Conde de Barcelos", Barcellos Revista, 2ª Série, nº 2VALE, Clara Pimenta doEdição1991Barcelos
O Paço dos Condes - Duques de BarcelosAZEVEDO, Francisco deEdição1954Porto
"O Paço dos Condes de Barcelos", Barcelos Património, nº 4, pp.7-38FLORES, Joaquim António de MouraEdição1996Barcelos
Barcelos, Verde MinhoMAGALHÃES, António MartinsEdição1987Barcelos
Catálogo do Museu Arqueológico de BarcelosALMEIDA, Carlos Alberto Brochado deEdição1991Barcelos
Catálogo do Museu Arqueológico de BarcelosMILHAZES, CláudiaEdição1991Barcelos
Catálogo do Museu Arqueológico de BarcelosANTUNES, João Manuel VianaEdição1991Barcelos
"O antigo Palácio dos Duques de Bragança em Barcelos", Boletim da Academia Nacional de Belas Artes, vol. VII, pp.28-29VALENTE, VascoEdição1940Lisboa
O perfil do 8º Conde de Barcelos e a sua influência na expansão portuguesaCOSTA, Abel Gomes daEdição1980Barcelos

IMAGENS

Paço dos Duques de Bragança - Ruínas da ala norte (ao fundo, a Igreja Matriz de Barcelos)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Planta com a delimitação e a ZEP actualmente em vigor

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Vista geral de norte (IPPC)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Vista geral de sul e envolvente (DGEMN, 1970)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Fachada norte: porta ogival (DGEMN, 1970)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Fachada norte: porta ogival (DGEMN, 1970)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Interior em ruínas (DGEMN, 1970)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Painel de azulejos representando o paço no séc. XVIII (DGEMN, 1970)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas) - Painel de azulejos representando o paço no séc. XVII (DGEMN, 1970)

Paço dos Duques de Bragança (ruínas)
Autor: Maragato 1976, em colaboração com Wiki Loves Monuments

Paço dos Duques de Bragança (ruínas)
Autor: 79edzz, em colaboração com Wiki Loves Monuments

MAPA

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